PELO TOQUE DA ALVORADA - 16
Hoje, a alvorada foi pelas 6,30 h, bem mais tarde do que a anterior. Não faltariam protestos nem talvez mesmo alguns «mimos» ao estilo da intifada se eu fizesse soar o clarim pelo que me deixei guiar pelo arrulho das rolas, as mais madrugadoras, logo seguido pelo chilrear da outra passarada. E assim foi que, entre arrulhos e chilreios, dei por mim a imaginar o modelo econométrico que nos poderia ajudar a medir a eficácia de uma política de substituição de importações capaz de transformar os nossos endémicos défices comerciais em superávites, mesmo que modestos. Tudo, claro está, no âmbito duma economia aberta como a nossa (para não lhe chamar desbragada) e de livre iniciativa. Então, «caí na real» quando me deparei com parâmetros dificilmente quantificáveis tais como a «mândria nacional», a elevada propensão para a «licenciatura em remanso de praia» e outros óbices de cariz estatístico de que os arrulhos e chilreios me distraíram. Concluo que o liberalismo em moda e em curso carece de uma mentalidade mais produtiva e muito menos esbanjadora. No meu modelo não entraram «casos de Polícia», que os há.
Agosto de 2o21
Henrique Salles da Fonseca