ESTE, O TEMPO DA GUERRA...
… em que não se limpam armas.
O teatro das operações é global, o cenário é pandémico e o inimigo é o COVID.
A prioridade a que tudo se deve submeter é o extermínio do inimigo. Tudo o mais é supérfluo.
Eis por que tenho o Orçamento do nosso Estado para 2021 como algo que deve ser posto incondicionalmente ao serviço dessa causa maior, o extermínio do vírus, o fim do estado pandémico e a retoma da normalidade.
Crendo que a única arma eficaz será a vacina, divido o tempo em duas fases – a da pré-vacina e a da pós-vacina - a que faço seguir uma terceira fase, a da normalização.
- Na fase pré-vacina, a Economia tem que ser sustentada por subsídios públicos de sobrevivência, reembolsáveis (sem juros) em prestações a partir de um ano após o fim das restrições impostas pela pandemia.
- Na fase pós-vacinação global da população, livre dos condicionamentos da fase anterior, deixe-se a Economia retomar a actividade produtiva para que, um ano depois, tenha recuperado o suficiente para que possa dar início à amortização dos subsídios recebidos durante a fase anterior;
- O stock da dívida pública deverá então (e só então, passado um ano do levantamento das restrições pandémicas) voltar a merecer os nossos mais exigentes cuidados.
Este, um tempo de excepção em que os critérios de equilíbrio estrito das contas públicas devem ser maleabilizados mas, claro está, em que os abusos mais devem ser alvo de férrea vigilância política e, talvez mesmo, policial.
Novembro de 2020
Henrique Salles da Fonseca