Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

A bem da Nação

QUANDO AS AMIGAS CONVERSAM...

 

 

NÃO PAGAM DÍVIDAS

 

Li num Correio da Manhã que estava pousado sobre uma cadeira do café e que pouco depois foi requisitado pelo dono, um senhor chinês perante quem eu me desdobrei em vénias e pedidos de desculpa da usurpação, por ter julgado que o C. M. pertencia ao dono do café, pouco habituada a que os chineses pousem o que quer que seja, em ar de desleixo ou desperdício, que é mais característico da nossa maneira de ser de abandono, mas o senhor chinês retribuiu a vénia mudamente embora sorridente, e levou o jornal, quase sem me dar tempo a tomar nota da noticiazinha que vinha num cantinho da última página, expondo que “Mário Soares sempre foi contra a austeridade”.

 

A minha amiga ainda estava a arrumar os seus aprestos, ou seja, apenas o saco do Pingo Doce para não ter que comprar outro, uma medida de poupança que eu muito admiro, pois, na ânsia de me escapulir para os breves minutos de liberdade fora de casa, longe das requisições e atribulações, enquadro-me na mesma linha de pensamento de M. S., esquecendo de me prevenir com os sacos da minha austeridade habitual.

 

Mas divagámos sobre o registo do C. M. a respeito do não enquadramento de M.S. na linha austera do Primeiro Ministro P. C. e sobre a importância que a esse facto atribui o prestimoso jornal e todos os demais jornais do nosso burgo, que também atribuem, na mesma linha de pensamento e sensibilidade que os faz debruçarem-se sobre a tristeza de Ronaldo, não sei se por motivos de serviço público, pois todos gostamos que nos fartamos desses rumores de saias das Elvirinhas, para não lhes chamarmos Donas Elviras, que estas já estão fora de rodagem.

 (*)

 

 

Soubemos assim, graças ao serviço público do C.M., que M.S. continua em forma, inimigo da austeridade, lembrando os belos tempos das suas belas viagens à Índia e a mais espaços terráqueos, sempre com alta comitiva, a abrir pistas económicas e de passagem passear-se nos animais de grande envergadura, elefantes ou tartarugas da sua destreza e diversão enternecedoras daquela época juvenil, viagens que também contribuíram para cavar os buracos que a austeridade de P. C. quer tapar sem mais aquelas, com a inimizade de todos os da linha de M. S., que são muitos, embora alguns deles também já tenham chamado a M. S. coveiro – um dos muitos – da Pátria, mas num sentido mais sepulcral, pois que os buracos actuais têm um sentido de negrume de galáxia, apesar de tudo, mais temível, por falta dos santos óleos da Extrema-Unção.

 

E ali ficámos, a minha amiga e eu, presas em tristes congeminações sobre as eternas falácias de uns humanos que, na cegueira das lavagens ao cérebro que uma falsa ilustração provoca, na superficialidade e sofisma das suas premissas, mantêm eternamente a aura, concedida, é certo, igualmente, neste nosso país de calor e combustão – de matas incendiadas - com idêntico impacto, às tristezazinhas do nosso craque futebolístico.

 

Berta Brás

 

(*)http://www.google.pt/imgres?q=M%C3%A1rio%2BSoares&um=1&hl=pt-PT&biw=1280&bih=919&tbm=isch&tbnid=0U5M7dy2qZbpgM:&imgrefurl=http://kontacto.blogspot.com/2012/04/olha-quem-fala.html&docid=PjlPC5H8dLWVeM&imgurl=https://1.bp.blogspot.com/-TD74gilSSLo/T53Kh8ZPJlI/AAAAAAAADsc/0qJkG8s7dyw/s1600/(2)%252BA%252BMARIO%252BSOARES%252B2.jpg&w=480&h=346&ei=DodMUMTgL6Sx0QWjyoDQAw&zoom=1&iact=hc&vpx=774&vpy=383&dur=111&hovh=191&hovw=265&tx=132&ty=106&sig=109573699884915906692&page=2&tbnh=154&tbnw=205&start=35&ndsp=27&ved=1t:429,r:20,s:35,i:244

Circuncisão no Islão e no Judaísmo: Acção Criminosa

(*) 

Tribunal alemão toma uma Decisão corajosa

 

 

A circuncisão de meninos no Islão e no Judaísmo, segundo a sentença do Tribunal Distrital de Colónia, constitui uma agressão criminosa.

 

Mais importante que a liberdade de religião é a integridade corporal e a autodeterminação da criança, argumenta o tribunal, na sua decisão de ontem.

 

O direito de autodeterminação das comunidades religiosas não se pode sobrepor ao direito humano da integridade corporal.

 

Este julgamento terá consequências muito importantes.

 

Esta decisão deveria ser um acto de encorajamento para políticos e outros tribunais no sentido de intervirem mais corajosamente em crimes de base cultural como casamentos forçados e crimes de honra, ainda muito em voga em determinadas culturas.

 

Até agora, o corte do clitóris das meninas (praticado em grande parte do mundo muçulmano) era considerado acto criminoso no Ocidente, mas o sofrimento do acto agressivo da circuncisão de meninos ainda não tinha chegado à consciência das pessoas.

 

A decisão do Tribunal é uma vitória contra a barbaridade e leva uma consciência mais sensível a actos culturais que não respeitam a dignidade e a integridade da pessoa e constitui um apelo ao respeito pelo direito dos que não têm voz.

 

A matança ritual de animais, como no caso muçulmano e judio, em que os animais são mortos duma maneira brutal porque morrem sangrando, não foi proibida na Alemanha por "respeito à religião". Também aqui será necessária uma consciência mais afinada.

 

26.06.2012

 

 António da Cunha Duarte Justo

 

 (*)http://www.google.pt/imgres?q=tribunal%2Bde%2BCol%C3%B3nia&um=1&hl=pt-PT&biw=1366&bih=643&tbm=isch&tbnid=kMu4yLyVhcgQXM:&imgrefurl=http://m.publico.pt/Detail/1554297&docid=hEjQGMVN6od6mM&imgurl=http://imagens.publico.pt/imagens.aspx/390653%253Ftp%253DUH%2526db%253DIMAGENS&w=1024&h=682&ei=mf80UJrEA6LB0QWSwIH4BQ&zoom=1&iact=hc&vpx=355&vpy=305&dur=7666&hovh=183&hovw=275&tx=161&ty=91&sig=109766553202599468647&page=1&tbnh=131&tbnw=175&start=0&ndsp=18&ved=1t:429,r:7,s:0,i:91

QUANDO AS AMIGAS CONVERSAM...

A GENTE NÃO ESTÁ LÁ

 

- Então que coisas conta hoje?

- Cada vez tenho menos. Não sabe que há crise? Isso tem influência. Por acaso, nas várias terras não se nota.

- De Portugal?

- Pois! Incluindo os festivais de marisco. Cada festa mostra aquilo que se come. Só se fala em comida. Só se cortam presuntos. Temos do melhor que há. Não haja invejas! Dito pelo estrangeiro. Mas algum país tem festas destas? Uma maravilha! Os apresentadores provam. Se querem manter a linha vão ficar desgraçados…

 

Consegui interromper o fluxo discursivo da minha amiga, lembrando Passos Coelho e as promessas da retoma em 2013:

- Dá para acreditar? Tudo diz que vamos cada vez pior, ele procastina, para usar um palavrão de encher a barriga…

- Passos Coelho é um bom rapazinho, a gente não pode levar-lhe a mal. Ouvi-o dizer: “Se julgam que podem continuar o forrobodó, estão enganados!”

- E os documentos dos submarinos?

- Submergiram, não se sabe onde param. Aqueles submarinos devem ter cá uma história! De vez em quando vem o assunto à baila. Acaba o assunto e o Portas continua, sorridente…

- O “Comendador Marques Correia” do Expresso, esta semana ataca-o, mas o humor dele está mais feroz ultimamente. Andamos todos assustados.

- O Portas está nos Açores e nos Açores não se fala em vigarices. É que eu já nem quero saber mais!

- É! Outros pagaram já, na Alemanha. O Portas não presta contas. Talvez esteja inocente. Não é caso deslindável. Como o de Camarate…

 

Mas a minha amiga também queria falar nas medidas económicas do Hollande, em oposição às teorias negativas do Vasco Pulido Valente a respeito da eficácia dele como governante:

- O Hollande mandou vender os carrões do Governo, para fazer dinheiro. Aqui ainda ninguém tomou essa iniciativa.

 

Defendi patrioticamente as iniciativas do nosso Governo:

- Mas há dias li que as grandes fortunas estão mais pequenas cá, o que significa que o Governo está a tomar iniciativas de vulto no sentido de os grandes pagarem a crise com resultados mais fecundos. Como o Obama…

 

Fala-se nas medidas do Obama e a minha amiga toda se desfaz em risos de simpatia e anuência.

 

Também lembrei a droga apanhada num barco abandonado em Sagres e a minha amiga disparou, inflamada:

- Os estrangeiros vêm cá fazer negócio. Descarrega-se aqui, pois têm tanto mar e a polícia não chega para as encomendas. E a droga está cada vez mais espalhada no mundo. Noutro dia deram um programa sobre a maldita droga. Agora há comprimidos, ninguém vê. No mundo inteiro. É pior que uma guerra. Não é só em Portugal. Vende-se, rouba-se, roubam tudinho… Em todas as classes sociais. Estas festas de verão… Metade daquela gente sai drogada ou bêbeda. São festivais giríssimos. Poucos os que se portam bem. A gente não está lá para ver. Estes pais de agora sofrem, mais do que no nosso tempo, pelos filhos que vão a estas festas. É natural que se entusiasmem, dão-lhes os cantores de que eles gostam, vêm cantores estrangeiros… Tudo bem. Se não houvesse a maldita droga!...

 

Berta Brás

MENSAGENS DAS OLIMPÍADAS

 

É sempre um espectáculo a não perder, a abertura dos Jogos Olímpicos, e uma vez mais a Inglaterra proporcionou-nos uma visão muito interessante da sua história. Na minha opinião só teve um bocado de música “pauleira” a mais, o que ia tornando esta festa num show de barulheira. Faz parte da sua história, mas.. possivelmente haveria outros aspetcos mais marcantes. Enfim.

 

Desta cerimónia, desta grande festa, três mensagens me tocaram de forma especial.

 

A primeira, foi a presença de Michelle Obama. Sempre sorridente, simpática, acenando com as mãos para os atletas do seu país, bonita e sobretudo simples. Apresentou-se como uma pessoa normal sem preocupações com toaletes espalhafatosas que acabam por ser ridículas. No dia seguinte assistindo às provas de natação lá estava ela com uma roupa de treino, que talvez não lhe tivesse custado nem vinte dólares! Uma lição de educação, simplicidade, coragem e muita simpatia. Valeu Michelle.

 

 Outra foi o aparecimento da brasileira Marina Silva carregando a bandeira olímpica. Marina, filha de seringueiros, nasceu numa palafita lá no interior da Amazónia. Teve uma infância pobre, doente, e só aos dezasseis anos se foi alfabetizar. Quis continuar os estudos e formou-se em História. Foi vereadora, deputada e senadora, pelo Acre. Chegou a ser ministra de lula, com quem se desentendeu e saíu. Candidata à presidência teve um volume muito considerável de votos, ficando na terceira posição. Conseguiu com o seu trabalho, e imenso esforço, reduzir o desmatamento da Amazónia ao seu nível mais baixo de todos os tempos. Mereceu a distinção que lhe fizeram.

Mas agora vem o caricato, triste, a baixaria dos membros do (des)governo dilma presentes! Para já ficaram chicadis e invejosos, depois, como Marina e dilma não se entenderam no governo, o “vexame” foi difícil de engolir, e por fim os – sempre – desastrados e ineptos apaniguados da presidentA, com destaque para o ministro dos esportes – homem que nunca deve nem ter dado um chuto numa bola – membro do PCP, que fez o seguinte comentário: "Marina sempre teve boa relação com as casas reais da Europa e com a aristocracia europeia", afirmou o ministro do Esporte, Aldo Rebelo, adversário político de Marina na polémica do Código Florestal. "Não podemos determinar quem as casas reais escolhem, fazer o quê?"

 

 

Tamanha bestialidade! Marina Silva, nascida numa palafita, que passou anos no PCP e no PT ser amiga da realeza europeia, seria a última coisa que se poderia imaginar que saísse da boca dum (teórico) (ir)responsável dum governo!

 

Marina elevou o Brasil com sua presença. O ministreco, para quem leu o comentário, envergonhou-o.

 

Por fim o ponto mais alto de toda a cerimónia foi a exaltação do HNS “Health National Service”, uma tremenda bofetada na cara dos republicanos americanos, e uma demonstração inequívoca da primazia dos serviços sociais britânicos.

 

Eu mesmo já tive, infelizmente, que recorrer a esses serviços de saúde. Não demorei a ser atendido, fui visto por dois médicos, e por fim, com a receita da medicação, passei numa farmácia e... não desembolsei um só cêntimo!

 

E pensar que o HNS foi criado por decreto, de repente, em 1948, tinha o Reino Unido acabado de sair duma violentíssima guerra, com cidades devastadas, infra estruturas a necessitarem de reabilitação, etc. O primeiro serviço de saúde nacional em todo o mundo, e... quase que ainda hoje! Sobretudo na sua eficiência.

 

Mas... agora entramos na pior história dos últimos anos: a crise que assola a Europa, EUA e muitos outros. Num dos últimos textos deste blog, vimos que há cerca de trinta TRILIÕES de dólares em paraísos fiscais, sem renderem um cêntimo para o desenvolvimento global. Só pura especulação. Dez ou quinze por cento desse valor equilibraria as finanças da Europa.

 

Todos os governos têm máquinas – ótimas – para imprimir moeda. E imprimem, fingindo que os bancos centrais controlam!

Também é sabido que, para destruir a Inglaterra, Hitler aprovou um audacioso plano: falsificar milhões de libras e espalhá-las pelo Reino Unido, para desestabilizar a economia inglesa.

 

 

Não é para pensar um pouco porque jamais a Inglaterra tenha falado nisso? E não é de estranhar que devastada, extremamente endividada com os EUA, a Grã Bretenha tenha criado um Serviço Nacional de Saúde, de custo elevadissimo, quanto estava sem dinheiro para se recuperar do básico?

 

Parece que Hitler cometeu um terrível engano. Saiu-lhe o tiro pela culatra! Secretamente esse dinheiro começou a circular, ninguém sabia se era dinheiro bom ou menos bom, e o país recuperou-se rapidamente. Foi, por exemplo, o primeiro a produzir aviões a jacto comerciais no mundo.

 

De onde terá vindo tanto dinheiro???

 

E como é possível que, além do dinheiro que corre em todos os países do mundo, ainda hoje “sobrem” trinta triliões de dólares estagnados nos tais paraísos? É fácil entender: as fábricas de notas não param.

 

Em 1925 um português teve a mesma visão: havia pouco dinheiro em circulação. Portugal vivia momentos de grande aperto (como hoje!). Angola, como São Tomé com o café e cacau, ofereciam grandes possibilidades de desenvolvimento. Mas não havia dinheiro para investir.

 

Habilidoso, inteligente, falsário, conseguiu que fossem impressas, uma imensa quantidade de notas, todas de 500 escudos, num volume equivalente a cerca de 1% do PIB (hoje seriam 25 biliões de dólares). O “azar” dele foi começar uma vidinha de rico e sempre apresentando notas de 500 escudos para pagar o que quer que fosse. Desconfiou-se, foi apanhado, e o seu – inteligente – plano de investimentos... morreu, e ele foi para a cadeia.

 

Não há dúvida que os ingleses, vinte e poucos anos depois, foram muito mais sofiscados e espertos! Devem ter aprendido com o pioneiro português Artur Virgílio Alves Reis, só que não se deixaram apanhar!

 

Destas Olimpíadas ficaram-me três mensagens:

- a simplicidade e categoria da primeira dama dos EUA, Michelle Obama;

- a homenagem a uma mulher, simples, que lutou, e luta, pela preservação da Amazónia;

- e uma pista (?) ou uma solução (?) para a malfadada crise que assola tanta gente em tanto lugar, e que uma maquineta de fazer notas pode resolver em menos de um abrir e fechar de olhos.

 

É claro que não se pode esquecer um aplauso aos atletas, sejam eles de onde forem.

 

29/07/2012

 

 Francisco Gomes de Amorim

DEVANEIOS - PORQUE NÃO O DIA MUNDIAL DO PAI?

 (*)

 

Historicamente ainda não foi esboçada sequer a ideia da mais genuína e racional consagração da figura do Pai a nível mundial, muito embora sucessivos países e seus governantes tenham estabelecido a condigna celebração do chamado ”Dia do Pai” arbitrariamente escolhendo um dia do calendário civil e universal para sua efectivação.

 

Na actualidade pouco mais de meia centena de países celebram o “Dia do Pai” numa escolha ad libitum de um mês sobre os restantes do calendário civil duodecimal. É fácil verificar que 34 dos 54 países celebrando o “Dia do Pai” vêm outorgando esta consagração no mês de Junho, com 9 outros seguindo-se-lhe no encalce no mês de Março.

 

Se a História é a melhor mestra da vida, seus anais assinalam-nos que na antiga Babilónia um jovem chamado Elmesu deixou registado num moldado de argila a sua admiração e gratidão pelo seu progenitor, tendo isto ocorrido há 4.000 anos!

 

No final da 1ª década do século XX despontou em Spokane (EUA) a institucionalização da consagração da figura do Pai, um evento que se difundiu depois pela extensão da nação norte-americana. Foi o Presidente Richard Nixon quem decretou o “Dia do Pai” (Father´s Day) em 1972. Dali a esta data apenas meia centena de países do planeta azul se pode orgulhar da consagração da figura do Pai.

 

A efeméride em apreço é celebrada a 19 de Março nos seguintes países da lusofonia: Angola, Cabo Verde, Moçambique e Portugal. No grande Brasil o “Dia do Pai” celebra-se no 2º Domingo de Agosto. Quatro países europeus de formação estruturalmente cristã também festejam a consagração da figura de Pai a 19 de Março. Ei-los na ordem alfabética: Andorra, Espanha, Itália e Liechtenstein.

 

Todos nós descendemos do homo sapiens, a despeito da cor da nossa epiderme, do maior ou menor grau de alfabetização e da formação religiosa. Acho portanto oportuno e muito sensato que o ”Dia do Pai” deixe de ser um evento regional, porque ele é de sua essência uma efeméride de cariz universal. Oxalá que a Organização das Nações Unidas (ONU), criando de vez em quando os chamados “dias mundiais”, cedo proclame o “Dia Mundial do Pai” atribuindo um maior prestígio a essa efeméride!

         

Alcobaça. 26.03.2012                                     

 

 Domingos José Soares Rebelo 

 

Fonte: Wikipédia              

 

(*) http://www.google.pt/imgres?um=1&hl=pt-PT&authuser=0&biw=1366&bih=643&tbm=isch&tbnid=XHNyNiab0gPb3M:&imgrefurl=http://coisasgirasmcf.blogspot.com/2010/03/feliz-dia-do-pai.html&docid=8Xb2bh0g6_TwzM&imgurl=https://1.bp.blogspot.com/_5gOTdSQEgVU/S6OQ4pmra_I/AAAAAAAAC_I/gvHq52QjbJ8/s400/pai1.jpg&w=400&h=300&ei=8TglUJeTFIaX0QWX6ICoCg&zoom=1&iact=hc&vpx=670&vpy=178&dur=5757&hovh=194&hovw=259&tx=122&ty=117&sig=109766553202599468647&page=1&tbnh=124&tbnw=165&start=0&ndsp=21&ved=1t:429,r:3,s:0,i:144                                    

A GRANDE POUPANÇA

 (*)

 

Meu nome não interessa, tenho 61 anos e pertenço a uma geração azarada: Quando era jovem as pessoas diziam para escutar os mais velhos, que eram mais sábios. Agora dizem que tenho que escutar os jovens, porque são mais inteligentes.

Na semana passada li numa revista um artigo no qual jovens executivos davam receitas simples e práticas para qualquer um ficar rico. E eu aprendi muita coisa... Aprendi, por exemplo, que se eu tivesse simplesmente deixado de tomar um cafezinho por dia, durante os últimos 40 anos, eu teria economizado $ 30.000,00. Se eu tivesse deixado de comer uma pizza por mês, teria economizado $ 12.000,00 e assim por diante. Impressionado, peguei um papel e comecei a fazer contas, então descobri, para minha surpresa, que hoje eu poderia estar milionário.

Bastava não ter tomado as cervejas que tomei, não ter feito muitas das viagens que fiz, não ter comprado algumas das roupas caras que comprei e, principalmente, não ter desperdiçado meu dinheiro em itens supérfluos e descartáveis.

Ao concluir os cálculos, percebi que hoje eu poderia ter quase $ 500.000,00 na conta bancária.

É claro que eu não tenho este dinheiro. Mas, se tivesse, sabe o que este dinheiro me permitiria fazer?

Viajar, comprar roupas caras, me baldar com itens supérfluos e descartáveis, comer todas as pizzas que eu quisesse e tomar cafezinhos à vontade talvez pagar as consultas aos médicos. Por isso acho que me sinto absolutamente feliz em ser pobre.

Gastei meu dinheiro com prazer e por prazer, porque hoje, aos 61 anos, não tenho mais o mesmo pique de jovem, nem a mesma saúde. Portanto, viajar, comer pizzas e cafés, não faz bem na minha idade e roupas, hoje, não vão melhorar muito o meu visual!

Recomendo aos jovens e brilhantes executivos que façam a mesma coisa que eu fiz. Caso contrário, chegarão aos 61 anos com um monte de dinheiro em suas contas bancárias, mas sem ter vivido a vida".

"Não eduque o seu filho para ser rico, eduque-o para ser feliz. Assim, ele saberá o valor das coisas, não o seu preço."

 

Recebido por e-mail, Autor não identificado

 

(*)http://www.google.pt/imgres?um=1&hl=pt-PT&sa=N&biw=1311&bih=617&authuser=0&tbm=isch&tbnid=ieGmBDsUU5pGaM:&imgrefurl=http://ateumilitante.blogspot.com/2011/07/o-avarento.html&docid=cZP8bbi56rLe9M&imgurl=https://1.bp.blogspot.com/-P0puXHIZjJ4/TjB4G1MnNwI/AAAAAAAAAPU/1e2effcYdJg/s400/o-avarento.jpg&w=300&h=224&ei=rzoiUJv0GoSn0QWHmYHYCw&zoom=1&iact=hc&vpx=121&vpy=150&dur=225&hovh=179&hovw=240&tx=126&ty=102&sig=109766553202599468647&page=1&tbnh=124&tbnw=165&start=0&ndsp=22&ved=1t:429,r:0,s:0,i:72

QUANDO AS AMIGAS CONVERSAM...

ACABAR COM OS OVOS

 

Eu já tinha industriado a minha amiga de um pecadilho de gula apenso ao clã familiar da minha infância, de gostarmos – a minha mãe, a minha irmã e eu – dos ovos estrelados com açúcar, o que francamente a desmotivou de pegar em outros episódios da sua crítica à mísera actualidade, repugnada que ficou, que é pessoa de comedimento na questão das doçuras e assim mo explicitou.

 

A propósito, pois, de ovos estrelados, referi-lhe o episódio de “A Capital” do Eça, em que Artur Corvelo, saído da província, e querendo lançar-se no mundo literário da capital, lê aos seus comensais, intelectuais da praça, angariados pelo parasita Melchior, partes de uma sua peça de teatro, numa cena grotesca de gente indiferente e esfomeada, que vai comentando e rosnando entre dentes contra a maçada de uma leitura sobre ambientes e figuras de uma realidade e um enredo sediços. A cena gaguejada do “estrelados só ovos” provocou muita gargalhada de intenção maldosa, destruidora dos efeitos restantes da intriga, entre a gente deserta por começar a comer. Não resisti a levar-lhe essa parte da cena do capítulo IV (É Artur Corvelo que fala):

 

«- O que lhes vou agora ler, é quando o Poeta faz, em casa da duquesa, o elogio da poesia… E enfim, verão… É numa soirée:

«O CONDE DE S. SALVADOR

«- Leu os “Céus Estrelados”, marquesa?

«A MARQUESA DE ALVARENGA (despeitada)

«- Até acho impertinente que mo pergunte, Conde! Uma pessoa do meu nascimento e da minha educação, não toca nem com luvas…

«O VISCONDE de FREIXAL (gaguejando)

«- A ma-arquesa e-em que-estões de es-es-trelados só-ó o-vos!

Todos riram. Muito bem! Muito bem! O Meirinho afectava torcer-se…»

 

Uma cena caricatural, que culmina com a longa notícia bajuladora do jornal, que tudo refere subservientemente acerca das altas personalidades que participaram no sarau literário, e do distinto menu, escamoteando o nome do seu patrocinador e autor da obra lida, e mais uma vez reveladora do conhecimento humano e dos ambientes pedantes e simultaneamente pirosos e mesquinhos da sociedade lisboeta, e das dificuldades para se singrar no mundo da literatura, que Eça tão bem conheceu.

 

Mas dias depois, a minha amiga, que é uma alma sensível e escuta todos os programas dos canais sensíveis aos interesses do nosso público e mesmo aqueles expressivos do nosso bem-estar material, como sejam alguns da Sic e da TVI de muita alegria, cujo dinheirão para os elevados cachets não mergulha na mísera bolsa dos portugueses, ao que eu logo opus que não devemos generalizar tanto a questão miserabilista, e ela logo arremeteu contra o “Prós e Contras”, como exemplo de programa de muita extensão horária, e de largo dispêndio de palavras e de pessoas, conquanto sem resultados práticos para o país, apesar dos esforços denodados da Fátima Campos Ferreira, a não ser a tal canalização do dinheiro dos impostos para efeitos retributivos, o que muito enerva a minha amiga, mesmo que eu ache que às vezes se colhe esperança nele, no que ela não acredita, por entender, como Pacheco Pereira, que o programa é de encomenda pró-governo, tão passista agora, como antes fora socratista, por a RTP ser um canal ligado ao poder.

 

Ora, entre os programas que a afectaram na sua piedade, conta-se uma entrevista a um industrial de ovos sobre a imposição europeia de alterar as condições dos espaços de criação dos ovos, o que, por falta da verba necessária, exigiria dos industriais ovícolas a matança de milhões de galinhas. E, além dos preços dos ovos aumentarem, também de exportador, Portugal passaria a ser importador de ovos.

O industrial estava desolado, era mais um a ter que despedir trabalhadores, ele próprio provavelmente ficando sem trabalho, “coitadas das pessoas!”, no que eu contestei a minha amiga, para a distrair das suas penas, que são minhas também, fartas que estamos das notas negativas a um governo que tem construído a sua teoria de salvação do país assente no sacrifício de alguns e que não se resolve a cobrar dos que enriqueceram ilicitamente.

 

E a minha amiga explica que “o dinheiro está todo lá. Agora mandar vir vai dar um trabalhão. Então não está provado que está roubado até à quinta casinha?”

 

Falámos nas passeatas do presidente e dos ministros pelo mundo além, ao que parece com objectivos de desenvolvimentos comerciais, mas ponderámos que já muitas passeatas dessas se fizeram antes, e o resultado fora, como agora iria ser, de rombo no erário público para divertimento do pessoal governativo viajante aéreo. E nem sequer em viagem para comercializar os ovos da hecatombe anunciada, como mais um retalho do país a saldo.

 

Não. Os ovos estarão reservados para as balas da nossa garantia de continuidade. A ministra Assunção Cristas garante estar em cima do acontecimento, alguma solução há-de ter na manga. Com açúcar é que não é.

 

Berta Brás

HISTÓRIAS VIVIDAS

 

 

Crónica de uma pequena cidade

                       

Debaixo de toldos improvisados, enfeitados com bandeirolas multicoloridas, sentados a uma das mesas que se aglomeravam naquele espaço exíguo, estavam o padre, o juiz e o médico da vila. Era uma noite de final de Junho quando a pequena comunidade estava reunida para comemorar São João e arrecadar dinheiro na quermesse para ajudar nos reparos que a velha Igreja já há anos pedia. O cheiro de pipoca quentinha, algodão doce, quentão e canjicada, pelo ar rescendia. Em algazarra, a rapaziada acompanhava com gargalhadas, a cada tentativa frustrada, o sobe e desce dos moleques no pau-de-sebo. Um calor reconfortante aquecia aqueles que da fogueira crepitante se aproximavam para espantar o frio. A bandinha, em altos e baixos, marcava presença tocando maxixes e modinhas enquanto os rapazes e as moçoilas, vestidas com roupas de chita, rendas e fitas, ensaiavam a quadrilha. Estopins, bombinhas, fogos de artifício, faziam a alegria da meninada em reboliço. As senhoras dedicadas, sempre muito ocupadas, ajudavam nas prendas e barraquinhas.

 

O prestigiado grupo de letrados a tudo assistia, versejava, punha em pauta as últimas noticias. O médico, novo na vila, já com fama de bom doutor e de ser também um “gozador”, atraía a atenção dos interlocutores com suas estórias.

 

- Mas então doutor, porque falhou ao nosso encontro semanal? Tem tido muito serviço? Perguntou o juiz.

 

Com um sorriso maroto, despertando curiosidade, respondeu jovem esculápio:

 

- O amigo sabe como é o trabalho de médico. Não tem dia e nem hora para acabar... . Na quinta-feira, ao fechar o consultório, no final da tarde, quando já me aprontava para o nosso habitual encontro, recebi uma chamada telefónica que me fez sair da rotina e mudar de rumo. Passei então que passei uma noite extraordinária...

 

A última frase do médico deixou o padre um pouco desconfortável, enquanto o juiz, atiçado, estimulava a prosa. Sem se fazer de rogado o jovem médico continuou...

 

- Estava-me preparando para sair quando o telefone tocou e uma voz feminina, amigável, particularmente me sensibilizou ao relatar que estava preocupada. A filha estava com febre e pedia que eu fosse vê-la. O que prontamente eu atendi. Ao verificar que não era nada de grave, apenas um pequeno resfriado, tranquilizei a jovem senhora, que agora já descansada, insistente, me convidava para ficar e jantar com ela. Foi assim que saí da rotina e que passei uma noite muito agradável com minha mulher e filha, lá em casa... Concluiu o médico com um sorriso ao ver a cara aliviada dos ouvintes.

 

Histórias de vida daqueles que vieram e vivem nas nossas longínquas e interioranas paragens...

 

 Maria Eduarda Fagundes

 

Uberaba, 27/07/12

QUANDO AS AMIGAS CONVERSAM...

SEM VOLTA

 

Falámos dos comentários que as nossas fotos mereceram no meu blogue – a minha filha, a fotógrafa, escrevera:” “Realmente a foto ficou tremida, porém as árvores também abanam com o vento. Mas que isto com imagem é outra coisa, é! Agora só falta a música.” Ao que eu respondera: “As tremuras são fruto da época, não se estranha. De l’âge aussi. Quanto à música… é toda interior, que a voz é de cana rachada. Mas eu agradeço à fotógrafa pelo momento-chave que soube captar”A minha amiga, posteriormente, acrescentou: “Só faltou acrescentar que as árvores morrem de pé”, o que não era o nosso caso. Reparou no tamanho excessivo das fotos colocadas no blogue, e eu respondi que pensara que o Dr. Salles lhes reduziria o formato, habituado que está a lidar com as imagens do seu blogue.

Desta forma, terminou o nosso momento de glória evocativa, inocente de intenções pecaminosas, embora não imodesta, em nada comparável, contudo, à de um tal Erostratus, que, desejoso de celebridade a qualquer custo, não fez mais do que incendiar o templo de Ártemis em Éfeso, uma das Sete Maravilhas do Mundo. Aquele permaneceu em obras que o recordaram, entre as quais um texto expositivo em inglês, de Fernando Pessoa,– «Celebridade e Génio – Erostratus» – outra de Sartre – novela (terceira) pertencente ao conjunto de seis novelas intitulado “Le Mur - “Erostrate” – que foca o problema do ódio pelos homens de um maníaco inteligente, o qual prepara conscienciosamente os seis assassínios que deseja perpetrar, a última bala da pistola destinada a si próprio, que irrisoriamente não teve coragem de disparar, fechado entre as paredes da casa de banho de um café para onde precipitadamente correra a refugiar-se. Um conto sobre um ser odiento, de um descritivo poderoso despojado de quaisquer resquícios de boa moral, feito pela personagem Paul Hilbert, na primeira pessoa, provavelmente já como exemplo da filosofia existencialista que coloca no homem ateu a responsabilidade única pelos seus actos.

 

E ao contar isto à minha amiga, logo ela lembrou os incendiários dos novos tempos, como seres perversos e impunes:

 

- Uma pergunta que eu já tenho feito muitas vezes: Quantos anos de cadeia lhes são atribuídos quando fica a prova de que foram eles os incendiários? Porque é um crime tão grande, tão grande, tão grande!… Tinha que ser uma pena muito grande. Mas a gente nunca mais ouve falar no final daquela história. Deve ser uma pena muito leve…

 

 

 

- Pois! O Erostratus primitivo praticou o crime de destruição de um templo célebre, para ser conhecido, e foi imortalizado, como símbolo, pelo menos no conto escabroso e violento de Sartre. Os miseráveis incendiários dos novos tempos praticam o crime encobertamente, talvez a mando dos outros miseráveis que lhes pagam para isso. Não têm direito a glória, pobres seres que a sociedade até protege, pois não lhes cita sequer os nomes, a merecer linchamento. Um país que arde, mas como arde a muitas frentes, não há coragem de pôr cobro a tais sevícias. É bem outra, a filosofia que a elas preside, nada de existencialismos responsabilizadores e formadores da personalidade humana, que se pode ir construindo até no ódio, com uma certa grandeza. Os nossos incendiários pululam no aconchego da obscuridade e da impunidade, como os demais fautores dos crimes nacionais. Não há volta a dar-lhes.

 

Berta Brás

QUANDO AS AMIGAS CONVERSAM…

 

 

… eis a coluna de duas Senhoras à volta de um café cuja vasta cultura nos traz muitos temas para a nossa meditação. Já por cá têm andado mas só agora formalizam esta já antiga pertença.

 

Continuemos…

 

Henrique Salles da Fonseca

  

OS ESTEIOS DE NARCISO

 

O Dr. Salles da Fonseca pediu-me uma fotografia da minha amiga e minha sentadas à mesa do café, com ela a comandar os referentes da sua experiência de leitura ou audição de noticiários, eu a tomar afanosamente as notas do seu discurso esbracejante, dos seus conceitos generosos ou inconformistas, do seu tom altaneiro de quem, tendo atravessado a ponte aos solavancos, desde a outra margem, continua na margem de cá a patinhar no lodo em que nos vamos afundando, sem esperança para os nossos netos. A minha amiga logo protestou, avessa às fotos deste nosso entardecer, ela que um dia me ofereceu uma foto dos vinte anos, com os dizeres da sua escrita rápida e angulosa, expressiva de liderança – “Esta fotografia é do tempo em que nos conhecemos - também por fotografias – através da Fernanda” (minha irmã). “Por isso é dos bons velhos tempos”.

 

 

Pensei que ressalvaria o seu narcisismo, se à fotografia das duas velhas senhoras da cavaqueira desarrumada acrescentasse essa foto elegante, dos anos da sua Zambézia de praias, e amizades e trabalho competente.

 

 

A minha filha Paula achou excelente a ideia do Dr. Salles e logo se prontificou a tirar a foto com o seu telemóvel, num dia de conversa a três, mas logo o meu narcisismo exigiu parceria na questão dos vinte anos, levando-me a procurar uma fotografia também do mesmo ano – 55 – tirada com capa emprestada, por ser avessa a praxes, arrimada toscamente ao meu pinheiro de forte tronco da Lousã, como a minha amiga se postara elegantemente à árvore moçambicana da sua pose.

 

Desta forma se resolveria a questão do vaidoso repúdio dos maus efeitos causados pela nossa figura actual, revelando o que já fôramos, mantendo embora, como símbolo de persistência no tempo, os troncos narcísicos do nosso arrimo e jeito de batalhar: a minha amiga, no rebuscamento saleroso dos seus contorcionismos frásicos irónicos que a sua árvore denuncia, a minha figura mais atarracada prolongando-se no tronco forte do pinheiro generoso e protector mas duro, na opinião de alguns, definitivamente tímido, na opinião própria

 

Berta Brás

Mais sobre mim

foto do autor

Sigam-me

Subscrever por e-mail

A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.

Arquivo

  1. 2025
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
  14. 2024
  15. J
  16. F
  17. M
  18. A
  19. M
  20. J
  21. J
  22. A
  23. S
  24. O
  25. N
  26. D
  27. 2023
  28. J
  29. F
  30. M
  31. A
  32. M
  33. J
  34. J
  35. A
  36. S
  37. O
  38. N
  39. D
  40. 2022
  41. J
  42. F
  43. M
  44. A
  45. M
  46. J
  47. J
  48. A
  49. S
  50. O
  51. N
  52. D
  53. 2021
  54. J
  55. F
  56. M
  57. A
  58. M
  59. J
  60. J
  61. A
  62. S
  63. O
  64. N
  65. D
  66. 2020
  67. J
  68. F
  69. M
  70. A
  71. M
  72. J
  73. J
  74. A
  75. S
  76. O
  77. N
  78. D
  79. 2019
  80. J
  81. F
  82. M
  83. A
  84. M
  85. J
  86. J
  87. A
  88. S
  89. O
  90. N
  91. D
  92. 2018
  93. J
  94. F
  95. M
  96. A
  97. M
  98. J
  99. J
  100. A
  101. S
  102. O
  103. N
  104. D
  105. 2017
  106. J
  107. F
  108. M
  109. A
  110. M
  111. J
  112. J
  113. A
  114. S
  115. O
  116. N
  117. D
  118. 2016
  119. J
  120. F
  121. M
  122. A
  123. M
  124. J
  125. J
  126. A
  127. S
  128. O
  129. N
  130. D
  131. 2015
  132. J
  133. F
  134. M
  135. A
  136. M
  137. J
  138. J
  139. A
  140. S
  141. O
  142. N
  143. D
  144. 2014
  145. J
  146. F
  147. M
  148. A
  149. M
  150. J
  151. J
  152. A
  153. S
  154. O
  155. N
  156. D
  157. 2013
  158. J
  159. F
  160. M
  161. A
  162. M
  163. J
  164. J
  165. A
  166. S
  167. O
  168. N
  169. D
  170. 2012
  171. J
  172. F
  173. M
  174. A
  175. M
  176. J
  177. J
  178. A
  179. S
  180. O
  181. N
  182. D
  183. 2011
  184. J
  185. F
  186. M
  187. A
  188. M
  189. J
  190. J
  191. A
  192. S
  193. O
  194. N
  195. D
  196. 2010
  197. J
  198. F
  199. M
  200. A
  201. M
  202. J
  203. J
  204. A
  205. S
  206. O
  207. N
  208. D
  209. 2009
  210. J
  211. F
  212. M
  213. A
  214. M
  215. J
  216. J
  217. A
  218. S
  219. O
  220. N
  221. D
  222. 2008
  223. J
  224. F
  225. M
  226. A
  227. M
  228. J
  229. J
  230. A
  231. S
  232. O
  233. N
  234. D
  235. 2007
  236. J
  237. F
  238. M
  239. A
  240. M
  241. J
  242. J
  243. A
  244. S
  245. O
  246. N
  247. D
  248. 2006
  249. J
  250. F
  251. M
  252. A
  253. M
  254. J
  255. J
  256. A
  257. S
  258. O
  259. N
  260. D
  261. 2005
  262. J
  263. F
  264. M
  265. A
  266. M
  267. J
  268. J
  269. A
  270. S
  271. O
  272. N
  273. D
  274. 2004
  275. J
  276. F
  277. M
  278. A
  279. M
  280. J
  281. J
  282. A
  283. S
  284. O
  285. N
  286. D