VIKINGS - 3
Os meus leitores sabem perfeitamente o que foi a Liga Hanseática pelo que não se justifica eu vir aqui «ensinar o “Pai Nosso” ao Vigário» mas, mesmo assim, permito-me sugerir uma visita à Wikipédia a quem queira refrescar a memória. E refiro a dita Liga porque Hamburgo foi uma das suas principais cidades e porque ao longo da nossa viagem visitaríamos outras cidades hanseáticas.
O nome oficial da cidade é «Frei Hansastadt Hamburg» que traduzo por «cidade hanseática livre de Hamburgo». E porquê livre? Porque sempre se valeu por si própria, nunca pertenceu a um Principado ou «coisa» do género e ainda hoje está entre dois Estados da Federação mas não se integra em nenhum deles. Tanto quanto consegui apurar, tem representação autónoma a nível federal.
O binómio cidade<>porto (fluvial) é, como manda o conceito, indissociável e se a cidade é importante por si própria, a actividade portuária dá serventia a uma das regiões económicas mais desenvolvidas a nível mundial.
E assim foi que nos levaram por ali fora… até ao MSC «Magnifica» que estava ali todo vaidoso a exibir a sua imponente magnificência.
São «só» 95 mil toneladas de navio e mais não digo pois a Internet diz tudo, Apenas confesso que, quando lhe vi a proa – que é por onde os barcos falam – fiquei «bouche bée».
Gostei da decoração interior e fizemos o «check in» ao som de um duo ao vivo de piano e violino que nos recebeu com o «Canon» de Pachelbel, com a «Avé Maria» de Schubert e com outras suavidades que não identifiquei.
Camarote no deck 11, a bombordo, deu para nos instalarmos nas cadeiras de palhinha da varanda e irmos vendo aqueles cem quilómetros da margem esquerda do Elba até à foz. Já fora da malha urbana e industrial, uma floresta ornamentada por mansões de quem é tributado pelos escalões mais altos.
E foi a pensar na lógica e na justiça da fiscalidade directa que, já noite, nos fizemos ao Mar do Norte que nos recebeu chão.
(continua)
Henrique Salles da Fonseca