MOVENDO MONTANHAS
No seu livro «O mundo como vontade e representação», Schopenhauer considera que o que conhecemos através dos nossos sentidos, o conhecimento empírico, é a simples representação das coisas mas que a realidade dessas mesmas coisas é praticamente inacessível ao comum dos mortais.
Daí, Sue Prideaux, na sua biografia sobre Nietzsche intitulada «EU SOU DINAMITE» afirmar no final da pág. 69 que…
Toda a vida é anseio por um estado impossível [o da compatibilização entre a representação e a realidade] e, por conseguinte, toda a vida é sofrimento. Kant escreve de um ponto de vista cristão que tornava suportável o estado sempre imperfeito e sempre desejoso do mundo empírico porque seria possível esperar uma espécie de final feliz, caso se fizesse o esforço suficiente. A redenção era sempre possível através de Cristo.
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Esta «saída» kantiana faz-me lembrar que a fé move montanhas.
Henrique Salles da Fonseca