PERU – 2
MISTÉRIOS QUÉCHUAS
Primeiro mistério:
Em conformidade com a pronúncia quéchua, o rio Rimaq pronuncia-se ˈli.maq e, como noutros topónimos, a oclusiva final desapareceu ao passar ao castelhano, preferindo-se, com o tempo, a grafia Lima. Isto, porque o Rimaq é um dos três rios que por ali desaguam e, sendo o maior, impôs o seu nome à cidade.
Não foi, portanto, nenhum cavalheiro de apelido Lima que fundou a cidade.
Segundo mistério:
A palavra Peru deriva de Birú que, no início do século XVI, era o nome de um cacique indígena do Panamá. Quando, em 1522, os seus domínios foram visitados pelos exploradores espanhóis, logo foram denominados «terras do Biru», toponímia que se estendeu para sul até ao actual Peru mas desaparecendo na origem geográfica.
A Coroa Espanhola oficializou o nome do território em 1529, com a «Capitulação de Toledo», que designou o Império Inca como a Província do Peru. Sob o domínio espanhol, o país era denominado Vice-Reino do Peru, que, após a guerra da independência do país, se tornou a República Popular do Peru.
O nome Peru nada tem, portanto, a ver com a nossa vítima natalícia.
Terceiro mistério:
Civilização Inca? Não! Civilização quéchua!
Inca, o rei filho do Sol, governava o povo quéchua e, portanto, a civilização era do povo e não do rei. Se a civilização fosse do rei, morreria com a morte do seu dono; sendo do povo, prossegue…
A este tema – morte e ressurreição da civilização quéchua - regressarei numa crónica futura.
Outubro de 2017
Henrique Salles da Fonseca