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A bem da Nação

AS GREVES PORTUÁRIAS

Os dois lados da moeda

As recentes greves portuárias que desde Agosto passado inviabilizaram o normal decurso das actividades portuárias, têm tido um enorme impacto na indústria do Mar e na sua economia directa e indirecta. No caso concreto do Porto de Setúbal, poderemos vir a observar algumas consequências a médio, longo prazo, com exemplos concretos: a Auto-Europa já informou que está a equacionar alternativas em portos Espanhóis, Vigo e Santander; a Portucel não está a exportar a totalidade da sua carga através de Setúbal, sendo que alguns armadores recusam escalar o porto para ficarem em média 4 dias à espera que as greves terminem. Então a grande questão é depois de terminadas as greves, que não contestando a sua legitimidade ou não, o que fazer se entretanto essas alternativas que agora o tecido empresarial da região busca, se efectiva e se torna numa realidade? Então a greve terá salvaguardado os direitos dos trabalhadores, sim ou não, mas… e o trabalho?

 

Convém analisar estas questões no seu todo. Leixões e Sines negociaram e terminaram com as greves tendo restado Lisboa, Setúbal e Figueira da Foz (diferentes sindicatos) que afirmam levar a greve até 31 do corrente mês. Então o que serviu às negociações com os outros portos não serve a Setúbal e restantes?

 

O porto de Setúbal vive essencialmente das indústrias que gravitam em seu redor. Não nos podemos dar ao luxo de permitir que estas empresas busquem soluções exteriores. Certo é que as empresas não podem parar as suas exportações à espera que as greves terminem, têm prazos a cumprir. Importa equacionar até onde deve ser levada a greve, quais são todos os custos económicos e consequências.

 

Não está em causa a legitimidade da greve, mas tem de se atentar que como tudo na vida, tem de existir bom senso. Então que se pense no próprio futuro de quem neste momento faz greve, na manutenção do seu posto de trabalho, porque sem empresas a exportar pelo porto, não existe trabalho, pelo menos não para todos. Valia a pena pensar nisto.

 

Neste contexto, pensemos nacional e não local: somos um país demasiado pequeno, com muitos portos e muitas divergências, devemos conjugar esforços e criar sinergias, cada um per si. Assim, dificilmente conseguiremos alavancar a Economia do Mar. Aproveitemos os nossos recursos, trabalhemos em conjunto, tenhamos a humildade de aprender uns com os outros com a situação que o País atravessa neste momento. Devemos acreditar que o sector marítimo pode ser uma parte da solução, é pelos nossos portos que sai boa parte das exportações, não devemos impedir nem dificultar essa realidade. Portugal precisa da ajuda de todos por mais difícil que esteja a ser o momento para cada um de nós.

 

Relembrando as sábias palavras do Prof. Adriano Moreira: O país está na charneira da segurança do Atlântico Norte, do Mediterrâneo e do Atlântico Sul. Queira ou não queira, o mar é uma janela de liberdade.

 

Fernanda Nunes Ferreira Fernanda Nunes Ferreira

 

Publicado no Jornal O Setubalense em 17/10/12

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