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A bem da Nação

O QUE RENDE A INVESTIGAÇÃO AGRONÓMICA

 

 

“Ao longo de muitos anos – a última vez no “Público” de 5-2-2014 (“A Ciência como investimento”) - tenho chamado a atenção, com os escassos elementos de que dispomos, para o fabuloso investimento que é o dinheiro “gasto” em investigação agronómica. Quando trabalhei em Elvas, como Chefe do Laboratório de Citogenética da Estação de Melhoramento de Plantas, propus, num Colóquio e num escrito entregue ao Director e ao Subsecretário de Estado da Agricultura, a criação dum pequeno Gabinete de Estudos Económicos. A sua função seria medir, ano a ano, o que a agricultura e, portanto, a economia, tinham ganho a mais com o cultivo das variedades de cereais e forragens criadas na Estação.

 

Nada se concretizou. Mas em 1967, nas comemorações do 25º aniversário da Estação, o Secretário de Estado da Agricultura declarou que, por escassas dezenas de milhar de contos despendidos ao longo desses 25 anos, a lavoura tinha colhido, a mais, um valor estimado em um milhão de contos.

 

Há mais de 15 anos, um cientista do Instituto Internacional de Investigação do Arroz (IRRI, das iniciais em inglês), nas Filipinas, fez na Estação Agronómica Nacional uma conferência sobre os trabalhos realizados na sua instituição. No final, e depois de algumas perguntas de carácter técnico, perguntei-lhe qual era o orçamento anual do Instituto. A resposta foi “35 milhões de dólares”. Perguntei-lhe, então, se tinha informação sobre o aumento de ganhos, para os agricultores, como consequência do trabalho ali realizado. Respondeu-me que não tinham números exactos mas que era certamente de vários biliões (que aqui chamam “milhares de milhões”).

 

É bem evidente que o dinheiro investido em investigação agronómica rende juros absolutamente fabulosos. Juros que os nossos economistas não sabem que existem e por isso têm sistematicamente destruído quase tudo o que havia e era menos do que o país necessitava. A não ser que o tenham feito deliberadamente, para destruir Portugal.

 

 

Publicado no "Linhas de Elvas" de 27 de Março de 2014

 

Miguel Mota

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