MAIS IDEOLOGIA PARA UM PORTUGAL JÁ INTOXICADO DELA
Aeroporto de Lisboa em 1942 - projecto do Arq. Keil do Amaral
A Isca eleitoral “Aeroporto Humberto Delgado” proposta pelo PS lisboeta
António Costa, com a sua Câmara de Lisboa, quer mudar o nome do Aeroporto da Portela para "Aeroporto Humberto Delgado", tendo já feito, para isso, a proposta ao governo, como noticiou o DN no passado dia 11.02. Isto não passa de uma táctica de arranjar combustível barato para a campanha eleitoral do PS à custa do aeroporto da Portela (ou Povo de Portugal): um aceno aos comunistas e mais uma promessa sem grandes custos mas que ajuda apenas os dançarinos do poder.
Antes de se proceder à iniciativa de dar um nome a um espaço público, seria importante analisar a proposta e verificar se os proponentes são acreditáveis. Para o serem, neste caso, o proponente teria de, com a mesma ligeireza, também poder propor a mudança de ponte 25 de Abril para o seu velho nome “Ponte Salazar”. Não deixaria de mostrar uma mentalidade patriarcalista mas revelaria independência e credibilidade. Um exame crítico sobre o assunto tornar-se-ia numa comida difícil para os políticos partidários.
Uma pessoa torna-se credível quando aplica a mesma medida e critérios no próprio agir para lá da sua filiação partidária. Esta não é a ideia nem a prática partidária e por isso mesmo se verifica cada vez mais gente arredia à política. O agir do político deveria servir em benefício do país no todo e não do partido. “Com papas e bolos se enganam os tolos” terá reconhecido o povo num raro momento de lucidez!
Tenha-se todo o respeito por Humberto Delgado mas poupem-nos de mais esta vassalagem à esquerda. Cabeças cheias de ideologia já não têm lugar para o que interessa a Portugal; usam-no como estendal da sua ideologia. Assim se cria a História à feição do oportuno e dos oportunistas.
Costa e a sua Câmara fazem uma proposta, já à partida sem perspectivas de êxito, mas que é suficiente para contentar o povo recruta que se contenta com promessas e conversa fiada. Querem continuar a entreter a opinião pública com assuntos sentimentais sem interesse que substituem a elaboração de programas económicos e sociais para um governo sério.
Contam com a desinformação do povo e com uma cultura da lamentação que além de lágrimas e barulho só traz benefício visível para os eleitos. O povo sente-se bem, no ser enganado, porque vai atrás de promessas deste ou daquele partido sem lhe exigir um programa de governo em que se encontram discriminados investimentos, despesa e entradas com um orçamento de Estado equilibrado. Quem quer governar irresponsavelmente fomenta um povo masoquista.
António da Cunha Duarte Justo