«SYLLOGISMUL INVIDIA» - 3
Regressado à sua dimensão continental anterior à conquista de Ceuta em 1415, Portugal teve rapidamente que «lamber as feridas» integrando meio milhão de civis e militares desmobilizados do Ultramar que de lá vieram com a roupa que traziam no corpo, teve que suportar uma dolorosa tentativa de sovietização, teve que repor a ordem cívica e criar uma democracia pluripartidária.
E a vida continuou…
… na integração europeia, a tal ideia que os soviéticos não toleravam e que, morta a URSS, a orfandade leninista que há tempos usava colarinho azul teima em combater em sintonia envergonhada com os gramscianos, com os eruditos de mania trotskista e com outros filomarxistas de colarinho branco.
Eis-nos, assim, chegados a um novo cenário em que uma crescente burguesia pós-moderna, hedonista, consumista, disputa as luzes da ribalta em confronto mais ou menos aberto com a «esquerda caviar» que se diz puritana mas que, sendo adepta do silogismo da inveja, mais não consegue do que tentar destruir os Valores do Ocidente, a começar pelos padrões da sua História.
A nova parangona marxista aí está, «a dinâmica da História». Mas a História é definitivamente estática depois de ter registado os factos ocorridos. A História é registadora e qualquer outra missão que se lhe queira dar só pode ter como objectivo o apagamento da memória para uma aniquilação civilizacional e uma posterior manipulação de um novo determinismo cultural.
Mas os espectadores não são cegos e já toparam a jogada dando voz – de momento, apenas nos actos eleitorais – às forças que reagem mais abertamente a essa investida demolidora. Contudo, mais do que um putativo confronto físico que as Forças de Segurança sempre conseguirão domar, o perigo que se perfila está na eventualidade de – por causa da inveja estaminal - a prossecução da busca do bem-comum assente nos valores do humanismo democrático e na economia social de mercado perder o pé no turbilhão que o eufemístico «politicamente correcto» vem acelerando.
E, se isto acontecer em Portugal e no resto da Europa, então, Estimados Leitores, será o
FIM
Março de 2021
Henrique Salles da Fonseca