NO NEVOEIRO OS SATÉLITES BRILHAM MAIS
Meu Portugal, sem rei nem roque
De alma à chuva e corpo ao vento
Num abrigo tem a mente
Sempre à espera do Sol-nascente
Alheio anda, sempre adiado
Cão rafeiro bem-educado
Passa a vida enfileirado
Já nem nota o cadeado.
Minha gente no nevoeiro
Já nem sabe p’ra onde vai
No escuro tudo é brilho
E os satélites brilham mais.
António da Cunha Duarte Justo