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A bem da Nação

O NASCIMENTO DAS FORÇAS ARMADAS DOS EUA

A HISTÓRIA ESQUECIDA

Quando os EUA nasceram, no final do séc. XVIII, havia uma grave crise com os muçulmanos do norte da África.

Eram povos oficialmente muçulmanos, que viviam sob as leis do Corão.

- Estes islâmicos atacavam os navios que passavam pelo Mediterrâneo, incluindo os americanos, sequestrando, escravizando e matando ocupantes, além de saquear a carga. Os navios americanos eram normalmente protegidos pela marinha inglesa antes da independência dos EUA, mas depois de 1776, era cada um por si.

- Os piratas muçulmanos cobravam fortunas para resgate dos reféns e os preços subiam sempre a cada sequestro bem sucedido. Thomas Jefferson opôs-se veementemente aos pagamentos, mas foi vencido pelo voto. Os EUA e as outras nações com navios sequestrados, aceitavam pagar os resgates e subornar os piratas. O Presidente americano era George Washington.

- Por volta de 1783, Thomas Jefferson, Benjamin Franklin e John Adams vão para a Europa como Embaixadores, para negociar tratados de paz e cooperação. Os EUA nasceram em 1776 e desde então, estavam mergulhados  na Guerra de Independência. Assim que a situação acalmou, essas três grandes figuras  saem em missão diplomática para representar o país.

- Em 1786, depois de dois anos de conversações diplomáticas com os islâmicos, Thomas Jefferson e John Adams encontraram-se com o embaixador dos povos que ficavam na região de Trípoli, actual Líbia, chamado Sidi Haji Abdul Rahman Adja. Jefferson estava incomodado devido aos ataques que não acabavam, mesmo com todos os esforços de paz. Quis saber por isso, com que direito os muçulmanos continuavam a sequestrar e a matar os americanos.

- A resposta que ouviu, marcou Jefferson para sempre: "o Islão foi fundado nas Leis do Profeta, que estão escritas no Corão, e diz que todas as nações que não aceitarem a sua autoridade são pecadoras, que é direito e dever declarar guerra contra os seus cidadãos onde puderem ser encontrados e fazer deles escravos; e que todo o muçulmano que for morto na batalha irá de certeza para o Paraíso."

Jefferson ficou chocado. Ele não queria acreditar que uma religião literalmente mandava matar todos os que considerava infiéis e que quem morresse na batalha iria para o paraíso.

- Durante 15 anos, o governo americano pagou os subornos para poder passar com seus navios na região. Foram milhões de dólares, uma quantia que representava 16% de todo orçamento do governo federal. O primeiro presidente do país, George Washington, não queria ter forças armadas permanentes, por não ver riscos de ataques ao país, mas os muçulmanos fizeram mudar esta ideia. Os subornos serviriam para evitar a necessidade de ter forças militares permanentes, mas não estavam a funcionar porque os ataques continuavam. Quando John Adams assume a Presidência dos EUA, as despesas sobem para 20% do orçamento federal.

- Em 1801, Jefferson torna-se no terceiro presidente americano e, mal tinha esquentado a cadeira, recebe uma carta dos piratas aumentando o preço da autorização para  navegar naquela área. Jefferson fica louco e, agora como presidente, diz que não vai pagar nada.

- Com a recusa de Jefferson, os muçulmanos de Trípoli tomaram conta da embaixada americana e declararam guerra aos EUA. Foi a primeira guerra da América após a independência. A marinha de guerra americana foi criada exactamente para esse conflito. As actuais regiões da Tunísia, Marrocos e Argélia juntaram-se aos líbios na guerra contra os americanos, o que representava praticamente todo norte da África com excepção do Egipto.

- Jefferson não estava para brincadeiras. Mandou os seus navios para a região e o conflito durou até 1805, com a vitória americana. O presidente americano ainda colocou tropas ocupando o norte de África, para manter a situação sob controle.

Thomas Jefferson ficou realmente impressionado com o que aconteceu. Ele era contra as guerras e escreveu pessoalmente as leis de liberdade e tolerância religiosa que estão na origem da Constituição americana, mas entendeu que o Islão é totalmente diferente, era uma religião imperialista, expansionista e violenta.

Jefferson mandou publicar o Corão em inglês em 1806, lançando a primeira edição americana. Ele queria que o povo americano conhecesse o Corão e entendesse aqueles povos do norte da África que roubava, saqueava e matava, cobrava resgates e que declarou guerra quando os pagamentos cessaram.

Durante 15 anos, um diplomata de Jefferson chegou a dizer, que os americanos eram atacados porque não atacavam de volta, sendo vistos como fracos. A fraqueza americana foi um convite para os muçulmanos daquela época, como é hoje para o ISIS. 

Só houve paz na região quando Jefferson atacou e venceu a guerra, ocupando depois o território. Só assim foi conseguida a paz.

Eles estão como os motivadores da primeira guerra; foram eles que forçaram a criação das forças armadas que nem existiam, e fazem parte até do hino dos marines que começa com "From the Hills of Montezuma / To the shores of Tripoli".

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(por amabilidade de D. Martinho Pereira Coutinho)

NÃO HÁ EXEGESE PARA NINGUÉM

 

 

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OS RADICAIS MUÇULMANOS INTERPRETAM O CORÃO À LETRA

 

Quando os meses sagrados houverem transcorrido, matai os idólatras onde quer que os acheis; capturai-os, acossai-os e espreitai-os (…)

Corão, 9ª Surata, versículo 5

 

 

Eis algumas frases «simpáticas» de um dos teólogos muçulmanos mais radicais, o Sheick Hassan al-Banna (1906-1949), fundador da Fraternidade Muçulmana:

 

É da natureza do Islão dominar, não ser dominado, impor a sua lei a todas as Nações e fazer alastrar o seu poder ao planeta inteiro.

 

O punhal, o veneno e o revólver… Estas são as armas do Islão contra os seus inimigos.

 

E agora? Aceitam-se sugestões.

 

Janeiro de 2017

 

 

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Henrique Salles da Fonseca

ATENTADO...

 

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... CONTRA OS SISTEMAS POLÍTICOS OCIDENTAIS E

CONTRA O CRISTIANISMO

 

Berlim como símbolo do cristianismo e Nice como símbolo da República

 

 

O atentado em Berlim provocou 12 mortos e 49 feridos (destes encontram-se 14 em perigo de vida). Eram pessoas que se alegravam como outros, nos milhares de mercados de natal que tradicionalmente se realizam durante as quatro semanas de advento, em todas as cidades e aldeias da Alemanha. Fica a compaixão com as vítimas.

 

A Polícia Judiciária Federal alemã busca o tunisino Anis Amri, disponibilizando um prémio de recompensa pela captura que vai até 100.000 euros. No camião, foram encontradas impressões digitais e os documentos do refugiado tunesino (tolerado) de 24 anos de idade (em posse de diversos documentos de identidade); Anis Amri já tinha sido condenado a quatro anos de prisão na Itália mas a Tunísia não o aceitou e ele depois de cumprida a pena submergiu na sociedade pedindo depois refúgio na Alemanha. A Alemanha tolerava-o dado não o poder enviar para a Tunísia. Os Verdes não estão de acordo considerar os países do norte de África como países seguros onde se possa reenviar refugiados não reconhecidos como tal.

 

O delinquente islamista era "soldado do Estado Islâmico", segundo declarou o porta-voz do EI Amak.

 

As pessoas de boa vontade e o povo alemão encontram-se assustados e tristes e a chanceler sente-se “horrorizada, chocada e profundamente triste”. Para estas coisas “não há respostas simples”, confessa ela. Este é o maior ataque na Alemanha que atinge profundamente a Chanceler dos refugiados.

 

Atentado contra os símbolos da cultura ocidental

 

O atentado de Berlim repete a estratégia do atentado de Nice perpetrado na França a 14 de julho passado, dia nacional da República, e que provocou 86 mortos e 400 feridos. Na França são atacados os valores republicanos da revolução francesa e em Berlim é atacado o cristianismo, como sua fonte.

 

Apesar do grande empenho e da alta competência e actividade do sistema de segurança nacional, a Alemanha não conseguiu impedir o que um dia teria de acontecer.

 

O islamismo fanático está consciente da importância dos símbolos, dos mitos e das ideias como motivadores de acção e como fundamentos em que assenta a história de toda a cultura, nação ou civilização. Por isso escolhem bem os espaços e os tempos da sua intervenção na sua luta anti-cultural. O mercado atacado tem grande densidade de significado e conteúdo: fica mesmo ao lado da “Igreja do Memorial”, que é símbolo da paz e da reconciliação e como mercado do advento prepara a festa do Natal.

 

A logística do fanatismo cria rituais e contra-símbolos como mensagens estatuídas, nos minaretes do tempo, a avisar contra os símbolos dos adversários. De fora operam com atentados, de dentro não aceitando as canções de natal ou a festa do são martinho, cruzes, etc. Pelo que observo, nas sociedades onde se encontram, como pessoas são geralmente muito simpáticas mas como grupo religioso, geralmente lutam pelo seu direito de grupo mas não pela humanidade ou pelos direitos da pessoa (a defesa destes enfraqueceria o grupo!).

 

O problema não está nos refugiados mas na ideologia. Não se trata agora de criminalizar tantos refugiados vítimas da guerra nem de abdicar de uma sociedade aberta e livre mas de levar os chegados a abrir-se à abertura que lhes permite serem eles (e, por outro lado verificar até que ponto os imigrados são integráveis; sim porque uma civilização não pode transformar-se numa floresta aberta). Não chega perseguir aqueles que em nome do Islão praticam a barbaridade, é preciso que o islão se transforme de maneira a aceitar os outros como pessoas e não apenas como crentes de um lado e adversários do outro. Doutro modo o Ocidente passa a viver na reacção ao medo e na caça daqueles que alimentam a suas energias negativas a partir do Corão (até surgiu a ideia de encerrar todos os mercados de natal na Alemanha assim como a de evitar festas de natal nos jardins de infância ou nas escolas para se não ferirem susceptibilidades islâmicas! Entretanto optaram por colocar cubos de cimento nos acessos aos mercados de natal). Há que purificar as águas do abuso na fonte, doutro modo tudo não passará de maculatura. Uma sociedade aberta não se pode desculpar por ter de defender a abertura, uma sociedade aberta tem o direito de exigir dos hóspedes também a abertura que eles exigem para si. Doutro modo autodestrói-se. Combater os nazis e seus dizeres e ignorar os dizeres (suras) do Corão que são mais desumanos que os dizeres dos nazis é confundir e enganar a sociedade. O Corão precisaria de ter notas explicativas que neutralizassem a guerra e que justificam.

 

Os políticos e a economia são os mais responsáveis do estado a que chegamos porque pretendem enganar o cidadão dizendo que na guerra declarada à cultura ocidental se trata apenas de casos individuais ou de grupos extremistas e, por isso, não exigem o estabelecimento de acordos bilaterais de abertura que assegurem nas sociedades islâmicas o respeito pelos cristãos e ateus como acontece nas sociedades ocidentais com os muçulmanos. A troca e o intercâmbio não é suficiente nem honesta se uma parte se preocupa apenas com o dinheiro como se o mundo se reduzisse a um supermercado.

 

Também é verdade que uma cultura se afirma em grande parte pela economia e tecnologia mas estas não são monopólio eterno do Ocidente e no futuro quem mais se afirmará serão as culturas com economias fortes. O ocidente vive na ilusão de poder continuar a abdicar da sua cultura e só com a economia e meia dúzia de valores desencarnados poder continuar a influenciar determinantemente o mundo sem uma plataforma cultural vivida; equivoca-se não se tornando consciente das razões da sua decadência. Nos inícios havia a guerra entre tribos, depois entre nações e agora dá-se entre civilizações. O ocidente encontra-se num momento da História semelhante ao dos judeus no tempo em que os romanos lhe destruíram o templo. Deles poderia o Ocidente e em especial a Europa aprender muito. O povo judeu integrou nele a interculturalidade sem perder nem renegar a sua identidade. Por isso continua a ser no mundo uma referência positiva e ao mesmo tempo, com o cristianismo, um grande impulsionador da história humana. Nos países onde os judeus se encontram, a civilização avança sem que se imponham. Estes poderiam constituir para as elites europeias um exemplo de abertura e de autodefinição na medida em que ad intra se aceitam como judeus crentes e judeus seculares e ad extra se afirmam no respeito pelas leis que vigoram nos países onde se integram sem quaisquer devaneios ideológicos de grupo.

 

A culpa repartida traz mais juros para as partes

 

Quem é o culpado do atentado? O assassino, o EI, o Islão? Esta é uma questão complicada e difícil de responder na nossa sociedade, habituada a culpar o cristianismo pelas maldades acontecidas em épocas passadas. O ressentimento é alimentado e cultivado por grupos de interesses que se aproveitam do sistema e procuram justificar-se buscando a culpa nos outros.

 

Por vezes tem-se a impressão que a culpa repartida traz mais juros para todos os grupos de interesses organizados no Estado, de forma autónoma, mesmo contra os interesses da nação e do povo. Por vezes tenho a impressão de encontrar um certo paralelo na atitude de tanatofilia dos suicidas bomba muçulmanos na defesa do islão e uma atitude de tanatofilia de muita gente da esquerda radical que consciente ou inconscientemente disputa pela morte da própria cultura.

 

Independentemente da realidade manifestada nos factos, cada partido reage aos atentados segundo a sua ideologia e programa, o que é natural em democracia. O que se torna estranho é o facto dos adversários de dentro se aproveitarem do inimigo de fora como aliado de luta para defesa da própria ideologia e ataque da do concorrente político; o factual passa à margem e o todo também. Agora, na rua, formam-se manifestações paralelas da direita e da esquerda, umas contra as outras; o que não se vê são manifestações de muçulmanos contra a barbaridade cometida. Procura-se tirar capital político das acções abomináveis em que cada parte aponta no sentido do polo contrário. Alguns falam de “mortos de Merkel” e da culpa da política de refugiados do governo alemão, outros vêm no acontecido um mal menor numa sociedade aberta, outros sentem satisfação e interesse em que se caia no caos, porque este lhes ofereceria mais oportunidades, que uma sociedade ordenada e próspera não ofereceria.

 

A discórdia e a luta de uns partidos contra os outros é aquilo que mais alegra e dá força aos islamistas. A sociedade se não quer ver a sua liberdade roubada terá de a defender, mas a sociedade de interesses encontra-se polarmente dividida predominantemente empenhada em fazer valer os interesses de uma parte contra os da outra perdendo-se na concorrência partidária sem se empenhar por encontrar um consenso do que constitui as colunas da própria identidade cultural que possibilita a uns e outros uma existência baseada na sustentabilidade.

 

Aos problemas da dinâmica democrática junta-se os parâmetros de uma outra sociedade concebida em termos fascistas que se exprimem, cada vez mais, numa sociedade com mais de 5 milhões de muçulmanos (quatro milhões de turcos cujas associações que de facto se sentem mais ligadas a Erdogan do que à constituição alemã). Os interesses de uns e de outros encontram-se à mistura e repartidos por diferentes facções políticas e económicas, todas elas interessadas no negócio com eles.

 

O islão-político conhece bem as fraquezas do Ocidente que, sem uma identidade comum será fácil de dividir ainda mais e de dominar tal como aconteceu a Roma perante os vizinhos bárbaros.

 

Enquanto o terrorismo internacional servir os interesses de algum grupo dentro de um país, ele não poderá ser combatido consequentemente sem haver “guerra-civil” ideológica. Haverá sempre a compreensão e os aliados que sacrificam a vítima em favor da agressão, tal como acontece hoje na Síria.

 

De facto não se trata já de deixar o terrorismo entrar na sociedade, ele já se encontra nela, camuflado de diferentes formas; o que se combate fora encontra-se dentro e vice-versa. Torna-se grutesco que vítimas da injustiça se tornem injustas tornando suas vítimas os humanos que os acolhem. A guerra gera guerra.

 

A paz não pode ter um só sentido em vias paralelas, pois nunca nos encontraríamos, doutro modo ganhará o que tiver a estratégia de autoafirmação exclusiva e mais agressiva.

 

O atentado de Berlim não é um ataque à Alemanha mas aos fundamentos da sua identidade na sua vertente religiosa do Natal e na vertente política da revolução francesa.

 

Apesar das provocações na própria casa, os cristãos têm de defender a abertura que lhe é própria na convivência com o próximo; para o cristão a dignidade é inerente ao homem e não a uma confissão. No caso, como se trata de interesses políticos não seria oportuno, depois de se ter apanhado na face direita, oferecer a esquerda, mas de fugir ao círculo vicioso de pagar o mal com o mal. O ódio é o pior companheiro porque, além de vingativo e cegar, traz consigo danos emocionais, físicos e espirituais. O mal não vem de fora; ele só se afirma porque se encontra dentro de nós e na sociedade que deformamos.

 

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António da Cunha Duarte Justo

 

ALEMANHA - GRANDE OFENSIVA CONTRA ISLAMISTAS

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 ASSOCIAÇÃO SALAFISTA PROIBIDA

 

Aumento da Roupa islâmica nas ruas é Sinal do Avanço do Islão radical

 

No dia 15.11.2016 realizou-se a maior operação policial em 10 estados federais. 1900 polícias fizeram buscas em 60 cidades a 200 habitações, escritórios e mesquitas da organização salafista “A Verdadeira Religião”( rede de pregadores), que foi proibida na Alemanha por ser contra a Constituição. O seu chefe Abou-Nagie encontra-se actualmente na Malásia. (Ele já tinha recebido ilegalmente, com a família, apoios sociais em Berlim no valor de 53.000€).

 

A polícia confiscou armas, computadores, várias facas, um facão, um soco-inglês e pirotecnia, ninguém foi preso na altura. Através do controlo policial geralmente discreto, a Alemanha consegue evitar actos de violência maiores na sociedade.

 

O Gabinete Federal para a Protecção da Constituição avalia o crescente número de radicais salafistas islâmicos na Alemanha em cerca de 1.200 homens e mulheres (20% mulheres!). A tática da organização é: primeiro distribuir o Corão e, em seguida, levar a aderir ao “Estado Islâmico”.

 

Sob o pretexto da distribuição do Corão em zonas de peões, a organização “Lê” fazia reclame pelo Estado Islâmico (Distribuíram na Alemanha, até 2016, 3,5 milhões de exemplares do Corão e no estrangeiro cerca de 26 milhões). Na Alemanha há cerca de 9.200 salafistas; 140 jovens foram radicalizados pelo grupo tendo ido como jihadistas para as zonas de combate na Síria e no Iraque.

 

Muçulmanos salafistas rejeitam a democracia e apenas reconhecem a jurisprudência islâmica (Sharia) e a “ordem islâmica” como única forma legítima de Estado e da sociedade. No início, quando o salafismo começou a distribuir o Corão nas zonas de peões, ninguém imaginava a pólvora que ele contém e então diziam não se poderem discriminar porque também se pode distribuir a Bíblia.

 

Na rua cada vez se nota mais a roupa islâmica como o sinal do avanço do Islão radical. O Problema do lenço tem a ver com o Islão político, com aspectos religiosos, feministas, minorias e direitos humanos, geralmente não tratados. A mulher muçulmana que tapa o corpo e põe o lenço assume uma áurea de vítima: vítima do Islão e da sociedade ocidental porque na sua decisão não é livre de fugir à pressão social de timbre fundamentalista muçulmano nem à pressão de timbre emancipatório ocidental.

 

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António da Cunha Duarte Justo

“O ISLÃO É INCOMPATÍVEL COM A DEMOCRACIA OCIDENTAL”

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MUÇULMANOS PODEM SER DEMOCRATAS - O ISLÃO NÃO

 

O cientista e politólogo Hamed Abdel-Samad constata que “o Islão é incompatível com a democracia, muçulmanos podem muito bem ser democratas… são democratas não por serem muçulmanos mas apesar de serem muçulmanos” (HNA 11.11.2016).

 

Muçulmanos e não muçulmanos defensores de uma modernização do islão na Europa, declaram-se fracassados e impotentes nos seus esforços de implementação de um islão mais democrático e aberto, dado a política europeia favorecer um islão de lenço e não apoiar as pessoas defensoras da modernização do islão nem um laicismo islâmico.

 

O cientista muçulmano Prof. Dr. Bassan-Tibi que sempre lutou por um islão filantrópico, democrático e humanista na Europa, vê tal intento frustrado, numa entrevista ao Cícero. Também segundo ele, muçulmanos liberais não são tomados a sério pelas instituições sociais nem são convidados pelas instituições públicas; convidados são os representantes tradicionalistas de organizações muçulmanas e mesquitas. Geralmente, em torno das mesquitas formam-se associações de utilidade pública que fomentam o gueto.

 

Abdel-Samad critica a vigente cultura de debate social que evita ou impede de falar a quem analisa objectivamente as coisas e fala texto claro e, por outro lado, concede palco a quem ideologiza e tudo isto em nome da tolerância que se baseia no medo de uma análise científica do assunto e, como tal se evita, com o pretexto de que uma discussão aberta e livre poderia fomentar a xenofobia. Com medo de encarar a realidade como ela é, prefere-se viver de diálogos oportunos para fazer salão e para alguns, mas que não tocam o âmago das questões e deste modo não servem também o islão.

 

Os nossos políticos estão interessados em que não haja uma discussão aberta sobre o assunto porque por um lado perderiam adeptos islâmicos e eleitores não islâmicos e triam de tomar mais medidas em favor da integração. Esta é uma questão muito complicada devido aos muitos interesses em jogo, sejam eles de assunto partidário e política ou de interesses profissionais como é o caso de assistentes sociais, advogados, médicos, professores, indústria e todo o comércio.

 

O islamismo considera a mulher como despojo nas suas conquistas e permite aos homens bater nas suas mulheres ou considerá-las como objecto sexual e como “sementes de colheita” (Corão), diz Abdel-Samad, defensor de um islão moderno.

 

Muito da nossa boa gente e até intelectuais preferem viver de ideias de um conhecimento superficial do islão para poderem aparecer nos palcos públicos (vivendo da ideia errónea de que as religiões defendem todas o mesmo), não notando que assim estão a apoiar o radicalismo islâmico e a impedir a formação de um islão moderno.

 

“O Corão protocola diferentes estádios ou condições em que Maomé e a sua comunidade se encontravam. Quando se sentia fraco e oprimido pregava a tolerância e o perdão e quando formou um exército com a comunidade, entrou em conflito com povos politeístas, judeus e cristãos, então são protocoladas no Corão as passagens de exclusão (xenofobia) e de ódio”, atesta Abdel-Samad. Uma vez que o Corão é visto como a última palavra de Deus imutável e intangível torna-se difícil pronunciar-se, sendo lógica a contradição e a ambiguidade do esmo Corão. “O Corão ordena aos muçulmanos que não façam amizade com cristãos nem com judeus porque são piores que animais e são impuros”; isto contradiz a dignidade e a igualdade; revela-se como uma boa estratégia porque o contacto poderia levá-los a comparar e a pensar mais diferenciadamente. Em geral, como nos Testemunhas de Jeová, o contacto inter-familiar de muçulmanos e cristãos não é desejado, a não ser no trabalho e com representantes.

 

Na crítica que se faz é determinante distinguir-se entre pessoa e ideologia. Uma coisa é o islão e outra coisa são os muçulmanos. Estes não devem ser abordados com preconceitos nem devem ser excluídos.

 

Uma pesquisa feita na Alemanha em 2015 revela que 57% dos residentes na Alemanha vêem o islão como ameaçador e 61% dizem que ele não se enquadra na democracia e dois terços rejeitam a afirmação de que o islão faz parte da Alemanha.

 

Muitos crentes fazem guerra fora e dentro: em nome da liberdade religiosa, exigem direitos especiais (acabar com a carne de porco nas escolas, pôr salas de oração à sua disposição, libertar as meninas de aulas de natação, de viagens de estudo, etc. e evitar gestos de cortesia, como apertar a mão a mulheres; estas são consideradas impuras no tempo da menstruação.

 

Em democracia é natural que os grupos de interesse se juntem para defenderem os seus interesses; a democracia, porém deveria estar mais atenta a quem se serve dela para impor costumes e leis antidemocráticas. Na Alemanha cada vez se sofre mais com a ligação do chauvinismo nacional turco promovido e controlado pelo governo turco que envia os seus funcionários para dirigir as mesquitas e por grandes organizações turcas numa Alemanha com 4 milhões de turcos que apoiam maioritariamente o regime fascista de Erdogan.

 

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António da Cunha Duarte Justo

O FANATISMO EMPURRA O MUNDO

 

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ATENTADO CONTRA CRISTÃOS COPTAS

 

Domingo, 12.12.2016 o ministro egípcio da saúde deu conhecimento de um atentado muçulmano no Cairo na catedral copta de S. Marcos. O atentado provocou 25 mortos e 49 feridos, durante uma missa.


Mais um atentado à conta do Islão! E muitos teimam em continuar a afirmar que este, como outros, é apenas excessos de extremistas da "religião da paz". Pelo que a realidade mostra por todo o lado, não. Pela paz é, certamente, a maioria dos muçulmanos mas o islão não. Em nome dele, sem contradição das massas muçulmanas, se cometem imensas barbaridades contra a humanidade.


Os cristãos coptas, uma comunidade cristã antiquíssima em toda a região constitui hoje uma minoria de 10% da população egípcia.


Al-Sisi, o presidente, decretou um luto nacional de três dias. De facto, a “Irmandade Muçulmana” é uma ameaça contínua não só para os cristãos mas também para os muçulmanos que querem viver em paz e sossego. A Irmandade tem ligação com o Daesh.


Os fanáticos muçulmanos determinam não só a imagem mas também a actualidade do Islão. Em nome da honra do Islão assassinam e destroem enquanto os civilizados explicam as suas barbaridades em nome da compreensão e da tolerância.


Será que a História lhes dá razão ao provar que quem se afirma com fanatismo e mais violência cria os pressupostos do futuro que então os legitimam e lhes dão razão... Porque será que no mundo ainda há tanta gente a viver da produção e do uso das armas e do combate por ideologias?

 

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António da Cunha Duarte Justo

“VATICANO” DOS MUÇULMANOS ISMAELITAS EM LISBOA

 

O Imamato Ismaelita é liderado por Aga Kahn

 

A sede mundial Ismaelita (Imamat Ismaili), que em Portugal é representada pela Fundação Aga Khan, “vai ser no palácio onde hoje funciona parte da Faculdade de Economia da Universidade Nova de Lisboa”, vendida pelo “Governo Geringonça” de Costa por 12 milhões de euros, livres de impostos. Pelo acordo assinado entre o Estado Português e o Imamat Ismaili, a rede Aga Kahn terá em Lisboa a sua sede mundial com um estatuto semelhante ao do Vaticano na Itália.

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Aga Khan, título religioso do actual imam Xá Karim Al Hussaini, é o líder muçulmano de 20 milhões de xiitas Ismaelitas Nizaris espalhados em 25 países, principalmente na Índia, Paquistão, Afeganistão, Tajiquistão, Síria, Iémen, Irão, Omã, Bahrein e no leste da Turquia; em Portugal vivem 8.000 ismaelitas Khoja (India, Moçambique). Karim Aga Khan IV é descendente (não comprovado) de Maomé; é o 49º imam nizari e pretende ser a avant-garde no Islão. Os ismaelitas procuram ser em todo o lado a “avant-garde do progresso” embora nos seus antepassados se encontrem os Assassinos, os modelos dos jihadistas homens-bomba de hoje. Nizaris-Ismailis eram conhecidos na Europa da Idade Média como Assassinos (homens das adagas, haxixe, na tradição romana dos sicários, “ascensor asini”, e outros vêem o termo Assassin derivado do árabe “asas” que também é empregue na maçonaria no sentido de Assis, “guardiães „ da herança, guardiães dos segredos, etc.).

 

Os ismaelitas confessam o testemunho islâmico da chahada de que "Não existe nenhum outro deus senão Alá e Maomé é o Seu profeta" e o Corão como palavra eterna de Deus.

 

De mentalidade moderada querem um Islão socialmente empenhado (escolas, hospitais, etc. e ajudam os lavradores e comerciantes a organizarem-se concedendo créditos através dos seus bancos). A revista de negócios americana "Forbes" elogia o Aga Khan como um “Venture Capitalist para Países em Desenvolvimento". Uma estrela da alta sociedade que consegue unir a ideia do Islão à modernidade. Aga Khan é um homem esperto que aposta no negócio, o grande factor que arrasta a educação, a mundivisão e o progresso.

 

Os ismaelitas crentes, que podem, cedem, 10% do seu ordenado, à Fundação Aga Khan. Nazim Ahmad é o representante da rede Aga Khan em Portugal. Rahim Firozali Ahmad é o director-geral da empresa de seguros Combined Insurance em Portugal. Como é comum entre muçulmanos, têm um grande espírito de cooperação e de solidariedade entre os membros da própria religião. Na Fundação Aga Khan em Portugal, e no Centro Ismaelita de Lisboa trabalham 600 ismaelitas gratuitamente.

 

O gordo título da notícia “Acordo milionário para Portugal” da VISÃO de que fora assinado o “acordo entre o Estado Português e o Imamat Ismaili trará para Portugal investimentos de centenas de milhões de euros” não será tão cândido como parece. Contudo, a necessidade obriga, o ouro encanta e o sucesso económico convence!

 

Aga Khan, o papa dos ismaelitas, tem uma fortuna estimada, no mínimo, em dez mil milhões de euros; ele é um dos principais accionistas de vários grupos internacionais, incluindo Grupos Fiat e Lufthansa e também é dono de bancos, jornais, minas de pedras preciosas, companhias aéreas, raças de cavalos e cadeias hoteleiras; está bem especializado no management mundial e pretende forjar novos pensadores e representantes de um Islão esclarecido. (Contudo haverá suspeitas de membros da religião financiarem grupos terroristas).

 

A Aga Khan Foundation (Fundação Aga Khan) é uma organização não confessional, uma organização de desenvolvimento não-governamental, que foi fundada em 1967 por Karim Aga Khan IV na Suíça e tem filiais em 15 países para a promoção especialmente na Ásia e na África Oriental. Como homem versado e inteligente sabe que a arte é um meio privilegiado para se criar ouvido e aceitação; por isso investe também em museus e eventos de arte.

 

Como outras organizações de cooperação para o desenvolvimento, a Fundação Aga Khan, com o seu corpo diplomático, arranja acordos de parceria (1) entre países desenvolvidos (2) e países subdesenvolvidos ou emergentes. Os países desenvolvidos precisam de mediadores para efectuarem o pagamento dos dinheiros que cada país disponibiliza em apoio dos países subdesenvolvidos. A Fundação Aga Khan é a maior organização de desenvolvimento privada do mundo. A sua empresa ganha por ano mil milhões de euros.

 

Aga Kahn conseguiu de Sarkozy a isenção de impostos na França (em particular imposto sobre o rendimento) e terá, para isso apoiado financeiramente Sarkozy, aquando da sua propaganda para as eleições.

 

Os ismaelitas são fundamentalmente uma elite religiosa e inteligente que se dedica sobretudo ao comércio, advocacia, engenharia, medicina e imobiliário; a instituição religiosa tem direito de imunidade e isenção de impostos. Gostam da discrição e cultivam o segredo, tal como a maçonaria. Em https://www.publico.pt/sociedade/noticia/ismailitas-a-elite-muculmana-da-diplomacia-e-dos-negocios-1728365 pode ler-se muitos pormenores sobre o grupo discreto que se apresenta de rosto brilhante vindo do capital. Expressam uma forma pacífica e diplomática do Islão.

 

Um problema fundamental nas relações com entidades muçulmanas está o seu princípio da Taqiyya (“Engano e ofuscação”) dos não crentes como método da diplomacia. O Islão é uma fé, um modo de vida e um movimento para a criação de ordem islâmica no mundo. Esperemos que Aga Kahn, se torne de facto, contra a tradição islâmica num Islão moderno e aberto.

 

Nos tempos que correm Aga Kahn parece ser um homem que reconhece os sinais dos tempos e os grupos de interesses que os lideram.

 

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António da Cunha Duarte Justo

 

  1. Também fazem negociações com os Ministérios do Desenvolvimento dos países dadores e os governos dos países recebedores a cooperação em projectos de desenvolvimento industrial e de infraestruturas. As empresas e mediadores envolvidos nos negócios entre parceiros doadores e recebedores conseguem grandes lucros, dado estes negócios envolverem grandes empresas e empreendimentos geralmente de milhões.
  2. Por trás desta ajuda económica a países emergentes encontra-se também o interesse dos países doadores criarem novos mercados para as próprias exportações a nível militar, económico, político, etc.) e países que recebem apoio para o desenvolvimento por países dadores, para cooperam com países desenvolvidos em projectos de desenvolvimento dos quais também usufruem.

GUERRA À GUERRA?

 

Mobilizar a Europa contra o fundamentalismo
Estará a Europa em guerra? Após cada ataque terrorista, há discursos políticos e acções policiais mas a sequência não tem fim à vista. Os Conselhos de Ministros não se reúnem no Verão

 

Os presidentes viajam para a abertura dos Jogos Olímpicos. Na Síria, prosseguem as operações militares. Na África subsahariana, os meios de intervenção ocidental são muito limitados.

 

As autoridades nacionais continuam a falar em “guerra contra o terrorismo”, o que desafia a lógica: não se faz guerra contra um método de combate.

 

A Europa não está em guerra porque os apelos à mobilização são seguidos por mensagens que só dão armas ao inimigo. Quem fala em ataques à “comunidade católica” ou à “comunidade judaica”, esquece que uma nação de cidadãos é o contrário de um mosaico de comunidades.

 

A Europa não está em guerra porque não aplica soluções para impedir o financiamento de locais de culto radical nem corta os financiamentos da propaganda Salafi-Wahhabique que favorecem as ações jihadistas.

 

A luta contra as redes islamitas exige desenvolvimento económico e social, mas também um forte compromisso das forças políticas em não tolerar pactos com os fundamentalistas islâmicos e seus agentes de países como Arábia Saudita, Qatar, e Líbia.

 

A Europa não estará em guerra enquanto não lutar contra os jihadistas usando as regras de direito comum e dando advertências aos media que se sobreponham aos pareceres técnicos das Entidades Reguladoras da Comunicação. Os velhos partidos políticos que cohabitam com os proprietários dos meios de comunicação e as vedetas dos media pouco fazem. Falta o envolvimento dos cidadãos.

 

Quase se pode dizer que alguns media são coprodutores dos eventos terroristas. Os canais de notícias informam mal, espalham boatos e rumores, difundem imagens que disseminam o medo, e ostentam a tagarelice dos auto-proclamados especialistas. Tudo isto reforça a propaganda jihadista.

 

A informação séria vem do Ministério Público e das Administrações Internas . O resto do tempo dos media é emoção e, a cada cinco minutos, o nome do canal informativo, porque a concorrência é dura. Esta histeria dos media desestabiliza as pessoas e encoraja os actos terroristas.

 

O objectivo remoto dos fundamentalistas é desencadear guerras civis na Europa a partir dos conflitos identitários e comunitários que acendem com cada atentado. Assim procede o Daesh e assim declara o sírio Abu Musab al-Suri, como explicado por Gilles Kepel .

 

Al-Suri prega a luta contra os apóstatas, islamófobos e judeus, as vítimas escolhidas. Uma vez que os políticos clássicos estão desacreditados e não servem para vítimas – o Daesh não ataca ministros, nem deputados nem banqueiros – os fundamentalistas procuram pessoas com que a sociedade se identifique. Escolhem alvos como Cabu, Wolinski, Charb, em França, ou gente anónima nas ruas, metros, ou centros comerciais, para criar a revolta e abrir as portas à guerra civil.

 

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O objectivo é sempre o mesmo: promover a guerra entre grupos, entre comunidades imaginárias sobre cujos escombros nasceria um imaginário califado da Europa.

 

Na Europa de hoje, tal como na ex-Jugoslávia não é o ódio religioso que causa os atentados: são os extremistas de ambos os lados que querem destruir a boa vizinhança.

 

Não se trata de guerra religiosa. Tanto o Papa Francisco como as autoridades religiosas das outras duas grandes religiões defendem exemplarmente a paz. Após cada ataque têm renovado as mensagens e manifestações de repúdio do terrorismo. Podemos ter a certeza de que qualquer escalada de provocações trará nova manifestação de reconciliação entre as autoridades religiosas.

 

Jean-Yves Camus, diretor do Observatório da Fundação Jean Jaurès afirma que os ataques jihadistas visam provocar a extrema-direita. Não há, de momento, risco de crescimento da extrema-direita.

 

Face a este panorama, é importante identificar as propostas que mobilizam contra o fundamentalismo.

 

O primeiro esforço é a escolha das palavras. Falar de guerra será aceitável quando ela se impuser . Se queremos a Europa mobilizada contra o terrorismo, devemos começar por dizer que esta mobilização é pela cidadania. Em particular isso deve ser explicado aos jovens, suscetíveis de incorporarem as forças armadas e as forças de segurança.

 

Depois, a batalha da informação. É preciso que as cadeias de televisão não sejam co -produtoras dos ataques terroristas. A informação em tv’s, jornais e redes sociais deve ser complementada por informações pessoais procuradas noutras fontes que divulgam o trabalho de pesquisadores em filosofia, economia, religião, direito, geopolítica …

 

Depois, vem a batalha contra o medo: é uma luta pessoal e uma exigência coletiva. É preciso evitar que o medo se espalhe e degenere em pânico. Nunca esquecer que os terroristas são empreiteiros do medo. A batalha da informação ajuda a conter medos e dirige a energia para as acções necessárias.

 

Vem seguidamente a luta no terreno contra os fundamentalistas islâmicos na Europa onde operam através do salafismo-wahhabismo com correntes de transmissão em França, Alemanha e Espanha.

 

Finalmente, vem a guerra com operações militares. Os campos de batalha de hoje podem não ser os de amanhã. Os jihaddistas infestam os territórios iraquianos e sírios e a África subsahariana mas amanhã poderão saltar para a Turquia, ou Líbia. Para um país como Portugal poderá ser interessante cooperar com as operações do exército francês no Sahel, barrando a África contra o jihadismo.

 

A Europa precisa de uma mobilização pela cidadania contra os fundamentalistas islâmicos que visam criar um ambiente de guerra civil entre “comunidades”. Os jihadistas agrupam-se em pequenos células mas não representam uma verdadeira alternativa ao estilo de vida ocidental.

 

A finalizar, sugiro que vejam o filme britânico Eyes in the Sky de 2016. É um retrato dos dilemas em que se chocam as duas grandes tradições de direitos no Ocidente usadas contra os fundamentalistas: o direito supremo da comunidade sobreviver – salus populi suprema lex esto – como diziam os romanos; e os direitos humanos levados ao ponto extremo de fazer justiça, mesmo que o mundo se perca.

 

É este dilema que está no centro da mobilização das nações europeias.

 

11 Agosto, 2016

 

Mendo Castro Henriques.jpg

Professor na Universidade Católica Portuguesa

 

O ERRO DA EUROPA É…

 

... PENSAR O ISLÃO PELO MODELO DO CRISTIANISMO

 

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 20 de Julho de 2016

 

ENTREVISTA - Filósofo, especialista da filosofia medieval árabe, Rémi Brague explica as fontes teológicas nas quais o Estado Islâmico poisa e admira-se que se continue a apreender a religião muçulmana através do prisma do cristianismo.

 

LE FIGARO - Mohamed Lahouaiej Bouhel, a crer nos que lhes são próximos, não tinha o perfil de um jihadista. O ministro do Interior falou de um “radicalismo expresso”. O que lhe inspira esta reflexão?

 

Rémi Brague.jpg Não está mal como perplexidade. No caso do matador de Nice, nós não temos ainda totalmente claras as suas motivações. E qualquer que seja o ritmo ao qual se opera, a “radicalização” não é uma noção clara. Faltaria em primeiro lugar pormo-nos de acordo sobre as suas “raízes”, às quais a palavra remete. Porque é que regressar às raízes deverá conduzir ao crime?

 

A vida do indivíduo (bon-vivant, bebedor de álcool, dançarino de salsa) testemunham o seu afastamento do Islão. Os homens do 11 de Setembro eram também, aparentemente, “ocidentais” no seu modo de vida. Como explicar esta esquizofrenia?

 

Seria preciso, em primeiro lugar, verificar as declarações daqueles que falam deste indivíduo. Um bom número dos que se fizeram explodir ou matar são apresentados como rapazes gentis, prestáveis e sem problemas, e, supremo cumprimento, até jogavam futebol… Esquizofrenia? Talvez não… Pode-se admitir que a prática dum jihadista violento seja também, para alguns, uma maneira de « se fazer perdoar » por uma adaptação demasiado fácil a modas ocidentais consideradas corrompidas, para se auto-castigarem pelas suas cedências. Fazer-se explodir é mais rápido que entrar num processo longo e penoso de conversão.

 

O Daesh parece exercer uma atracção violenta sobre os delinquentes. Como se faz a passagem da delinquência à guerra santa?

 

Seria preciso, para explicar esta passagem e simplesmente para a analisar, competências em psicologia e em sociologia que eu não possuo. Mas deter-me-ei nesta noção de «guerra santa». Muitos muçulmanos querem hoje evitar esta expressão e usar o árabe jihâd, muitas vezes concebido como um esforço puramente espiritual de luta contras as próprias paixões. Porém, encontramo-la frequentemente num sentido muito concreto, por exemplo nos tratados de direito (fiqh), onde o capítulo intitulado «jihâd» trata de hostilidades claramente materiais. Estabelece-se aí que se trata de uma obrigação dita de «suficiência»: não incumbe a todos os muçulmanos, mas basta que um certo número deles se encarregue para que o dever seja cumprido. Trata-se aí de convocações prévias, pergunta-se se é permito abater palmeiras do inimigo ou de o bombardear, se é preciso para isso matar as mulheres e as crianças, usando-as como escudo; explica-se o que fazer dos prisioneiros, como repartir o espólio, etc. E, no sentido místico, emprega-se mais frequentemente outro nome verbal da mesma forma da mesma raiz, a saber mujâhada. Vale em todo o caso a pena parar sobre o paradoxo que constitui esta aliança de palavras: «guerra santa». Comporta um ensinamento precioso: o Islão tem sobre as outras religiões vivas esta imensa vantagem que permite pôr directamente em equação o que há de pior e o que há de melhor, os instintos mais vivos e o ser mais santo, o assassino e Deus. As cruzadas e os inquisidores não podiam fazê-lo a não ser com o custo de mil desvios: tomar os relatos de conquista do antigo Testamento ou as fulminações contra as bruxas como recomendações actuais, etc., e, extremosamente, contornar o Sermão da Montanha. Certas religiões desaparecidas, como a dos Cartagineses ou dos Astecas - e dos Gauleses - arriscavam esta junção com sacrifícios humanos.  Para o Estado Islâmico, Deus ordena o auto-sacrifício, matando o maior número possível de outros homens. Este Islão permite também fazer crer às pessoas que não foram muito bem sucedidas na vida que tudo é culpa dos outros, que são malvados e que é preciso, portanto, eliminá-los. Sentir-se do «partido de Deus» (Corão, V, 56) em luta contra os «piores dos animais» que são os não crentes (Corão, VIII, 22) pode dar um certa exaltação. E ao mesmo tempo, a culpabilidade é eliminada, já que é o próprio Deus que mata os Seus inimigos (Corão, VIII, 17).

 

Segundo Giles Kepel, o objectivo do Estado Islâmico é provocar a guerra civil no nosso território e assim tomar partido pela causa da integridade dos muçulmanos em França. Partilha deste ponto de vista?

 

Não tenho sequer autoridade para me pronunciar, mas parece-me muito possível. Se for esse o caso, estaríamos perante a táctica empregue nos anos 1979 pelos grupos de extrema esquerda: provocar uma repressão cujos excessos levariam a uma reacção de solidariedade. Isso não funcionou com as Brigadas Vermelhas ou o bando de Baader que visavam a população inteira de grandes países como a Itália e a Alemanha. O Estado Islâmico poderia ter um pouco mais de possibilidades de sucesso porque o grupo visado, os muçulmanos que vivem em França, possui já uma certa forma de unidade, bastante laça noutros lugares, que poderia fazer “agarrar a mayonnaise” mais facilmente. Esta unidade tem vários factores: o sentimento de ser ainda uma minoria que deve «cerrar fileiras», o de ter de frequentemente se contentar com os trabalhos que os outros não querem e portanto ficar no fundo da escala, por vezes uma mesma cidadania de origem, a prática duma língua idêntica ou o facto muito simples de morar nos mesmos bairros e enfim, bem entendido, a referência mais ou menos acentuada à religião.

 

Numerosos políticos e intelectuais dissociam absolutamente a religião muçulmana do Estado Islâmico ou da Al Qaeda que eles consideram mesmo uma inversão do Islão. O Daesh não tem nada a ver com o Islão?

 

A «religião muçulmana» é já uma expressão enganosa. É claro que, se quisermos classificar o Islão numa das grandes categorias da actividade humana, é melhor arrumá-lo na rubrica «religião». Mas esta rubrica é muito larga. E, sobretudo os Europeus, desde os mais piedosos praticantes ao mais inveterado mata-frades, pensam todos a religião através do modelo insconsciente do cristianismo. Reduzem, portanto, a religião àquilo que eles observam nas diversas confissões cristãs: actos de cultor, oração, eventualmente jejuns e peregrinações. Aquilo que não é importante é sentido como exterior à religião. Ora, para o Islão, a religião consiste essencialmente em aplicar a lei divina. É porque ela o ordena que é preciso rezar, jejuar, etc. e ela comanda também o véu, a alimentação halal, etc. O Estado islâmico pretende ser fiel ao adjectivo. Qual e o direito de o contestar? Os seus propagandistas consideram aqueles que nós chamamos «moderados» como tíbios ou mesmo traidores. Quem sou eu para distribuir certificados de ortodoxia islâmica? Direi que, se o Estado Islâmico não coincide totalmente com o Islão, e, portanto, se ele não é o Islão é, mesmo assim, um Islão entre os outros. Representa uma tentativa para ressuscitar, com os meios de hoje, as práticas que as biografias mais antigas atribuem ao próprio Maomé, o «belo exemplo» (Corão, XXXIII, 21).

 

Considera-se que a Internet, mais ainda que as mesquitas, conduz os jovens para a jihad. A que fonte reportam estes sítios da Internet?

 

É-me difícil responder em detalhe, por falta de uma frequência suficientemente assídua dos sites que promovem a jihad. E que são de tendências muito variadas. De um modo geral a Internet permite um máximo de impunidade. A coberto do anonimato, ou melhor, do pseudo- anonimato, qualquer um se pode permitir contar o que quer que seja, mentir, difamar, insultar, apelar ao martírio. Isto não vale só para os sites islamitas. Nesse caso torna-se muito fácil construir um paraíso imaginário na terra.

 

Compara-se muitas vezes, o Islão à Igreja Católica insistindo sobre o facto que a religião muçulmana deve fazer o seu Vaticano II. Este paralelo é pertinente?

 

Parece-me totalmente coxo, por muitas razões. Em primeiro lugar a Igreja católica é uma organização com dogmas bem definidos e com uma hierarquia perfeitamente clara; tem um catecismo e bispos e o bispo de Roma que é o Papa. Foi um destes, João XXIII, que decidiu reunir um segundo concílio no Vaticano. Quem, no Islão, poderia lançar um apelo deste género, fazer-se escutar e fazer aplicar as decisões tomadas? Por outro lado, o Vaticano II procurava um retorno às fontes, passando as incrustações posteriores, um pouco no espírito de Francisco de Assis que queria retornar ao Evangelho sem as interpretações que o atenuam. Ora, no Islão, o pior está no princípio. É no período de Medina (622-632) que se inspiram as pessoas do Estado Islâmico. Eles idealizam-no, mas sem retirar os massacres, os assassinatos e as torturas. Os Evangelhos não contêm qualquer apelo à violência. O Corão e o Hadith, lidos literalmente, sim…

 

O que é o «Islão das luzes»?

 

Esta expressão emprega-se desde há algum tempo. Pergunto-me se o primeiro a lançá-la não seria Malek Chebel no seu Manifesto por um Islão das luzes, de 2004. Certamente, o que ele entende por isso seria uma excelente ideia. Farei porém, duas observações. Por um lado, é preciso não procurar no passado realizações dum tal Islão a não ser com muita prudência. Se quisermos falar de realizações intelectuais e artísticas, não há problema. Mas se se trata de «tolerancia»... Averroès? Ele conclui um raciocínio filosófico por «e é por isso que é obrigatório matar os heréticos» (Tahafut at-Tahafut, XVII, 17). A Andaluzia? Leiamos de preferência os historiadores, não os romancistas… Por outro lado, «as luzes» são uma das nossas «vacas sagradas» e seria bom fazer um pouco de arrumação no nosso próprio passado ocidental e de ver que elas têm bastantes sombras, antes de as propormos ao resto do mundo, Islão incluído…

O APELO DO MUEZIM – UM CONVITE À INTOLERÂNCIA?

 

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O muezim, do alto do minarete, declara, cinco vezes ao dia, a todo o povo: “Não há nenhum deus além de Deus (Alá) e Maomé é o seu profeta”.

 

Esta proclamação pública, numa sociedade não islâmica, constitui uma provocação diária em relação a todos os que não são maometanos e para mais é entoada também em mesquitas europeias sem qualquer preocupação. A política que penaliza quem levanta o braço ao modo de Hitler aceita como normal a entoação religiosa de uma confissão de superioridade e de exclusão dos outros.

 

Concretamente o apelo realiza-se como se segue:

 

 

"Testemunho que não há Deus senão o (único) Deus (Allah) (duas vezes).

Eu testemunho que Maomé é o Mensageiro de Alá (duas vezes).

Apresso-me para a oração (duas vezes).

Apresso-me para a salvação " (duas vezes).

Illa "Aschhadu de la ilaha, llah (duas vezes).

Aschhadu anna rasulu Muhammadan, llah (duas vezes).

Salada Hayya'ala s (duas vezes).

Hayya, ala al-Falah " (duas vezes)

 

(Fonte: wikipedia.org/wiki/Adh%C4%81n#Wortlaut).

 

A nossa intelectualidade laica e cristã não reage, assumindo uma atitude hipócrita e cínica ao confundir humanismo e humanidade com tolerância a todo o preço.

 

O povo parece resignar, na consciência de que é melhor não pensar para não sofrer!

 

Quando chegará o tempo em que todos os grupos iniciarão uma cultura da inclusão? Porque há-de continuar a ser o inimigo considerado como factor de união, tanto no Ocidente como no Oriente?

 

Trata-se de uma confissão pública… Na Alemanha há mesquitas com apelo do muezim.

 

Digno de orientação: „Bem-aventurados os mansos, porque herdarão a terra… Bem-aventurados os pacificadores, porque serão chamados filhos de Deus” (Mateus 5, 3-12).

 

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António da Cunha Duarte Justo

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