O LIBERAL
O SOCIALISMO DOS INTERESSES
É comum confundir-se um liberal com um defensor dos grandes interesses económicos. Um erro que resulta da ignorância, mas também da má-fé e da incapacidade argumentativa para rebater os pontos de vista do liberalismo.
Na verdade, defendendo um liberal a separação entre os negócios e o Estado, preconiza que o Estado não intervenha na economia. Não favoreça quem quer que seja em detrimento de outros. Não privilegie ninguém; que deixe essa função para os consumidores que escolhem o produto que mais lhes convém.
A percepção desta realidade tem implicações interessantes. Leva a que compreendamos que é o socialismo (e a social-democracia) que se associa aos mais fortes para fazer mexer a economia. Na medida em que o estado socialista (ou social-democrata) vai além das suas meras funções sociais, intervindo na economia e dando incentivos e subsídios a certas empresas para que invistam e se desenvolvam, somos levados a concluir ser o socialismo que se associa aos mais fortes para o cumprimento de metas económicas politicamente estabelecidas.
É assim que um liberal acaba por defender um Estado verdadeiramente independente e livre, apesar de limitado. Que seja um justo mediador de conflitos e um ponto de equilíbrio entre os cidadãos, precisamente porque sujeito ao controlo efectivo dos indivíduos. Para que tal seja conseguido precisamos apenas de políticos que representem o povo, limitando o Estado, ao invés dos que em seu nome restringem as liberdades