ILITERACIA
O velho não é sábio
Nem de sábio se insinua
Mas é um sábio que sabe
Saber de ciência sua…
Um saber enriquecido
Pela razão de ser velho
E por muito livro lido.
Sobre a pedra da soleira,
Sentado,
Filosofava…
Disto e daquilo… disperso
Desde o cultivo da jeira
Às coisas do Universo
Os passantes mais atentos
Notavam quando falava
Seus estranhos argumentos
E acenavam que ‘sim’
Porque o velho o demonstrava
Com princípio, meio e fim.,
Os outros
Os que não tinham
Cabeça para entender,
Sorriam,
Chalaceavam
Num chocalhar de morrer…
E sem saber o sentido
De quanto o velho dizia…
Até de ‘doido varrido’
Surgiu a rude graçola!
Crianças – não as havia
Já era tempo de escola!
Conceição Henriques