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A bem da Nação

DO CONHECIMENTO E DA SABEDORIA

 

Descartes.jpg

 

Será o conhecimento que fundamenta o pensamento ou o contrário? Sei porque penso ou penso porque sei?

 

Eis uma questão que se resolve facilmente se entrelaçarmos os dois conceitos numa relação biunívoca; e assim passamos além de grandes filósofos, esses que tão afanosamente se dedicam à teoria do conhecimento, a epistemologia.

 

Por seu lado, a sabedoria indica quem tem bom senso – aquele que frequentemente é chamado de senso comum - e se comporta com rectidão num determinado enquadramento cultural e de tradição.

 

Se o conhecimento influencia o pensamento e este o pode sintetizar transformando-o em normas mais ou menos abstractas, então ao conjunto de abstrações podemos chamar normativo cultural, quadro legal, definição de bem e de mal… E o que é verdade para uma sociedade, pode não ser para outra porque as evoluções são habitualmente autónomas.

 

Assim chegamos ao conceito de Cultura que pode ser a de uma comunidade local ou regional, de uma Nação. Mas se aos parâmetros meramente profanos juntarmos a matriz religiosa, então passamos a falar de Civilização.

 

E deste emaranhado concluímos que dentro de uma Civilização há (pode haver) muitas Culturas. Para não ferir susceptibilidades, digamos então que dentro duma Civilização há (pode haver) muitas cambiantes culturais. Mas o contrário também é verdade e todos sabemos que – desde que esteja firmado o princípio da liberdade religiosa - dentro duma mesma comunidade podem coexistir religiões diferentes.

 

Mas não é do diálogo inter-religioso nem sequer do multiculturalismo que hoje trato. O que eu quero referir é a urgência que reconheço à afirmação dos valores culturais das comunidades que já existiam quando algures na História foram «tocadas» por outras Culturas e por outras Civilizações abdicando de modo mais ou menos evidente dos parâmetros da sua tradição. E dentro deste imbróglio, não é necessário hostilizar os novos conceitos, basta compatibilizar a tradição com o modernismo.

 

É esta compatibilização que deve dar corpo à nova literatura, à nova pintura, à nova música dessas comunidades, ao novo bom senso.

 

Então, é para servir essa convivência globalizada que os modernos meios de comunicação existem. Convivência que tem de ser pacífica, equitativa, de proveito comum, de valor acrescentado individual, colectivo e universal.

 

O conhecimento tende, assim, a conduzir-nos a um patamar comum, o do humanismo globalizado.

 

E a questão é: haverá sabedoria suficiente ou chauvinismo preponderante?

 

Dezembro de 2018

Sinagoga portuguesa-Amsterdam, JAN18.JPG

Henrique Salles da Fonseca

(eu, gentio, na Sinagoga Portuguesa de Amesterdão, JAN18)

 

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