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A bem da Nação

INIMIGOS E ADVERSÁRIOS

 

inimigos2.jpg

 

Uma das qualidades essenciais em política sob uma democracia é conhecer a diferença entre um inimigo e um adversário.

 

Um adversário quer derrotar-te; um inimigo quer destruir-te.

 

Se tratares os teus opositores como inimigos, conduzirás a política como se fosse uma guerra e todos os meios são permitidos.

 

Se olhares para o teu oponente como um adversário, nem todos os meios são permitidos porque esperarás poder tornar um adversário de hoje num amigo ou aliado amanhã.

 

Michael Ignatieff.jpg Michael Ignatieff

Intelectual e político canadiano (1947 - …)

(citado por José Manuel Fernandes, Macroscópio, 2015.10.21)

 

SANTO ALENTEJANO...

 

 ... criou ordem premiada por luta contra o ébola

 

S. João de Deus.jpg

 

Esforço da Ordem de São João de Deus na luta contra a doença em África valeu-lhe o Prémio Princesa das Astúrias.

 

Habituado a ver irmãos da Ordem Hospitaleira de São João de Deus em situações limite em vários países do mundo, nem por isso Vítor Lameira, superior provincial da Ordem em Portugal, estava preparado para a notícia da morte de cinco irmãos e 18 colaboradores na luta travada no ano passado contra a epidemia de ébola na Libéria e na Serra Leoa: "Foi uma situação trágica que nos apanhou desprevenidos." Os hospitais da ordem situados em Lunsar (Serra Leoa) e em Monróvia (Libéria) estiveram na linha da frente no combate à doença, permitindo salvar milhares de vidas. O esforço valeu-lhe a distinção com o Prémio Princesa das Astúrias, entregue no início deste mês em Oviedo. O que muitos não saberão é que o santo que esteve na origem da ordem nasceu no Alentejo, em Montemor-o-Novo.

 

PAPINTO-Vitor Lameira.jpg Vítor Lameira recorda as notícias dos dias trágicos: "O director do hospital ficou infectado depois de entrar em contacto com alguns doentes e foi assistido por irmãos e colaboradores que ficaram igualmente contagiados. Não estávamos preparados para um surto de ébola tão repentino."

 

"A nossa missão é a de dar a vida em prol daqueles que necessitam", diz o superior provincial, sublinhando que essa dimensão assistencialista esteve na origem da fundação da ordem em 1593, em Granada (Espanha), apesar de São João de Deus ser um português nascido num dia e mês desconhecidos do ano de 1495. Apesar de ter havido alguma especulação e de alguns investigadores terem tentado usurpar a nacionalidade de São João de Deus para Espanha, está provado que ele nasceu em Montemor-o-Novo e que aí viveu até aos 8 anos de idade", conta o padre Aires Gameiro, 86 anos, um dos maiores especialistas sobre a vida e a obra deste santo português.

 

Filho de André Cidade e de Teresa Duarte, comerciantes de fruta, muito pouco se sabe sobre a sua infância passada no Alentejo. A nebulosa é ainda maior quando se tenta apurar as circunstâncias da sua ida, ainda criança, para Oropesa, na província espanhola de Toledo. "É um mistério. Terá sido raptado, levado às escondidas dos pais por um clérigo que se terá servido dele para induzir compaixão e conseguir esmolas", sugere Aires Gameiro. Acolhido na casa do maioral do conde de Oropesa, trabalhou como guardador de rebanhos até que o espírito aventureiro o levou a desejar a "glória militar" e a alistar-se por duas vezes no exército de Carlos V. Ambas correram mal. Na guerra contra os franceses caiu de uma égua e em 1532, quando os turcos ameaçavam invadir a Europa, partiu para Viena, mas o sultão desistiu de atacar a cidade.

 

Desanimado porque a vida militar não estava a correr-lhe bem, regressou a Portugal onde apenas encontrou um tio e, sem nada que o prendesse à terra, partiu para sul. Em Ceuta trabalhou nas muralhas da cidade para ajudar a família de um fidalgo português desterrado. Foi livreiro ambulante em Gibraltar, antes de se estabelecer em Granada. "Foi aí que ele, indo a um sermão do padre João de Ávila, levou um abalo grande e mudou de vida de uma maneira muito ruidosa, quase com uma crise emocional."

 

Dado como louco, acabou internado no Hospital Real de Granada "onde sofreu na pele os tratamentos dados na época a este tipo de pacientes". A experiência levá-lo-ia a fundar um pequeno hospital para o qual "começou a recolher" doentes miseráveis que encontrava pelas ruas. "É aqui que surge o São João de Deus da dignidade de todas as pessoas, o hospitaleiro, aquele que se dava aos pobres mesmo com incompreensões de gente da própria Igreja", sublinha o padre Aires Gameiro. À data da sua morte, em 1550, na sequência de um episódio trágico – contraiu uma broncopneumonia depois de se lançar ao rio na tentativa frustrada de salvar uma criança – tinha deixado no pequeno hospital de Granada os alicerces das modernas instituições de saúde. "Foi o primeiro a centralizar a atenção na pessoa, naquele caso em concreto. Passou a dar a cada doente uma esteira e a separá-los por enfermarias e por tipologia de doenças", exemplifica Vítor Lameira.

 

A partir de um grupo de voluntários que trabalhavam no hospital e que se tratavam entre si por irmãos, a Ordem Hospitaleira foi estruturada e reconhecida pelo Vaticano em 1571.

 

14 Setembro 2015

 

Luís Godinho

in «Diário de Notícias»

 

SE OS HOMENS FOSSEM PARA VIVER SEM MULHERES…

 

 

All-Monks.jpg

 

Há uma frase pedante usada nos clubes de debate que é estritamente verdadeira para a emoção masculina; chamam-lhe “falar para a pergunta”. As mulheres falam umas para as outras; os homens falam para o sujeito de que estão a falar. Muito homem honesto já se sentou num círculo dos seus cinco melhores amigos debaixo dos céus e esqueceu-se de quem estava na sala enquanto explicava um qualquer sistema. Isto não é apenas peculiar do homem intelectual: todos os homens são teóricos, quer estejam a falar de Deus ou de golfe. Os homens são todos impessoais; isto é o mesmo que dizer, republicanos. Ninguém se lembra depois de uma conversa realmente boa quem é que disse as coisas certas e inteligentes. Qualquer homem fala para uma multidão visionária; uma nuvem mística, aquilo que chamamos, o clube.

 

É óbvio que esta calma e descuidada qualidade que é essencial à afeição colectiva dos homens, envolve desvantagens e perigos. Conduz à cuspidela; leva ao discurso grosseiro; deve conduzir a essas coisas enquanto for honrada; a camaradagem tem que ser, em certo grau, feia. No momento em que a beleza é mencionada na amizade masculina, as narinas imobilizam-se com o cheiro de coisas abomináveis.

 

A amizade deve ser fisicamente suja se quer ser moralmente limpa. Deve andar em mangas de camisa. O caos dos hábitos que geralmente acompanha os homens quando deixados inteiramente a si próprios só tem uma cura honorável; e essa é a estrita disciplina de um mosteiro. Alguém que tenha visto os nossos infelizes jovens idealistas dos apartamentos do East End, gastando os seus colarinhos nas lavagens e vivendo de conservas de peixe, compreenderá inteiramente porque foi decidido pela sabedoria de S. Bernardo ou S. Bento, que, se os homens tiverem que viver sem mulheres, não podem viver sem regras. Alguma coisa do mesmo tipo de exactidão artificial, é claro, obtém-se num exército; e um exército também tem que ser de muitos modos, monástico; apenas difere em que tem celibato sem castidade. Mas estas coisas não se aplicam aos homens casados. Estes têm um limite suficiente à sua anarquia instintiva no selvagem senso comum do outro sexo. Existe apenas um muito tímido tipo de homem que não tem medo das mulheres.

 

Gilbert_Chesterton.jpg G.K. Chesterton

In "What's Wrong with the World," Pt. II, Ch. II — Wisdom and the Weather

RECADO AO QUE NÃO CONHECE O ARREPENDIMENTO

 

 

«Judas foi tocado pelo remorso e devolveu as trinta moedas de prata aos sumo-sacerdotes e aos anciãos, dizendo: “Pequei entregando sangue inocente”. Eles replicaram: "Que nos importa? Isso é lá contigo". Atirando as moedas para o santuário, Judas saiu e foi enforcar-se»

(Mt 27,3-5).

 

Santa Catarina ouviu Deus dizer-lhe: O pecado que não tem perdão, nem neste mundo nem no outro, é o do homem que, desprezando a Minha misericórdia, não quis ser perdoado. É isso que considero mais grave e foi por isso que o desespero de Judas Me entristeceu mais e foi mais penoso para o Meu Filho do que a sua traição. Os homens serão pois condenados por esse falso juízo que os leva a crer que o seu pecado é maior que a Minha misericórdia. [...] São condenados pela sua injustiça quando lamentam mais a sua sorte do que a ofensa que Me fizeram.

Pois é então que eles são injustos: não Me dando o que Me pertence e não dando a si próprios o que lhes pertence. A Mim é-Me devido o amor, o arrependimento da falta e a contrição; é isso que devem oferecer-Me devido às suas ofensas, mas fazem o contrário. Não têm amor nem compaixão a não ser por si mesmos, uma vez que só sabem lamentar-se dos castigos que os esperam. Vês, portanto, que cometem uma injustiça e é por isso que dão por si duplamente punidos, por terem desprezado a Minha misericórdia.

Diálogo, 37

 

 

 

Santa Catarina de Sena (1347-1380), dominicana, doutora da Igreja, co-padroeira da Europa

 

Catarina Benincasa nasceu na aldeia de Fontebranda (Sena-Itália), a 25 de Março de 1347. Era filha de Giácomo Benincasa e de Mona Lapa. Aos 16 anos, depois de muitas instâncias, Catarina foi recebida na Ordem Terceira de S. Domingos, indo-se juntar ao grupo das Mantellate.

 

Para saber mais, ver p. ex. http://oamorsedeixaencontrar.blogspot.pt/2012/05/dia-29-de-abril-dia-de-santa-catarina.html

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