MANTA DE RETALHOS
Depois de enxertado com cerca de mil emendas, será o Orçamento para 2019 do nosso Estado uma manta de retalhos ou é apenas o «bombo da festa»?
Onde estará a «unidade de doutrina orçamental»?
Quem se entenderá numa leitura de congruência mínima?
Creio que todas estas questões – que deveriam ser as maiores – não passam de minudências e bexiguices típicas de coca-bichinhos.
- Como assim?
- Assim mesmo!
É que a política de esquerda oficialmente em curso pela teoria geringôncica esbarra frontalmente com a necessidade imperiosa de anular o défice público e obter superavits que permitam a redução sustentada do stock da dívida pública, antes que por aí venha alguma seca nos mercados de capitais e os juros comecem mesmo a subir em virtude dessa mais que provável escassez de liquidez. E antes que isso aconteça – porque acontecerá infalivelmente mais ano menos ano – há que reconquistar a independência financeira nacional por muito choro e ranger de dentes que banqueiros e outros globalizadores chorem e ranjam.
Então, há que quadrar o círculo. Como? Muito facilmente, com as «centenárias» cativações, essas que endireitam todos os orçamentos por mais esquerdinos que eles nasçam.
Aqui está a tal manta de retalhos transformada no bombo da festa que se endireita à custa da tal martelada a que eufemisticamente se chama «cativação de verbas».
- E essa martelada dá alguma coerência ao Orçamento resultante?
- É óbvio que não.
Mas isso é que é, afinal, uma completa minudência perante o fim maior que é a independência nacional perante os glutões da finança internacional.
Dá-me assim vontade de rir quando o Governo geringôncico se diz de esquerda e eu, que pugno pela libertação nacional do jugo bancário, me digo – e sou - da democracia cristã.
Eu sou democrata cristão sem qualquer sombra de dúvidas; o Governo geringôncico é que não é mais do que uma mentira política folcloricamente esquerdina mas, afinal, perito na prática da austeridade radical.
Mas são de esquerda.
- AHAHAH!!!
28 de Novembro de 2018
Henrique Salles da Fonseca