FRANCISCO GOMES DE AMORIM NOS CÉUS DO RIO DE JANEIRO
Aos 83 anos, pai voa de parapente pela primeira vez para jogar cinzas de filho vítima de acidente de speed fly
Veja o vídeo da homenagem feita de Francisco de Amorim, que decolou da Pedra Bonita no úlitmo domingo
por Maíra Rubim - O GLOBO
Francisco Amorim presta homenagem ao filho
RIO - Aos 83 anos, Francisco de Amorim nunca havia praticado o voo livre, mas a vontade de homenagear seu filho, Tiago de Almeida Gomes de Amorim, morto após ter a vela de speed fly fechada por uma rajada de vento na Pedra Bonita no último dia 9, fez com que ele voltasse ao local do acidente no domingo para voar de parepente e jogar do céu as cinzas de Cobra, como era conhecido Tiago.
— As pessoas dizem que o esporte é perigoso, mas andar num automóvel também é. O Tiago já havia me convidado para voar, mas eu achava que não tinha mais idade para isso. Quis fazer o que ele gostava. Agora, não me admira que quem comece a voar, não queira nunca mais largar o esporte. O voo é maravilhoso. Compreendi toda a paixão do Tiago e se eu fosse mais novo, começaria a praticar o esporte — afirma Amorim.
Amigos, a esposa, o filho de 18 anos, a mãe e dois irmãos de Cobra participaram da cerimônia que reuniu cerca de 50 pessoas na rampa de voo livre de São Conrado. Pilotos próximos a Cobra planejavam decolar em grupo para prestar uma última homenagem, mas as condições meteorológicas não permitiram.
— O Tiago não vivia sem voar e o esporte era parte da vida dele. Ele voava todos os dias e estava sempre subindo em novas pedras para explorar se um novo ponto de decolagem seria possível. Ele nos contava muitas histórias, falava sobre seus amigos, sempre com graça, era a alegria da família — lembra o pai.
Cobra foi o primeiro piloto de speed fly a descolar do Corcovado