O EI REIVINDICA A PENÍNSULA IBÉRICA
O Estado Islâmico na sua grande pujança
Num vídeo em que um militante do Estado Islâmico (Daesh) executa um alegado espião a tiro, o mesmo militante tece ameaças a Portugal e Espanha. O homem avisa os inimigos do Estado Islâmico que poderão esperar um ataque tão violento que fará esquecer o 11 de Setembro. Os avisos são centrados na Península Ibérica.
Esta ameaça não é nova, porquanto os islamitas sempre reivindicaram como seu o território peninsular, que, aliás, figura muitas vezes nas bandeiras do Daesh, em que aparece desenhado o mapa das pretensões territoriais do Estado Islâmico à escala mundial, onde se destaca com especial ênfase Al-Andalus.
Em suma: os jihadistas querem recuperar Portugal e Espanha. Há que tomar-se boa nota do que foi recentemente publicado pelos media, que confirmam o que precede, designadamente no Jornal de Notícias. Vale a pena perder uns minutos com a respectiva leitura
É por estas e por outras que temos de pensar seriamente em orçamentos dignos e consistentes para as Forças Armadas, para as forças de segurança interna e para os serviços de informações (intelligence). Todavia, parece que existem outras prioridades, na Tugalândia: i.e., se vão subir ou baixar o IVA dos galões e das torradas, o retorno da sobretaxa do IRS e se as Juntas de freguesia devem agrupar ou não várias antigas circunscrições congéneres, entre outros assuntos de palpitante interesse. Aliás, por outro lado, se repararem bem nenhum, mas nenhum, dos 10 candidatos à Presidência da República se referiu, mínima e seriamente, a estas questões de primeira grandeza da vida nacional, ou seja às questões de segurança externa e interna. E, não obstante, o PR, nos termos da Constituição, "garante a independência nacional, a unidade do Estado e o regular funcionamento das instituições democráticas e é o Comandante Supremo das Forças Armadas.", Assim vai Portugal!
Se o que os jihadistas afirmam não é relevante para os superiores interesses de Portugal, o que será?
O EI, por ora, está confinado a um território relativamente extenso entre o Iraque e a Síria, ou seja o núcleo central do cancro está aparentemente controlado. O problema são as metástases e elas estão por toda a parte, como bem se sabe, inclusive intra-muros.
É provável que esta ameaça às nossas sociedades, cada vez mais visível, crescente e perturbadora, não nos venha a afectar, no tempo que ainda nos resta de vida, mas vai seguramente sobrar para os nossos filhos e netos.
A resposta tem de ser dada por todos nós, antes que seja tarde de mais.
1 de Fevereiro de 2016