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A bem da Nação

OS EFEITOS COLATERAIS DA INTERNET

 (*)

 

Santo António de Lisboa, Florianópolis, Santa Catarina/ 2011

 

 

Resolvi tirar férias na geral.

 

Computador desligado, celular, só de uso estritamente necessário. Sem compromissos e horários, levantar só quando espontaneamente acordar. Caminhadas na praia, à beira-mar (se o tempo deixar), esquecer a dieta e comer pratos quentes, bem saborosos, para esquentar o estômago e satisfazer o paladar. Conhecer os novos parentes, visitar alguma cidadezinha pitoresca do interior do Estado. Bater um papo, jogar conversa fora, sem se preocupar com a crise económica mundial ou a violência que assola todos os lugares. Em algum canto quieto e confortável, ler aquele livro há muito tempo guardado, sem ninguém para interromper ou para atrapalhar. Eis o meu projecto de vida por quatro semanas. Decidi que faria tudo isso quando vi renomado escritor nacional se queixar que a INTERNET foi a causadora da sua baixa produtividade literária, de alguns anos para cá, e que também lhe roubou tempo de vida que deveria ser gasto com familiares e amigos. Disse o que a maioria das pessoas sabe:

 

São tantas as mensagens de e-mails que recebo que para abri-las despendo uma eternidade. Se por um lado o uso do computador informa, ajuda e agiliza o quotidiano contemporâneo, por outro lado pode provocar mania, ansiedade, LER (Lesão de esforço repetitivo), e outros problemas ortopédicos, além de facilitar o sedentarismo que tanto mal faz à sociedade moderna. Estamos sempre tentados a abri-lo para ver a correspondência e as novidades da mídia. Então, para as crianças, a Internet com suas páginas ilustradas, jogos e diversificadas informações, passa a ser um risco à formação intelectual e ao desenvolvimento físico, quando mal usada. Se a rapidez de comunicação virtual traz mais conhecimento, também pode trazer, paradoxalmente, dificuldade na selecção e interpretação de dados, nem sempre confiáveis. Qualquer um pode deixar lá, gravadas, suas impressões verdadeiras ou falsas. É preciso ter maturidade psíquica e cultural para bem avalia-las.

 

A Internet deve ser um instrumento virtual de apoio e ajuda, mas que também pode produzir efeitos colaterais maléficos. Como fonte de saber, não deve substituir os livros, jornais, revistas, objectos palpáveis, e sim divulga-los, populariza-los, faze-los seus aliados. Assim teremos a máquina ao serviço do homem, deixando-o mais conhecedor, mais antenado.

 

Uberaba, 29/08/11

 

 Maria Eduarda Fagundes

 

(*) Foto: Arquivo particular de Maria Eduarda Fagundes

O PÚBLICO

Nova ferramenta on-line
Notícias do PUBLICO.PT com ligação à blogosfera 
24.03.2008 - 17h10
As notícias do PÚBLICO na Internet passam a ter ligação directa para os blogues que as comentam, através de uma nova ferramenta que hoje entra em funcionamento. O objectivo desta medida é ajudar "na difusão das conversas que se geram na blogosfera sobre as notícias, transformando os níveis de participação no próprio site", explica um comunicado da empresa.

Colocada exactamente por baixo da fotografia, em lugar de destaque, uma pequena caixa dará conta do que se está a escrever na blogosfera sobre aquela notícia em concreto, aumentando as possibilidades de ligações entre os "bloggers" e o próprio jornal. Esta é a primeira vez que o site do PÚBLICO faz ligações directas com frequência para fora do seu próprio site.

A ferramenta em causa, Twingly, é usada por alguns jornais europeus, como o "Politiken", na Dinamarca, e tem apresentado bons resultados na criação de uma comunidade de leitores mais participativos. Nos últimos meses, o site do PÚBLICO tem vindo a ver crescer exponencialmente os comentários on-line, que passaram de 6717 em Outubro de 2007 para 24.140 em Fevereiro.

SALVEMOS A LIBERDADE

A PROPÓSITO DO REENCAMINHAMENTO DE MENSAGENS

 

 

Recebi este anexo [i] e, depois de reflectir sobre o seu conteúdo, resolvi tecer algumas considerações, como forma de mostrar a minha concordância com o que apreendi e de complementar a sugestão nele implícito.

 

Eu e, certamente, os destinatários dum modo geral,  já estamos saturados de receber anexos que nada ou pouca coisa dizem, muitos deles a repetirem-se ou simplesmente a travestirem-se, isto é, mantendo um conteúdo já muito difundido,  apenas mudando a roupagem. Sucede que muita gente vê a caixa encher-se até ao limite da sua capacidade, muitas vezes tendo de eliminar mensagens por falta de tempo para as ler, o que acaba anular a intenção subjacente à comunicação.

 

Se bem repararmos, pouco ou nada essas mensagens acrescentam à nossa informação, cultura, inteligência  ou mesmo recreação. Não raro, concluímos que o acto de aceder aos seus conteúdos é em si uma ruinosa utilização do nosso tempo, quando podíamos empregar a mesma disponibilidade mental  a conversar uns com os outros, a trocar ideias sobre questões da actualidade nacional ou internacional ou mesmo sobre problemas pessoais  ou familiares que, mesmo triviais,  revestem mais proveito mútuo do que  essa torrente de anexos quase sempre deficitários de interesse ou significado.  Mas há casos mais graves. Por exemplo, já estou farto de receber anedotas rasteiras sobre políticos ou mails carreando denúncias não provadas sobre figuras públicas, anedotas ou denúncias quase sempre convenientemente urdidas e canalizadas por quem delas espera obter a prazo um determinado proveito, uma vez que elas acabam por corroer deleteriamente a imagem dos visados, destruindo-os ou desalojando-os dos cargos que ocupam sem ser pelo escrutínio público ou por ponderada e acertada decisão de quem de direito. Acho que o cidadão civicamente bem formado deve apagar imediatamente esse tipo de  mensagem, não pactuando com o seu reencaminhando, pois é a melhor maneira de matarmos a serpente que alguns, traiçoeiramente,  sem mostrarem o rosto, inoculam dentro do ovo que espalham por esse ciberespaço fora, para consecução dos seus próprios objectivos pessoais. Sempre apaguei, sem ler,  os venenosos mails que recebi a maltratar a imagem do Santana Lopes e agora do José Sócrates, tencionando não vacilar neste procedimento no futuro, sejam quais forem os visados, por entender que quem dá a cara publicamente ao serviço de um  estado de direito e democrático deve merecer um mínimo de respeito cívico. Até mesmo os mails que recebi a visar anedoticamente o Bush passei a tratá-los do mesmo modo, eu que alinho com a crítica acérrima à política internacional do presidente norte-americano.  É que se assim não procedermos, estaremos  a fazer  figura de títere ou a servir de pau mandado de alguns mentecaptos ou gente de má índole que por aí anda e merece ser desmascarada ou, no mínimo, neutralizada.  Mal iremos nós se, com o nosso inadvertido procedimento, difundirmos no novel espaço media, a acção de gente sem princípios ou gente simplesmente despeitada com o êxito de outrem,  gente que, enfim,  não tem qualquer solução para os problemas da colectividade,  mas que se regala com o prazer sádico de perturbar a vida nacional e não deixar governar.  Como só a longo prazo poderá resultar o psicotratamento dessa gente, ao menos que não lhe estendamos hoje, incautamente,  o megafone. Saibamos, sim, é utilizar o sentido do nosso voto nos momentos próprios e não engrossar cada vez mais o efectivo dos abstencionistas.

 

É claro que de vez em quando chegam às nossas caixas alguns anexos que primam pela diferença, mas são raros como rara é a excelência do produto estético e espiritual.  Por outro lado, os anexos com mensagens de índole religiosa ou moralista têm vindo também a abusar da nossa paciência, pela sua exagerada frequência e pela  receptividade do seu conteúdo, isto para não referir a filosofia maniqueísta em que incorrem regra geral. Devemos recusar esse tipo de imiscuição na esfera da nossa espiritualidade, vindo sabe-se lá de onde.

 

Quero com isto tudo dizer que doravante passarei a privilegiar, na minha comunicação com os amigos e familiares, as mensagens de cunho pessoal que nos aproximem mais uns dos outros e nos façam reflectir mais profundamente sobre os problemas reais.  O que não quer dizer que, seleccionando,   deixe de reencaminhar conteúdos recebidos que me pareçam  ter real valor informativo ou cultural, pese embora o subjectivismo da minha escolha.

 

E isto tudo sem qualquer intenção de proselitismo, pois, pelo contrário,  o meu desejo é aprender continuamente com o vosso contributo.

 

Adriano Miranda Lima



[i] - Mensagem em power point referindo que o reencaminhamento de mensagens sem qualquer cunho pessoal acrescentado é uma manifestação de amizade por parte de quem está muito ocupado ou que não sabe o que dizer mas que se quer manifestar de algum modo.

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