PENSANDO…
Apesar do título, inspirando racionalidade, começo com um dogma que, por definição, dispensa a tal racionalidade.
DOGMA - Uma pessoa de bem, paga o que deve.
Este meu dogma aplica-se tanto na dimensão micro como na macro, ou seja, às pessoas e aos Estados. Porque, ao contrário do que disse um «sem-vergonha dos quatro costados», as dívidas são para pagar.
Então, deixando a definição da dívida micro ao cuidado dos contabilistas, a nível macro a dívida global tem duas vertentes: a pública e a privada.
A dívida pública é a que vem sendo mais referida pela comunicação social mas a privada também tem que se lhe diga.
A dívida pública, constituída para financiar os défices públicos, só pode ser reduzida na medida dos superávites públicos; a dívida privada só pode ser reduzida na medida dos saldos positivos da balança de transacções correntes.
Enquanto não tivermos saldos positivos nas contas públicas, não reduziremos o stock da dívida pública; se não tivermos saldos positivos na balança de transacções correntes, o sistema bancário nacional continuará a endividar-se sobre o exterior persistindo na via da falência ou, no mínimo, da absorção pela banca estrangeira.
PRIORIDADES:
- Obtenção urgente de saldos positivos nas contas públicas;
- Reforço da produção de bens e serviços transacionáveis; contenção do consumo.
Estes, os meus silogismos dogmáticos para hoje.
Dezembro de 2017
Henrique Salles da Fonseca