O LEILÃO DAS BENESSES
Ou
A FEIRA DAS MENTIRAS
Alguém disse um dia que «nunca se mente tanto como antes de umas eleições, durante uma guerra e depois de uma caçada ou pescaria».
Todos os adultos que me leiam têm suficiente experiência de vida para reconhecerem a frase anterior como axiomática.
No leilão das benesses, o refrão unânime é «a mudança» - mesmo para os que são os sucessores do Partido no Poder. No mínimo, é deselegante para com os «camaradas» demissionários. E logo «cheira» a mentira pois não é crível que um Partido mude de doutrina (e respectivas políticas só para justificar o slogan da mudança.
Quanto aos outros Partidos, os que têm estado nas Oposições, os discursos de mudança têm todo o cabimento, mas não resistem à mentira logo que começam a prometer mundos e fundos - o leilão das benesses. E tanto mais alto licitam quanto mais longe se sentem do Poder e da impossibilidade do cumprimento das promessas; a moderação é para os vencedores.
E queira o Altíssimo que as promessas se encaixem nos respectivos programas eleitorais não vá acontecer que algum programa minimalista chegue para justificar toda a demagogia propalada em gritaria tão ao gosto popular.
O protesto não chega para suprir a falta de um Programa verdadeiramente alternativo, plausível e inovador.
Março de 2024
Henrique Salles da Fonseca