WEST SIDE STORY - 3
Ou
DA OCIDENTAL PRAIA LUSITANA
RESUMO DO TEXTO ANTERIOR - Nesta época por que passamos, o aumento generalizado dos preços no Ocidente tem quase tudo a ver com a guerra na Ucrânia e praticamente nada com qualquer liberalidade na emissão monetária. Ou seja, a subida das taxas juro nada resolve e apenas agrava o problema
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Simplisticamente, o problema resolve-se tirando do Kremlin “os filhos da Lubyanka” (e, já que estamos com a mão na massa, retirando as vestes talares de Teerão). E pedindo perdão a Mário Draghi.
Sobre cada um destes pontos – energia, cereais e taxas de juro – não faltará quem se proponha escrever volumosos tratados e defender brilhantes teses académicas, mas eu creio mais útil avançar já para as conclusões:
- A contração da procura de petróleo encarrega-se de manter o crude e o brent em preços razoáveis, mas sempre acima dos US$ 70.0/barril a fim de garantir a economicidade da exploração de cerca de metade dos poços em actividade;
- O Sahara, devidamente irrigado por água dessalinizada (energia solar abundante e gratuita) é propício às culturas cerealíferas pois (disseram-me no Egipto) possui abundantes nutrientes minerais a que só (?) falta a água para garantir a fertilidade. A experiência egípcia em Tosca com água do (já só quase fio de água) Nilo e a da Líbia com «água fóssil» são disso exemplo. O Egipto está prestes a conseguir a auto-suficiência alimentar e o mesmo poderá vir a acontecer em todo o Norte de África com a vantagem de combate ao aquecimento global, à fixação das populações, à criação de celeiro alternativo da Rússia e da Ucrânia nos aprovisionamentos à Europa sem o «espartilho» geográfico constituído pelo Bósforo-Dardanelos;
- Ressarcidos dos prejuízos causados por Mário Draghi, os credores dos capitais (nomeadamente no âmbito das dívidas soberanas dos Estados perdulários, deve-se concluir que Christine Lagarde concluiu o seu trabalho e deve ser homenageada com uma estátua equestre na frontaria do «Deutsche Bank» que, sob as terríveis ameaças de Varoufakis e de Pedro Nuno Santos, suou as estopinhas e passou pelas passas do Algarve com as pernas a tremer e a engolir imparidades. Regressemos, pois, aos juros razoáveis positivos, sim, mas menos estranguladores do que os actuais.
Desta vez – e talvez mesmo só desta vez – a culpa da ameaça de recessão não é dos perdulários, mas sim dos frugais.
Ajudemos a Rússia a libertar-se dos monstros que a dominam desde 1917 e deixemos a paz estender-se até VLADIVISTOK.
Novembro de 2023
Henrique Salles da Fonseca