SUGESTÃO AO GOVERNO – 7
A identificação simultânea de muitos problemas significa o propósito de não resolver nenhum e manter o clima de crítica eleitoral a raiar o espanto escandaloso. Pior ainda quando os críticos acenam com ideias radicais e, daí, fracturantes. Pelo contrário, eu pretendo identificar um tema de cada vez de modo que ninguém possa argumentar com a complexidade e, então, justificar uma não-solução. As minhas sugestões poderão/deverão ser discutidas mas pretendem ser quase axiomáticas e benignas, ou seja, não disruptivas.
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Como é óbvio, nem todos os temas até agora abordados neste conjunto de curtos textos têm a mesma relevância – e o mesmo sucederá com os seguintes – mas o objectivo é o de não massacrar quem me lê com sucessivas «salvações da Pátria».
Contudo, desta vez, sinto necessidade de abordar um tema que tenho como fundamental e potencialmente disruptivo, o da formação dos preços.
Entre nós, os mercados não são transparentes pois estão dominados por um oligopsónio (o das grandes superfícies) que já se estendeu até às lotas onde o cambão é a prática corrente. Tudo, em desfavor da Oferta que suporta os riscos; tudo, a favor da Procura que alija os riscos. Assim, devemos garantir mais transparência nos mercados e se promover a lógica na formação dos preços, SUGIRO AO GOVERNO que:
• Institua a Bolsa de Mercadoria de Portugal (produtos standard da agricultura, seus transformados e congelados do mar);
• Determine que nas Lotas o leilão passe a ser ascendente e que, até à consumação da venda, a Oferta possa retirar os seus lotes da praça (pagando o Imposto devido).