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A bem da Nação

LORELEI – 2

 

Há quem diga que a recta é a mais curta distância entre dois pontos mas há excepções nesse entendimento. Sim…? Sim! Por exemplo, as agências de viagens. Porquê? Porque para nos deslocarmos de Lisboa a Estrasburgo tivemos que passar por Amesterdão. Para piorar a solução, tivemos que cumprir uma seca de cinco horas até que nos levassem ao destino final. Vôos sem história, apenas uma nota de desconforto relativamente à indústria aeronáutica europeia pois o avião de Lisboa a Amesterdão foi um Boeing da KLM e de Amesterdão a Estrasburgo foi um Embraer de empresa também pertença da Air France. Também? Sim, a KLM é da Air France.

Avião erj145.jpg

Sem percalços, chegámos ao hotel pelas 18,30 h., ou seja, 18 horas depois de termos pisado o aeroporto de Lisboa. A próxima agência de viagens que me fale de rapidez, vai ter que provar previamente não estar a gozar comigo. Respirámos um pouco e chegou a hora de procurarmos um restaurante alsaciano para o jantar. Pois… Nas redondezas do hotel, a parte antiga da cidade e mais turística, tudo cheio (era Sábado) com o letreiro «complet» e, pior ainda, com filas às portas. Continuando… fomos parar à porta de um restaurante com óptimo aspecto e sem fila à porta. Entrámos, não fomos rejeitados mas disseram que só tinham uma mesa para duas pessoas lá ao fundo, no corredor. Muito bem, faríamos o pleno dessa mesa sem sobras. Mas era um restaurante espanhol. E nós, que até gostamos de «tapear», não se nos deu nos incómodos e mandámos vir várias espanholices que nos souberam lindamente. Acompanhámos com um tinto Rioja que desceu muito bem. Da próxima vez que formos a Granada, para a troca, havemos de procurar um restaurante alsaciano…
Tivemos que corrigir a conta porque estavam a querer oferecer-nos quase metade do que tínhamos consumido. Mesmo assim, não foi caro. Esta foi a primeira vez que vimos o Macron ser fintado. Não há recibos, facturas nem nada para registo nas Finanças, tudo economia paralela. Nunca ouvimos a pergunta – para nós, portugueses, perfeitamente banal – se queríamos factura-recimo com número de Contribuinte. Saímos saciados e satisfeitos pela barateza. Pudera, poupámos na componente fiscal. Espero que a gloriosa França não peça ajuda financeira ao humilíssimo Portugal para endireitar as suas finanças públicas quando o paralelismo vencer e levar tudo de rojo.
Ao pormos o pé na rua, a minha ambliopia não me impediu de ver uma patrulha de quatro militares de camuflado, pistola metralhadora em guarda baixa (apontadas para o chão a 45º), «coisas» penduradas no cinturão, deslizando silenciosamente entre os passeantes.
Há muito que não pregávamos olho, apetecia-nos sossegar antes que os franceses desatassem aos tiros. Recolhemos «a quartéis» que, no nosso caso, tinham um nome bastante estranho - «Hotel Maison Rouge». Apesar do nome, é casa séria.
Estafados, dormimos… amanhã é que vamos conhecer Estrasburgo a que eles chamam Strasbourg.
(continua)
Janeiro de 2020

2019-12-29-Strasbourg.jpg

Henrique Salles da Fonseca

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