SHALOM - 5
É num instante que de Jerusalém nos pomos em Belém e quase não dá para perceber onde acaba a malha urbana de uma e começa a da outra. Quer-se dizer... não daria para perceber se não fosse a fronteira definida por um muro de cimento com oito metros de altura: de um lado é Israel, do outro é a Palestina totalmente independente.
Justifica-se recorrer à Wikipédia para se ficar com uma ideia clara da evolução que tem tido esta questão.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Territ%C3%B3rios_palestinianos
Evolução do Mandato da Palestina e dos Territórios Palestinianos modernos
Propostas de 1916-22: As três propostas para a administração da Palestina após a Segunda Guerra Mundial. A linha vermelha é a "Administração Internacional" proposta em 1916 no Acordo Sykes-Picot, a linha azul pontilhada foi proposta pela Organização Sionista Mundial durante a Conferência de Paz de Paris em 1919 e a linha azul refer-se às fronteiras finais do Mandato Britânico da Palestina entre 1923-48.
Situação em 1947: Mandato da Palestina, mostrando em azul as áreas controladas por judeus na Palestina em 1947, que constituíam 6% da área territorial do mandato, das quais mais da metade eram controladas pelo Fundo Nacional Judaico (FNJ) e pela Associação da Colonização Judaica da Palestina. A população de judeus cresceu de 83 790 pessoas em 1922 para 608 000 em 1946.
Proposta de 1947: Proposta do plano da ONU para a partilha da Palestina de 1947 (Assembleia Geral das Nações Unidas - Resolução 181 (II), 1947), antes da Guerra árabo-israelita de 1948. A proposta incluía o corpus separatum de Jerusalém, estradas extra territoriais entre as áreas não contíguas e a consolidação de Jaffa como uma exclave árabe.
Situação entre 1948-67: Ocupação da Cisjordânia pela Jordânia e ocupação da Faixa de Gaza pelo Egipto após a Guerra árabo-israelita de 1948, mostrando a linhas de armistício criadas em 1949.
Situação em 2014: Em verde, a região que é administrada pela Autoridade Nacional Palestiniana (sob Oslo 2).
Passada a fronteira e, acto contínuo, entrados em Belém, logo nos dirigimos ao Paraíso, nome do hotel onde nos foi servido o almoço. Os palestinianos poderão ser maioritariamente muçulmanos mas o vinho que nos serviram não era nada mau.
Abril de 2014
Henrique Salles da Fonseca (VI Estação da Via Dolorosa)