VULGARIDADES TRANSCENDENTAIS
Quando, em Janeiro de 2004, fiz o meu blog “A bem da Nação” em http://abemdanacao.blogs.sapo.pt/, era demolidora a quantidade de comentários a despropósito, ordinários, obscenos, pornográficos e de vulgar transcendência pelo que decidi submeter à aprovação prévia todo e qualquer comentário que aparecesse.
Sempre considerei essa aprovação prévia como a emissão de um atestado de «capito diminutia» ao comum internauta e, portanto, sempre o lastimei. Mas, entretanto, essa vulgaridade deixou de me assoberbar no blog e admito que o passa-palavra entre vulgares ordinários, obscenos e pornógrafos tenha funcionado no sentido de que seria perda de tempo incomodarem-me.
Mas, entretanto, no Facebook há quem me submeta a esse tipo de censura prévia e eu tenho-me demitido dos grupos que fazem essa selecção pois não admito que a minha hombridade seja posta em causa.
Então, o que é válido para mim no blog não vale para os outros no Facebook? Há aqui uma clara incompatibilidade que me urge reconhecer porque os vulgares ordinários, obscenos e pornógrafos continuam a poluir, apenas evoluíram para as novas plataformas tecnológicas.
Para agravar a situação, o Facebook passou a enquadrar todos os comentadores na classe dos delinquentes pois fez desaparecer a possibilidade de aprovação automática dos comentários de quem merecesse a confiança prévia dos Administradores dos diversos grupos. Ou seja, todos passámos à condição de putativos energúmenos cujos comentários devem ser submetidos a censura prévia.
Culpados enquanto não ilibados, a contrario censu de inocentes enquanto não culpabilizados.
Eis uma inversão dos nossos Valores, ocorrência que por certo nem sequer passa pela cabeça dos técnicos do Facebook.
Não será caso de acefalia mas apenas de ignorância.
Perante esta arbitrariedade ditada por algum desconfiado, decido agora não mais me demitir dos grupos em que a minha colaboração seja submetida a tal vilania. Quanto mais não seja para provar que há gente séria que não deve ser confundida com vulgares, por mais transcendentes que aparentem ser.
Outubro de 2016
Henrique Salles da Fonseca