«OPINION MAKERS»
Criadores de opinião ou manipuladores de opinião, eis a questão.
Dar a sua opinião sobre um determinado assunto é perfeitamente normal numa sociedade em que impera a liberdade e, em consequência, a liberdade de pensamento e de opinião. Assim se dá aos «consumidores da informação» uma sugestão que eles seguem ou não conforme concordem ou discordem. Mais uma vez, a liberdade de opinião a funcionar. O opinador refere-se a realidades, não a ficções e não especula sobre intenções alheias; pode ser seguido por muitos, poucos ou nenhuns consumidores mas, expondo os seus argumentos e concluindo de uma certa maneira, fá-lo com transparência e apenas se responsabiliza a si próprio como um bom, um mau ou um péssimo opinador.
Em resumo, o criador de opinião é benigno.
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O manipulador de opinião é aquele que induz os outros a passarem a ter uma determinada opinião sobre uma realidade ou uma ficção (fake new), num sentido determinado pelos seus próprios interesses sobre um tema mais ou menos controverso (lobby) ou mais ou menos legítimo; actua frequentemente sob anonimato ou, quando muito, sob identidade dificilmente identificável ou mesmo falsa.
Em resumo, o manipulador de opinião é maligno.
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Eis por que não me oferecem dúvidas os criadores de opinião mas me espanta a facilidade com que os manipuladores conseguem entrar nas redes sociais e nas notícias formais sem que o «Carmo e a Trindade» não lhes caia em cima, os identifiquem e os banam.
E a questão que coloco é:
- Deve a origem das fake news ser investigada e apenas penalizado o manipulador (seja ele individual ou lobby) ou também o divulgador?
Não se trata de restaurar a velha censura prévia do Estado Novo; pelo contrário, trata-se apenas de obstar às fake news e de punir os respectivos autores.
Meditemos…
Junho de 2019
Henrique Salles da Fonseca