PENSAR COM ESPERANÇA
Os Estados, mesmo os mais fortes, revelaram grandes limitações na capacidade de prever e tutelar a actividade financeira e não só. Certamente influiu o maior carácter transnacional da economia bem como a complexidade dos centros de decisão que também ultrapassam as fronteiras tradicionais.
Não deve estar em causa o lugar e o papel do Estado – e do Estado democrático e «de direito» – como primeiro responsável do bem comum de cada povo. Mas parece necessário retomá-lo de modo mais aberto, na relação internacional e intercultural e mais «subsidiário» no acolhimento e estímulo da colaboração dos corpos intermédios (famílias e instituições não públicas), dentro dos princípios que as declarações universais têm afirmado quanto aos direitos humanos a promover.
In «PORQUÊ E PARA QUÊ – Pensar com esperança o Portugal de hoje», D. Manuel Clemente – ASSÍRIO & ALVIM, Ed. Novembro de 2010, pág. 42