OS MILITARES E A NAÇÃO
Quando uma Nação perde o seu espírito militar, a carreira das armas deixa imediatamente de ser respeitada, os militares caem até ao nível mais baixo dentre os funcionários públicos e deixam de ser estimados ou mesmo compreendidos. Os cidadãos mais proeminentes deixam de ir para o Exército e apenas os menos importantes o passam a fazer.
A elite das nações evita então a carreira militar porque ela não é mantida com honra e isso acontece também porque a elite da Nação não a perfilha. Portanto, não existe motivo para surpresas se Exércitos não elitistas são inquietos... O soldado sente que está numa posição de inferioridade e o seu orgulho ferido dá-lhe apetite para a guerra que o tornará necessário; ou ainda um gosto pela revolução no curso da qual ele espera ganhar pela força das armas a influência política e a consideração pessoal que já não lhe eram reconhecidas.
Alexis de Tocqueville (1805 - 1859)
In “Democracy in América”