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A bem da Nação

NÃO TRAZ O DESASTRE

 

tranquilidade.jpg

 

Correm os jornais, rádios e televisões a inventar escândalos, guerras e flagelos ou será que tais fenómenos ocorrem efectivamente hoje e antigamente nada acontecia? Ou será que antigamente as ‘coisas’ aconteciam como hoje mas actualmente sabemos delas na hora enquanto antigamente demoravam meses e anos a cá chegar? Mas quer elas sejam reais ou inflacionadas, hoje andamos a saber de tudo ‘no quente’ enquanto que antigamente já a febre da ocorrência esfriara quando a notícia chegava ao conhecimento dos nossos antepassados.

 

O que não merece dúvidas é que, comparando com os antigos, hoje vivemos muito mais velozmente e o stress é estado típico do estilo de vida que de nós tomou conta.

 

O imediatismo sensacionalista do conhecimento global é certamente algo do interesse dos cardiologistas, dos psiquiatras, dos psicólogos clínicos, dos fabricantes de ansiolíticos. Não esquecer os órgãos da comunicação que se regem pelas audiências, alavanca dos preços da publicidade que facturam. A exploração do antigo brado dos ardinas “traz o desastre!!!”, a denúncia e exploração mediática do vício alheio e da morbidez típica dos pobres de espírito que se querem tantos quantas as ambições dos títeres, eis a época do tele-massacre que nos devora a paciência. Pior ainda quando a demagogia dos caciques na Oposição – sejam eles quem for – leva as plateias a crerem que tudo lhes é devido, que tudo devem exigir enquanto os caciques no Poder – sejam eles quem for mas em alternância com os anteriores – só pedem apertos de cinto para que algo lhes sobre com que realcem o brilho.

 

E enquanto o mundo passa duma era de energia barata para a da cara ou vice-versa, eis que no “A bem da Nação” tratamos serenamente, sem precipitações nem alarme, de temas que não enchem as parangonas do jornalame por esse planeta além... E fazemo-lo com tranquilidade, a tal que não é compatível com pressas, alarmismos, gritos.

 

Mas também não temos a preocupação da originalidade.

 

Conhecemos a frase de Hölderlin quando ele, queixando-se da grande ignorância dos seus contemporâneos acerca do que tinham dito e feito os antepassados, afirmava que “somos originais porque não sabemos nada”.  

 

Nós sabemos ir buscar à História os ensinamentos. Nós conhecemos as fontes. Nós não discutimos a glória desportiva e outras alienações. Nós somos serenos. E só.

 

Por isso não corremos a trás dos acontecimentos mais ou menos trágicos ou mais ou menos escandalosos. Pensamos por nós próprios mesmo sem nos outorgarmos o monopólio da razão. Ficamos satisfeitos ao levantarmos questões originais propondo-lhes as soluções que consideramos correctas. Soluções tão simples quanto possível, mesmo que não originais.

 

Eis o que respondo a quem acha que o “A bem da Nação” devia ser mais escaldante: abrimos aceiros e definimos rumos; não ateamos fogos nem somos bombeiros.

 

E fazemo-lo “a bem da Nação”.

 

Henrique no parlamento de Anuradhapura, Sri Lanka.

Henrique Salles da Fonseca

(no Sri Lanka)

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