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Queridos amigos,
O volume de cartas com mensagens amigas foi tal que me impossibilita uma resposta individual. Sensibilizou-me e comoveu-me a amizade e a ternura em que os cristãos desta Diocese me envolveram neste momento. Também esse foi um dom de Deus. A Igreja é isso: uma experiência de comunhão e amor fraterno, a viver no seio de uma sociedade que nem sempre se abre a essa dimensão da vocação cristã. Também amo muito esta Igreja, que servi como o Espírito me conduziu em cada momento e circunstância.
O Concílio Vaticano II, ao falar do ministério dos Bispos, como sucessores dos Apóstolos, sublinha duas dimensões: a solicitude por todas as Igrejas e o múnus de Pastor numa Diocese, por indicação do Papa, Sucessor de Pedro. O Papa Francisco dispensou-me deste segundo aspecto da missão, mas não do primeiro. A solicitude amorosa por todas as Igrejas continuará no meu coração e entre todas elas tem o primeiro lugar esta nossa Igreja de Lisboa. O Espírito Santo mostrar-me-á a maneira nova de a servir e de a amar.
Rezai por mim que eu rezarei por todos vós, e que o Senhor vos abençoe.
† José Cardeal da Cruz Policarpo
Patriarca Emérito de Lisboa
