UMA BEBEDEIRA DE EXCEPÇÃO
«A IMPORTÂNCIA DE SE CHAMAR ERNESTO»
(comédia de Óscar Wilde)
https://www.youtube.com/watch?v=bOLD27G9JHc
(filme completo)
Dissertar sobre um livro que nunca se leu é difícil mas quando deambulam por aí tantas recensões, a dificuldade atenua-se.
Por isso vamos sabendo que nesta comédia o tal Ernesto não existe pura e simplesmente e que duas Senhoras se deixam convencer estarem dele noivas num enredo que logicamente as conduz ao... celibato. Ou seja, muito stress e, afinal, tudo debalde.
Eis por que sempre considerei que a importância de se chamar Ernesto é nenhuma porque se conclui pela vacuidade: personagem inexistente e celibato das sempre-noivas.
Então, plagiando Isidore Lucien Ducasse, mais conhecido pelo pseudónimo literário de Conde de Lautréamont (Montevideu, 4 de Abril de 1846 — Paris, 24 de Novembro de 1870) e um dos escritores franceses mais refractários, (...) confesso que o considerei cheio de uma notável quantidade de importância nula...
Em todo o caso, não quero deixar de referir o trocadilho algo jocoso entre «Ernest» e «earnest» que a tradução portuguesa perde.
E, depois, tenho a acrescentar que não leio escritos de quem tenha opções de vida que nada me dizem. E porque Camilo Castelo Branco se suicidou, nunca o li. Uma excepção: Ernest Hemingway que se suicidou quando estava completamente bêbado na convalescença duma depressão. Por outras razões, também nunca li Truman Capote.
Outubro, 2015
Henrique Salles da Fonseca