O ACORDO ORTOGRÁFICO DE 1990 – 3
Qualquer crítica – e qualquer defesa – que se baseie sobretudo em chamar nomes aos defensores e aos críticos, não é crítica nem defesa: é mero desabafo, auto- regozijo pela certeza que transborda da alma de cada um. Não vale nada.
Por isso não me atrevo a ser contra a adopção do Acordo Ortográfico de 1990 sem
apresentar as razões em que me baseio.
Os argumentos que se seguem são de ordem operatória, fonológica, morfológica, de linguística histórica, sociológica, diplomática, económica e de preservação histórica.
Há mais, porém fico por aqui.
- Argumento de ordem morfológica
Há um princípio básico de qualquer ortografia: a coerência morfológica.
O AO de 1990, seguindo estritamente a produção fonética (não as regras fonológicas), exige que se escreva “os egípcios são os nativos do Egito”. Conserva-se, e muito bem, o “p” do “egípcio” porque se pronuncia, mas perde‐se a ligação gráfica dos egípcios com o nome do país respectivo...
Este argumento tem ligação com o seguinte...
(continua)
Manuela Barros Ferreira
Campo Arqueológico de Mértola