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A bem da Nação

A IMPORTÂNCIA DE UM MOSTEIRO NA ARTE OCIDENTAL

 

Cluny-Abtei-Ostfluegel.jpg

Abadia de Cluny (actual)

Fonte: da foto Wikipédia

  

A capacidade de fazer ou construir alguma coisa com originalidade ou maestria sempre foi uma forma representativa de projectar uma ideia ou actividade humana. Através dela, a arte, procura-se atingir um objectivo seja filosófico, histórico, decorativo, utilitário, ou religioso, que dê prazer de se ver, ouvir, sentir ou rememorar. É ainda através da arte que avaliamos gostos, modos de vida e necessidades de uma população em determinada época da civilização. E os seus executores, os artistas, criam estilos que os identificam ao dar carácter próprio àquilo que fazem.

Na Idade Média, dois factos marcaram a vida e a arte da civilização ocidental na Europa. A fundação do Mosteiro de Cluny (Borgonha francesa) pelo Duque Guilherme da Aquitânia e o da Normandia (pelos normandos). Até essa época (séculos X, XI, XII) em que se reformulou a política da Igreja, alcançava-se a respeitabilidade, não só pela conquistas de terras, mas também pela dotação de igrejas por uma minoria aristocrática fundiária e influente, que tinha como objectivo deixar o benfeitor com poder temporal e ascendência sobre a instituição (mosteiro, conventos, igreja) e seus bens. Era uma forma de dar amparo patrimonial aos filhos mais novos. Para os outros devotos, menos aquinhoados, sem poder participativo, restava fazer peregrinações a lugares santos e obter relíquias de santos, nem sempre de forma edificante. No entanto, a consciência de que havia abusos e corrupção nesse meio levava a que homens mais cautelosos e previdentes se retirassem à vida monástica. Durante quase dois séculos (950-1150) os monges foram a elite espiritual da Igreja, responsáveis pelo rigor da doutrina com que aspiravam as graças divinas para si próprios, para os cristãos em geral e para os benfeitores da instituição em particular.

Mas a excessiva interferência dos laicos benfeitores nos mosteiros e entidades da Igreja despertou a necessidade desta se emancipar dessa secular influência. Assim é que do Duque Guilherme da Aquitânia, fundador do Mosteiro de Cluny, os monges obtiveram a abstenção de qualquer direito e reserva dele próprio ou de sua família sobre o mosteiro, que só ficaria submetido à autoridade do Papa. A partir daí os monges passaram a dirigir os mosteiros com padrão severo de regras, pompa e dignidade que se estendeu às demais fundações beneditinas e, com tempo, a uma reforma eclesiástica imune às dinastias feudais. Dentre os superiores, Hugo, tio-avô de D. Afonso Henriques, primeiro rei de Portugal, foi prior de Cluny. A instituição, reformada, tornara-se isenta de obrigações normais de obediência política aos senhores feudais, dona e gestora do seu próprio património e depuradora do seu clero. A representação dos valores cristãos, passou a projectar a sua importância e grandeza através da construção de majestosas igrejas, abadias, mosteiros, da elaboração de ricos objectos de arte, em metal e pedras preciosas, da elaboração de magníficas liturgias, da obtenção de relíquias milagrosas, que atraíam peregrinos doadores de ofertas e pagadores de promessas. A Igreja enaltecida enriquecia. A arte e arquitectura românica são o marco material daquele momento da Igreja Medieval, onde os mestres obreiros deixavam escola e repetiam em diferentes lugares edifícios monumentais semelhantes, usando, no entanto, materiais regionais e adaptando influências culturais do local. As monumentais igrejas com arcos góticos com esculturas em pórticos, as ricas pinturas em vitrais e paredes, as cruzadas com perfil religioso-militar, são factos característicos dessa fase da história e da arte ocidentais.

Uberaba, 23/10/14

Maria Eduarda Fagundes.jpg

Maria Eduarda Fagundes

SERMÃO DO BOM LADRÃO

Não são ladrões apenas os que cortam as bolsas. Os ladrões que mais merecem este título são aqueles a quem os reis encomendam os exércitos e as legiões, ou o governo das províncias, ou a administração das cidades, os quais, pela manha ou pela força, roubam e despojam os povos.

Os outros ladrões roubam um homem, estes roubam cidades e reinos; os outros furtam correndo risco, estes furtam sem temor nem perigo.

Os outros, se furtam, são enforcados; mas estes furtam e enforcam.

Padre António Vieira, SJ

EXPRESSÕES POPULARES

Ave de mau agouro

 

Significado: Diz-se de pessoa portadora de más notícias ou que, com a sua presença, anuncia desgraças.


Origem: O conhecimento do futuro é uma das preocupações inerentes ao ser humano. Quase tudo servia para, de maneiras diversas, se tentar obter esse conhecimento. As aves eram um dos recursos que se utilizava. Para se saberem os bons ou maus auspícios (avis spicium) consultavam-se as aves. No tempo dos áugures romanos, a predição dos bons ou maus acontecimentos era feita através da leitura do seu voo, canto ou entranhas. Os pássaros que mais atentamente eram seguidos no seu voo, ouvidos nos seus cantos e aos quais se analisavam as vísceras eram a águia, o abutre, o milhafre, a coruja, o corvo e a gralha. Ainda hoje perdura, popularmente, a conotação funesta com qualquer destas aves.

BIBLIOTECAS ON-LINE (2)

 

Biblioteca Nacional de España - entre as exposições virtuais, uma interessante coleção cartográfica do século 16 ao 19
         Www.bne.es

Biblioteca Nacional de la República Argentina - biblioteca, mapoteca e fototeca
         Www.bibnal.edu.AR

Biblioteca Nacional de Maestros - biblioteca Argentina voltada para a comunidade educativa
         Www.bnm.me.gov.AR

Biblioteca Nacional del Perú - alguns livros eletrônicos, mapas e imagens
         Www.binape.gob.pe

Biblioteca Nazionale Centrale di Roma - expõe detalhes de obras antigas de seu catálogo
         Www.bncrm.librari.beniculturali.it

Biblioteca Româneasca - textos em romeno e dados sobre autores do país
         Biblioteca.euroweb.ro

Biblioteca Virtual Galega - textos em língua galega, parecida com o português
         Bvg.udc.es

O ÁRABE

 

 

Harun ar-Rashiid foi califa (o quinto) em Baghdad entre 763 e 809. Seu nome completo era Harun ar-Rashiid ibn Muhammad al-Mahdi ibn al-Mansur al-Abbasi (Harun ar-Rashiid filho de Muhammad al-Mahdi filho de al-Mansur al-Abbasi). Foi contemporâneo de Carlos Magno (768-814).

 

Este foi coroado pelo Papa no ano de 800, em Roma, imperador do novo Sacro Império Romano-Germânico (I Reich). Correspondia-se com Harun al-Rashiid, não sabemos como e em que língua. Com certeza havia intérpretes escritores. Não imagino que Carlos Magno soubesse árabe, nem Harun al-Rashiid latim.

 

Porque Carlos Magno falava Latim, um latim já muito estragado, tão estragado que o Imperador mandou os literatos (deviam ser poucos) da corte emendarem a língua praticada. Mas não conseguiram porque já não era latim, mas um dialecto de que não tinham ainda tomado consciência, o primitivo françois. Diferentemente do latim, o árabe manteve-se intacto ou quase através dos séculos. Como se explica isto? Muito simplesmente.

 

O latim decompôs-se nas várias línguas novilatinas, e a língua-mãe esqueceu-se. Em Portugal o pseudo-latim medieval perdurou até D. Diniz, que, devido à disparidade, mandou que todos os documentos oficiais fossem escritos na língua popular. Ninguém nos países novilatinos dizia que falava latim.

 

No mundo árabe, a língua original também se corrompeu, mas ninguém hoje diz que fala o marroquino, o algerino, o tunisino, etc., mas todos dizem que falam o árabe. E o árabe original não foi esquecido e lançado às urtigas. Ele é o árabe-padrão, aquele que eu procuro estudar, aquele que é usado em todos os países árabes como veículo de cultura, na TV, na Rádio, na Imprensa e que todos compreendem. A professora de árabe pelo Youtube, a Maha, de seu nome, diz, por exemplo que não entende o tunisino. O árabe-padrão é o latim dos árabes, que eles não esqueceram nem desprezaram.

 

Os árabes, que tão difamados e bombardeados têm sido pelos ocidentais, que arrogante e estupidamente se julgam superiores, podem dar lições de cultura a estes. Ora veja-se: os europeus, custe o que custar, querem fazer uma união política, com os resultados desastrosos conhecidos. Mas união cultural não pensam nela, apenas querem impor o inglês à pascacice popular.

 

Pelo contrário, os árabes não querem união política, às vezes até parece serem inimigos uns dos outros, mas têm uma língua comum, o árabe-padrão, que lhes dá um sentimento de comunidade, a ummah, a mátria, em que são livres e solidários. Compare-se a ummah com a "União Europeia". O que a segunda tem de palhaçada, a primeira tem de seriedade e compenetração. Na "União Europeia" não há liberdade política nem solidariedade cultural, apenas hipocrisia.

 

Muito haveria ainda a contar. Talvez noutro dia, se Deus quiser.

 

 

Joaquim Reis

OSCAR NIEMAYER (15/12/1907-05/12/2012)

 Ficheiro:Oscar Niemeyer cropped.jpg

 Fonte: Wikipedia

 

Ontem à noite (5DEZ12), Oscar Niemayer faleceu no Rio aos quase 105 anos. Fez do seu ofício seu objectivo de vida. Viciado no trabalho, até um dia antes da sua morte queria voltar pra casa pra trabalhar. É uma das mais importantes referências mundiais da Arquitectura Contemporânea. Sob o aspecto arquitectónico, suas obras, conhecidas no mundo todo, elevaram o Brasil à modernidade. Brasília e Belo Horizonte foram das cidades brasileiras as que mais receberam obras oriundas de sua pena. Gostava de curvas e nas curva baseou seu oficio, sua arte. Dizia que todo o homem cumpria uma sina; Vinha, fazia seu trabalho e ia embora. Assim fez ele também.

 

Adeus Oscar Niemayer,

 

Inté!

 

Uberaba, 6 de Dezembro de 2012

 

 Maria Eduarda Fagundes

 

 

Não é o ângulo recto que me atrai, nem a linha recta, dura, inflexível, criada pelo homem.

O que me atrai é a curva livre e sensual, a curva que encontro nas montanhas do meu país, no curso sinuoso dos seus rios, nas ondas do mar, no corpo da mulher preferida.
De curvas é feito todo o universo, o universo curvo de Einstein.

Oscar Niemayer

EDUCAÇÃO E INSTRUÇÃO

 

 

Desconfio que a maioria dos cidadãos, incluindo os governantes, nesta época pós-revolucionária (escolha-se a revolução), não sabe distinguir entre "educação" e "instrução", julgando que são sinónimos. E contudo a sua diferença é essencial para compreender o fenómeno da decadência das sociedades.

 

Há pessoas bem-educadas que não são instruídas e há pessoas instruídas que são mal-educadas.

 

A sociedade progride com a boa educação e entra em decadência com a instrução.

 

Examinemos o significado etimológico das duas palavras:

"Educar" vem de ex-duco = levo ou trago para fora;

 

 

"Instruir" vem de in-struo = acumulo para dentro.

 

"Instruem-se" soldados e escravos, educam-se "santos e beneméritos".

 

"Traz cá para fora do homem toda a sua santidade, mete para dentro do escravo toda a parafernália da guerra" – eis a diferença.

 

Será preciso dizer mais alguma coisa?

 

Joaquim Reis

 

 

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