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A bem da Nação

SALAZAR E SANTO AGOSTINHO

Hoje, refiro-me a Salazar, a Santo Agostinho e ao Capitão Agostinho Lourenço.

Tudo começou numa conversa com Luís Soares de Oliveira que referiu a sua tese de que Salazar era devoto de Santo Agostinho ao que eu, algo humoradamente, repliquei com o envolvimento do outro Agostinho no secularismo do «nosso» autocrata.

O Luís Soares de Oliveira ficou de me enviar a sua tese mas, entretanto, eu procurar saber mais alguma coisa sobre Santo Agostinho para tentar descortinar a razão da devoção de Salazar.

E, do que encontrei, destaco que Agostinho, o Santo,…

  • …viveu o mundo, teve um filho (Adeodato), antes de se remeter a um regime de mais pensamento e menos acção;
  • …dissertou sobre vários temas para que não encontrou explicação (nomeadamente o «tempo» cronológico, não o meteorológico) donde resultou o seu conceito de «conhecimento intuitivo» («sei o que é mas não sei explicar»);
  • …grande conhecedor do zoroastrismo, promoveu a transposição para o monoteísmo – e, concomitantemente no seu caso, para o cristianismo – da oposição entre o bem e o mal: Deus é o bem; o afastamento de Deus é o mal;
  • …como «Padre apologista da Igreja», promoveu a adopção da filosofia grega (Platão, Aristóteles…) pela nascente filosofia cristã;
  • …deixou escritas as «Confissões» (autobiografia) e «Cidade de Deus» em que disserta sobre dogmas relacionados com a vida eterna da alma e a bem-aventurança, além do paraíso e da bondade de Deus. Diz quem já a leu que os escritos contidos nesta obra se mostram como o princípio para a compreensão de uma filosofia cristã.

Uma vez que não li qualquer livro de Santo Agostinho (nem o farei devido à minha ambliopia que, dizem os médicos, veio para ficar), recorri à Internet onde encontrei quase trezentas frases atribuídas ao Santo. Sem meios (conhecimentos) que me permitam verificar a autenticidade das ditas frases, fico-me pelo palpite correndo o risco de ignorar verdadeiras e aceitar falsas. Que, na sua enorme sabedoria, o Santo me proteja!

 ALGUNS PENSAMENTOS DE SANTO AGOSTINHO

  • O orgulho é a fonte de todas as fraquezas porque é a fonte de todos os vícios.
  • O supérfluo dos ricos é propriedade dos pobres.
  • Ninguém faz bem o que faz contra a vontade mesmo que seja bom o que faz.
  • Conhece-se melhor a Deus na ignorância.
  • Ter fé é assinar uma folha em branco e deixar que Deus nela escreva o que quiser.
  • O dom da fala foi concedido aos homens não para que eles se enganassem uns aos outros, mas sim para que expressassem pensamentos uns aos outros.
  • Se não podes entender, crê para que entendas. A fé precede, o intelecto segue.
  •  Na essência, somos iguais; nas diferenças nos respeitamos.
  • Fizeste-nos, Senhor, para ti e o nosso coração anda inquieto enquanto não descansar em ti.
  • Milagres não são contrários à natureza, mas apenas contrários ao que nós sabemos sobre a natureza.
  • Se dois amigos te pedirem para julgares uma disputa não aceites porque irás perder um amigo; por outro lado, se dois estranhos pedirem o mesmo, aceita porque ganharás um amigo.
  • Se crês apenas naquilo de que gostas no Evangelho e rejeitas o que nele não gostas, não é no Evangelho que crês mas sim em ti mesmo.
  • A esperança tem duas filhas: a indignação e a coragem. A indignação ensina-nos a não aceitarmos as coisas como estão; a coragem, a mudá-las.
  • No amor ao próximo o pobre é rico; sem amor ao próximo, o rico é pobre.
  • Se o homem soubesse as vantagens de ser bom, seria homem de bem apenas por egoísmo.

* * *

Meu Caro Luís Soares de Oliveira:

Do exposto, concluo pelo rotundo falhanço da minha busca da razão pela qual Salazar teria especial devoção por Stº Agostinho. No máximo, apenas vislumbro uma certa coincidência no louvor à pobreza e naquele pensamento do Santo em que é na ignorância que melhor se vê a Deus. Terá sido nesta opinião que Salazar se inspirou para idealizar Portugal como um «paraíso» bucolicamente analfabeto com a vida a mexer ao ritmo do sino da igreja? Acho muito laconismo do Santo para justificar a idealização de um cenário tão inocente e na paz divina, sem perspectivas materiais de mais do que uma sardinha amarelecida para quatro pessoas em dias especiais…

Ou seja, preciso mesmo de ler essa tese da devoção de Salazar por Stº Agostinho; por mim, não chego lá.

Onde chego, sim, é à realidade de «Jimmy», o homem do MI6, em português descodificado, Capitão Agostinho Lourenço, ter ajudado Salazar a «acalmar» aqueles que achavam curta a teologia da sardinha amarela em dias de festa..

Fico, assim, à espera da interessante tese.

Abraço,

Henrique Salles da Fonseca

 BIBLIOGRAFIA:

«Santo Agostinho» - Wikipédia

«Frases de Santo Agostinho» - Internet

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