TEOLOGIA, DA MINHA – 7
MATERIALISMO ESPIRITUAL
Materialismo espiritual parece um absurdo mas trata-se da manifestação perante os nossos sentidos de algo que só se pode associar a um espírito por falta de explicação alternativa.
Conforme relatei no texto inicial desta série, eu próprio testemunhei essa realidade por várias vezes: duas vezes ouvi; por vezes já incontáveis, vi. Em muitas destas vezes, fui acompanhado no testemunho pela minha mulher ou pela nossa empregada doméstica.
Trata-se de um conhecimento empírico, factual, não teórico.
Mas houve quem o teorizasse. Por exemplo, basta referir os budistas e os teólogos católicos.
Assim, se o Senhor Buda nunca se afirmou divino e sempre se disse um homem comum, foram os seus seguidores que lhe atribuíram milagres tanto em vida como por invocação depois da morte terrena. Aí está: morte terrena e sobrevivência do espírito que os devotos invocam.
Os católicos invocam os Santos da sua devoção por cuja intercepção com Deus esperam receber atenções específicas. Aí está novamente a morte terrena do Santo invocado e a sobrevivência do respectivo espírito.
No meu caso, não tenho a pretensão de ter testemunhado a aparição do espírito de algum ilustre membro do nosso hagiológio, pode ter sido de alguém mais chegado à minha vivência ou à minha casa. Na minha teologia cabe a possibilidade de cada um de nós, vivos, ter um anjo da guarda.
Sinto-me confortável ao imaginar que tenho um anjo que me guarda, aquele que me chamou na Índia e que já referi. Conforto empírico, não intelectualizado.
Dezembro de 2017
Henrique Salles da Fonseca