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A bem da Nação

"LE MÉPRIS CIVILISÉ"

 

Voltaire.jpg

 

Um amigo mandou-me a mensagem que se segue, que não resisto em mandar aos meus amigos e correspondentes, com dois pequenos comentários:

- Será que os descendentes de Tárique vão-nos pedir desculpa pela invasão muçulmana da Península em 711 e por terem ganho a batalha de Guadalete? Se o Podemos quer negar a Espanha, a História e os valores comuns que defendemos então que se atire a um poço sozinho e que se afogue, mas que nos deixe viver em paz.

 

- O “politicamente correcto” assinou, de uma forma estulta e inaceitável, a sentença de morte da nossa civilização. A meu ver, é, de facto, a deformação total e aberrante do princípio da tolerância. Com efeito, se as outras culturas não podem ser criticadas então também não podemos defender a nossa.

 

Francisco Henriques da Silva.jpgFrancisco Henriques da Silva

 

 

AOS COVEIROS DA LIBERDADE

 

O ano começou com o ataque organizado por centenas (um milhar?) de norte-africanos contra as mulheres que desciam na estação central de Colónia para festejarem a tradicional festa da passagem do ano; até agora mais de 120 queixas, duas por violação, roubos de telemóveis, dinheiro, etc.; o relatório policial foi publicado há umas horas pela Polícia local: altamente interessante! Lembram-se dos acontecimentos no Cairo?

 

O ano começou e o Podemos tuítou:

 

La toma de Granada fue un genocidio contra los andaluces. Deberia ilegalizarse esas celebraciones fascistas y ofecer disculpas.

 

E hoje, finalmente, o Kindle transferiu a obra do psicanalista suíço Carlo Strenger (cv desconhecido na Wikipédia port - se calhar ainda bem…) "Le Mépris civilisé", que se lê muito bem, um ensaio de noventa páginas, cuja tese central o autor assim explicita:

 

"… à se crisper sur le politiquement correct, on perd de vue le principe fondamental des Lumières, à savoir que rien ni personne n'est au-dessus de la critique. L'idéologie du politiquement correct représente … une grossière déformation du principe de tolérance formulé par les Lumières. Celui-ci visait protéger l'individu des attaques politiques ou religieuses qui mettaient à mal sa libertè de conscience ou de croyance; jamais ce principe de tolérance n'a eu de valeur d'absolution globale pour toutes les pratiques religieuses, philosophiques et culturelles. Mais en transformant et en déformant ce principe, beaucoup de gens de gauche se sont dépossédés eux-mêmes de leur pouvoir: si les autres cultures n'ont pas le droit d'être critiquées, il est de fait impossible de défendre la sienne.

 

Croire que le politiquement correct allait garantir la cohabitation harmonieuse de cultures différentes s'est révélé être une illusion. Du seul point de vue psychologique déjà, cette attitude n'est absolument pas tenable. Aucun individu ne peut respecter en toute sincérité ce qu'il considère au fond comme immoral, irrationnel ou simplement stupide…

 

… la doctrine du politiquement correct … plonge ses racines dans la conviction qu'il est temps que les anciennes puissances coloniales expient les péchés de l'impérialisme, de l'esclavage et du racisme. L'homme blanc - encore un péché! - (et la femme blanche a aussi fini par en prendre pour son grade) …"

 

Donde, em lugar do politicamente correcto o autor propor o desprezo civilizado sob condições claro está. Quais? Estas 90 páginas levam menos de duas horas a ler…

 

O livreiro da "Pó dos Livros" diz-me que o "Tratado sobre a Tolerância", de Voltaire, se tem vendido muito bem. Não me admira, pois não só é uma óptima tradução como - caso raro - tudo se aproveita: Nietzsche via em Voltaire "um dos maiores libertadores do espírito".

 

Em 1983 teve lugar em Budapeste uma grande conferência organizada pelo Ministério da Cultura húngaro dedicada às Luzes; a orientar a nossa jovem delegação estava Helena Vaz da Silva.

 

Bom Ano, e Força para o que aí vem!

 

Abraço

 

7 de Janeiro de 2016

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