«NAMASTÊ»
ou
O SENTIDO DA VIDA
Esqueçamos as transcendências e admitamos que a vida é só esta em que nos encontramos.
Então, que sentido faz tirar a vida seja a quem for? A resposta só pode ser uma: nenhum!
Não temos o direito de tirar aquilo que não demos. E, mesmo assim, também não temos o direito de tirar a vida a quem a demos, os nossos filhos porque, ao existirem, passaram a ter vida própria e deixaram de ser nossos, no sentido de que deles podemos dispor. E não podemos porque também isso seria contrário ao desígnio fundamental da preservação da espécie, à tranquilidade do ânimo de quem entretanto tem vida própria e sente.
Nem sequer é necessário apelar à semelhança com a imagem de Deus, basta ver que o ser criado sente e que esse sentimento tem que ser considerado supremo na escala da intimidade, da delicadeza íntima e da nossa compaixão para com o próximo, esse sobre que temos – ou não – o poder de vida ou de morte.
A morte faz parte da vida? Não! A morte é definitivamente um absurdo da vida.
Deixemos então viver e vivamos em compaixão, esse grande sentimento da vida.
Nesta dimensão física, a nossa atitude sublime é, pois, a compaixão para com os sentimentos do próximo. «A minha compaixão para os teus sentimentos», «Namastê».
Março de 2022
Henrique Salles da Fonseca