ENTÃO, TUDO COMEÇOU ASSIM… (2)
Já conhecido por Corte Real, João Vaz desempenhou bem o serviço de que D. João II o incumbira e, a título de recompensa, nomeou-o em 1474 Capitão Donatário de Angra, nos Açores e a partir de 1483 também da ilha de S. Jorge. Tavira ficara a ser «guardada» pelo filho mais velho, Vasco Anes, já que os dois seguintes, Miguel e Gaspar, se dedicavam às navegações.
Da Wikipédia extraio a informação relativa à descendência directa de João Vaz:
- Vasco Anes Corte-Real (II - porque era homónimo do avô), alcaide-mor de Tavira, nascido em 1465, casou com Joana Pereira.
- Miguel Corte-Real casou com Isabel de Castro.
- Gaspar Corte-Real.
- Joana Vaz Côrte-Real nascida em 1465, casou duas vezes, a primeira com Rui Dias Pacheco e a segunda com Guilherme Moniz Barreto.
- Iria Côrte-Real nascida em 1440 casou com Pedro Goes da Silva.
- Lourenço Vaz Corte-Real casado com Barbara Pereira.
- Isabel Corte-Real casou com Jacob de Utra
Voltarei a referir-me aos três primeiros.
Mas o pai de todos, João Vaz, tinha ficado interessado nas terras que descobrira no tempo de D. Afonso V e pediu ao Rei D. João II que o financiasse para em seu nome (do Rei) delas tomar posse. Só que o Rei, sabendo que por ali não se alcançaria o objectivo estratégico, o Oriente, respondeu que o dinheiro da Coroa não poderia ser afecto a objectivos secundários por muito meritórios que fossem e, então, ele (João Vaz) que desafiasse nesse sentido (o do financiamento duma expedição) o lavrador açoriano João Fernandes que ele, Rei, sabia que queria aumentar as explorações agrícolas, o que nos Açores não era possível por evidente falta de espaço.
E assim foi que se armou nova expedição chefiada por João Vaz Corte Real, Capitão-donatário de Angra e financiada por João Fernandes lavrador na Ilha Terceira.
Rumando a Noroeste, exploraram em mais detalhe a costa que João Vaz já conhecia e encontraram belas terras para os efeitos desejados, a agricultura e o povoamento: uma península enorme que João Fernandes foi ocupando em viagens sucessivas com gado e um território vastíssimo no novo continente de que João Vaz foi tomando posse efectiva e a que deu o mesmo nome da sua propriedade em Tavira.
Sim, como o Leitor já percebeu, estou a referir-me à Península do Labrador, à Terra Nova e ao Canadá.
Ora bem, eis como o nome do grande país setentrional nasceu em Tavira.
PERGUNTA:
Por que é que a Câmara Municipal de Tavira retirou a placa toponímica da localidade de «Canada» na Freguesia de Cabanas?
(continua)
10 de Agosto de 2018
Henrique Salles da Fonseca