SOFISMAS, COMPLEXOS E TIQUES
A diabolização das poupanças empresariais e a sacralização de um factor de produção fizeram nascer ódios que só beneficiaram quem deles se quis servir para subir a escada do Poder.
Dito de outro modo: a diabolização do lucro e a sacralização do trabalho cultivaram a luta de classes como forma de fazer a revolução e instalar a ditadura.
O discurso esquerdino era (e continua a ser) o de tudo apregoar a favor das classes trabalhadoras e de tudo acusar os capitalistas e seus cúmplices, os burgueses.
O dramático percurso histórico desse processo culminou com a derrocada do Império Soviético qual baralho de cartas mal equilibradas. Ruiu o Império mas na mente dos seus devotos ficaram os sofismas, os complexos e os tiques.
Como exemplo de sofisma temos a diabolização das poupanças empresariais quando são elas que permitem novos investimentos sem recurso ao endividamento; como exemplo de complexo temos os raciocínios revolucionários de quem possui e até ostenta usos e costumes burgueses; como tiques podemos, dentre muitos, considerar a limitação da circulação automóvel em favor das bicicletas, maratonas nas pontes e vias principais, jogo das damas e bailaricos no largo onde antigamente se podia estacionar… pois há que estrangular os vícios burgueses e dar voz aos explorados…
Mas se o Estado tem que aumentar as receitas para poder distribuir a riqueza, como justificar essas políticas que contrariam o maior contribuinte que existe no país, o automobilista? E atenção! Não aceito teorias ecológicas quando é sabido que o Protocolo de Quioto não passa de um embuste[1] para extorquir dinheiro a todo o mundo a favor duma clique de «investigadores» ao serviço dum sector que se diz produtor de equipamentos “amigos” do Ambiente que funcionam com base em pressupostos dúbios. Também não façam a conversa anti-nuclear baseados na tecnologia de Chernobyl quando o que nós queremos é o nuclear de terceira geração à imagem e semelhança do que está a ser feito na Escandinávia. E quanto aos «explorados», eles já têm o Rendimento Social Mínimo para poderem continuar no confortável desemprego e no tráfico de estupefacientes como se constata pelos raides policiais aos bairros problemáticos. Os outros, os descendentes dos antigos proletários, já têm hábitos burgueses, pertencem à sociedade de consumo e não querem que se tenha pena deles.
Não haverá quem me acompanhe a dizer que BASTA DE HIPOCRISIA?
Henrique Salles da Fonseca
(Hanói, Nov.14)
[1] - Ver “Mitos Climáticos” em http://mitos-climaticos.blogspot.com/