PASSEANDO PELA ÍNDIA
Akbar (1542-1605), terceiro Imperador mogul da Índia (1556-1605), geralmente considerado o verdadeiro fundador do Império Mogul era filho do Imperador Humayun, nasceu em Umarkot, Sind (no actual Paquistão), subiu ao trono com 13 anos de idade e começou por ter um Regente, Bairam Kahn. Este regente reconquistou para o jovem Imperador grande parte dos territórios que tinham sido usurpados pelos vizinhos aquando da morte do seu pai até que em 1560 Akbar assumiu o poder de facto.
Compreendendo que a heterogeneidade e a cooperação seriam fundamentais para o governo e consolidação de um Império, obteve a colaboração dos rajputanos – que eram os mais belicosos de todos os hindus – utilizando uma sagaz mistura de tolerância, generosidade e força. Ele próprio tomou a iniciativa de casar com duas princesas de Rajput.
Assegurando a lealdade dos hindus, pôde então prosseguir para o alargamento do seu reino até que alcançou uma extensão tão vasta quanto a que vai do actual Afeganistão até à baía de Bengala e até ao rio Godavari, no sul.
Contudo, o seu maior feito foi o estabelecimento de um sistema administrativo que conseguiu manter o Império uno e que estimulou o comércio e o desenvolvimento económico.
Notável foi também a promulgação que fez de uma nova religião, a Dini-Ilahi (Fé Divina) que consistiu na tentativa de conciliação do Islão com o Bramanismo, Cristianismo e Zoroastrismo. Apesar de este seu projecto ter falhado, Akbar fez-se rodear de sábios dessas religiões e, se bem que ele próprio fosse quase analfabeto, fez da sua corte um centro de artes e letras.
E, contudo, recordamo-lo hoje pelo Taj Mahal, obra muito vistosa, sem dúvida, mas bem pequena perante a grandeza do seu trabalho mais importante, a consolidação do Império que, com algumas variantes, corresponde grosso modo à actual Índia.
Henrique Salles da Fonseca
(à porta do palácio de Samode nos arredores de Jaipur, Rajastan)
BIBLIOGRAFIA: Wikipédia