Júlio Artur da Silva Pomar foi um artista plástico/pintor português. Pertenceu à 3ª geração de pintores modernistas portugueses, sendo autor de uma obra multifacetada, centrada na pintura, desenho, cerâmica e gravura, com importantes desenvolvimentos nos domínios da tridimensão ou da escrita.
Nascimento: 10 de Janeiro de 1926, Lisboa
Falecimento: 22 de Maio de 2018, Lisboa
Períodos: Expressionismo abstrato, Neoexpressionismo, Realismo Social
Tenho como dogma a obrigação de praticarmos o bem.
Parafraseando o Cardeal D. Manuel Clemente, Patriarca de Lisboa, no seu livro “1810-1910-2010 DATAS E DESAFIOS” na pág. 121, «as coisas não são boas ou más porque Deus as mande ou as proíba; antes as manda porque são boas e as proíbe porque são más».
Mas eu não preciso de ordem divina para praticar o bem; tenho a sua prática como algo que é do meu próprio interesse. Nesta linha de raciocínio platónico, quase diria que é por egoísmo que pratico o bem cuja melhor definição me parece ser «a qualidade de excelência ética atribuída a acções que estejam relacionadas com sentimentos de aprovação e dever».
Com a veneranda idade de 26 anos, morreu hoje inesperadamente a minha égua Lola depois duma grande e longa dedicação à Escola de Equitação do meu Clube e duma reforma de grande felicidade nos últimos 3 anos em que a montei diariamente banindo todo o stress e tudo fazendo com muita suavidade.
Vou ter saudades do relincho com que me recebia ao ouvir a porta do meu carro a fechar anunciando a minha chegada e a malga de cenouras com que a brindava antes de tudo o mais. Seguia-se a limpeza geral para depois irmos passear com ela a mordiscar umas ervas antes de fazermos alguns exercícios de aquecimento em espáduas a dentro a passo e a trote. A saída a galope era quase sempre feita dentro da pirueta a passo a que se seguia um encurtar do trote para aproximação progressiva ao rassemblé.
Pelo que me contaram, o fim terá chegado sem sofrimento. Estava à janela da box como era seu costume e quando meia hora depois o tratador lhe foi dar a ração, já não vivia.
Esta frase pode dar a ideia de que se trata de um livro bem humorado mas, pese embora alguma graça que possamos encontrar aqui ou ali, o tom geral da obra é duma seriedade absoluta raiando mesmo a sisudez histórica. Não chega às profundezas mórbido-fantasiosas de Edgar Alan Poe mas ultrapassa-o durante algumas cenas, em especial as relacionadas com os «mimos» dispensados pelo KGB e pela Gestapo aos respectivos «hóspedes».
São 1070 páginas de texto nesta edição que refiro e por isso mesmo sugiro ao futuro leitor que se equipe de alguma ajuda física para suporte do livro, a menos que queira logo de início ficar com uma dor na mão direita e, a partir da metade, sentir a dor passar para a mão esquerda.
De maneira a não estragar a leitura dos futuros leitores, apenas refiro que se trata da história duma belíssima jovem espanhola loira, magra e alta (o que só por si foge ao padrão por que esperávamos numa espanhola) que começa durante a Segunda República espanhola, passa pela II Guerra Mundial e pela Guerra Fria estendendo-se até à queda do Muro de Berlim.
Nem sei como classificar os personagens pois são vários os de importância central. Trata-se de um bisneto que foi encarregue por uma tia de desvendar a vida duma misteriosa bisavó que durante várias gerações foi tabu na família. Os narradores são vários e todos são importantes pois sem eles nada saberíamos. Sim, é uma tessitura do mais curioso que tenho lido e que, para nosso grande espanto, não conduz ao labirinto. Pelo contrário, tudo é rectilínio na marcha do tempo e a cada página nos sentimos mais interessados pelo que irá decorrer ao longo da História da Humanidade neste período do séc. XX.
É na página 924 que encontro um enigma pelo que desafio o leitor a descobrir como é que a visita entrou na casa se o visitado, paralisado e agarrado a uma poltrona, estava sozinho e longe da porta. Ou estaria numa cadeira de rodas?
Sim, é um romance mas é tão verosímil que só perderá em cultura histórica quem o não ler.
E não se esqueça, leitor: são 1083 páginas contadas.
Mais: assim como com a diva, de uma espanhola também não se espera que passe pela vida a cantarolar; espera-se que cante a plenos pulmões correndo a pauta por completo.
Fascismo de esquerda ou de direita é coisa horrível mas o populismo é um poderoso mecanismo de integração de toda a gente na vida política - uns como apoiantes e outros como críticos mas todos por claras motivações.
O populismo nasce por reacção contra uma sociedade cristalizada e, portanto, tem uma essência revolucionária independentemente de se tratar de bonapartismo esquerdino ou de direita.
O sistema de Partidos definidos numa base doutrinária cujas lideranças são democraticamente eleitas dentre um conjunto coeso de eleitores, é posto em causa pelo culto da personalidade de um caudilho com mais ou menos carisma que facilmente se pode transformar em ditador. A História está recheada de exemplos e como todos os meus leitores bem sabem, houve-os de esquerda e de direita mas todos obviamente fascistas.
E recordo as palavras atribuídas a Dino Grandi (Presidente do Grande Conselho Fascista e Ministro dos Negócios Estrangeiros do populista Mussolini) quando terá definido que «Fascismo é a prática do improviso resultante da prodigiosa imaginação do Duce».
Eis por que creio prudente pormos travão ao populismo seja ele de esquerda ou de direita e, para reforço do sistema partidário tradicional, tudo fazermos com vista ao regresso às respectivas bases doutrinárias em vez de quase todos os Partidos praticarem uma mesma política e apenas se distinguirem pelos interesses pessoais dos seus membros mais influentes. É que o caudilhismo dá asneira com muita probabilidade quer ele nos chegue pela esquerda como pela direita.
Pior que ser explorado por um capitalista, é não haver um capitalista que nos queira explorar.
Rosa Luxemburgo
Filósofa marxista polaco-alemã. Tornou-se mundialmente conhecida pela militância revolucionária ligada à Social-Democracia da Polónia, ao Partido Social-Democrata da Alemanha e ao Partido Social-Democrata Independente da Alemanha.
Nascimento: 5 de Março de 1871, Zamość, Polónia
Falecimento: Assassinada em 15 de Janeiro de 1919, Berlim, Alemanha
Cônjuge: Gustav Lübeck (desde 1898)
Formação: Universidade de Zurique
Ao fim de muitos anos, ainda hoje me pergunto se não terá sido Rosa Luxemburgo a sugerir os fundamentos do Baader Meinhof.