MARXISMO
INVIDIA
Fez há pouco (5 de Maio) 200 anos que Karl Marx nasceu. O marxismo é muito mais recente mas a inveja é muito mais antiga.
Uma das tónicas mais badaladas da filosofia marxista tem a ver com a apropriação patronal da mais valia do trabalho. Os marxistas infernizam esta apropriação e afirmam que os patrões roubam os trabalhadores pois não os remuneram pelo valor total do contributo laboral. Mais: quando os ganhos de produtividade são obtidos à custa de equipamentos, os marxistas também querem ser pagos por esses ganhos; e, de preferência, querem os ganhos todos.
Ora, se os empresários não obtiverem receitas superiores ao custo dos factores de produção, deixam de ter saldos positivos na exploração do negócio a que deitaram mãos e ficam privados da poupança cuja mobilização (total ou parcial) assegura o investimento futuro. Ou seja, só há investimento quando, antes, houve lucros; dos prejuízos não resultam verbas que financiem o investimento.
Só com investimento é que há progresso, só com lucros é que há investimento. Mas os marxistas insistem em querer o bolo todo.
O colapso dos regimes comunistas europeus resultou também, se não sobretudo, desta falácia marxista, já para não referir esse crime contra a Humanidade que é a apologia da ditadura. Neste caso, a do proletariado. Mas isto é tudo o mesmo e já os romanos lhe chamavam «vetus invidia», a velha inveja.
Maio de 2018
Henrique Salles da Fonseca