QUE TRISTEZA, MOÇAMBIQUE
Qualquer português que tenha feito o Serviço Militar em Moçambique sabe que, como organização militar, a Frelimo inexiste.
Bastaram-nos «meia dúzia» de verdadeiros operacionais do Exército, da Marinha e da Força Aérea apoiados por civis fardados para sustermos e rechaçarmos as investidas pontuais que a Frelimo fazia. Com excepção de zonas inseguras para os portugueses (mas não dominadas e muito menos administradas pela Frelimo), a quase totalidade do território moçambicano era terra de paz. Disso fiz prova ao viajar no meu carro privado de Nampula a Lourenço Marques na companhia de dois amigos totalmente desarmados em Julho de 1972. Eu sou o «documento coevo» e quem disser que a guerra em Moçambique era difícil para os portugueses, mente descaradamente. Sobre esta viagem, escrevi «POR ESSA PICADA ALÉM…» que está publicada em http://abemdanacao.blogs.sapo.pt
As zonas em que os civis portugueses não se deslocavam tranquilamente eram a parte norte de Cabo Delgado e o perímetro da barragem de Cabora Bassa. Mas a administração era portuguesa e havia comerciantes portugueses residentes.
Foi no Largo do Carmo, em Lisboa, que as colónias portuguesas passaram para as mãos dos movimentos independentistas. Os militares portugueses estacionados em Moçambique receberam ordem de se perfilarem perante o até então inimigo.
Seguiu-se a História que as esquerdas políticas fizeram passar como verdadeira.
Entretanto, a Frelimo perdeu o pouco ânimo político que possuía enquanto combatia os portugueses. Sentou-se na cadeira do Poder, deixou-se envolver na corrupção, não voltou a encontrar uma liderança carismática que entusiasmasse os moçambicanos e se desse ao respeito na cena internacional e continua a ser um «bluff» militar. Até porque, na tradição marxista, as Forças Armadas são partidárias e quem disser que são nacionais sabe que está a mentir.
Eis como o DAESH hasteou a sua Bandeira numa das Mocímboas e que a hasteará na outra logo que lhe apetecer pois «os mercenários de Moçambique chegam tarde».
Dá para imaginar que anda Xicuembo por trás de tanto milando.
Mas há que suster o desespero dos moçambicanos inocentes: o problema tem solução militar – como teve noutros tempo - só que, agora, com muito mais sabedoria.
Agosto de 2020
Henrique Salles da Fonseca