EFEMÉRIDE
25 DE NOVEMBRO DE 1975
Faz hoje 44 anos que a democracia chegou a Portugal derrubando o comunismo que desde o 25 de Abril de 1974 tentava destruir a Nação pondo o país ao serviço da União Soviética.
Foi um punhado de valentes sob a liderança do então Coronel Jaime Neves que tomou a iniciativa de pôr fim ao desmando total a que estávamos a ser submetidos e de proclamar que estava na hora de se estabelecer efectivamente uma democracia de base pluripartidária, parlamentar.
Passadas as colónias portuguesas para a esfera do Império Soviético, estava cumprido o maior desígnio da “revolução dos cravos” perpetrada por uns quantos “anjinhos” e minada por alguns traidores. Eis por que o Dr. Álvaro Cunhal foi condecorado herói soviético já depois de 25 de Novembro de 1975.
No que então restava de Portugal, resolveu-se o problema com meia dúzia de sopapos bem dados em alguns adeptos do totalitarismo mas nas antigas colónias portuguesas começavam os sovietizados as chacinas contra as populações que queriam submeter pelo terror. Assim começaram as guerras civis em Angola e em Moçambique. Mas o sangue também jorrou – e muito - na Guiné e em Timor.
Passados 44 anos, eis-nos em Portugal numa democracia parlamentar consolidada e cheia de problemas conhecidos de toda a gente, discutidos por todos em público e sem constrangimentos. Esta, sim, a liberdade real, não a da propaganda com que os abrilistas nos enchem as parangonas dos jornais. Mas a tranquilidade destes 44 anos levou-nos ao doce remanso das águas planas. E tudo é vida corrente, sem mais objectivos do que o bem-estar, o enriquecimento tão rápido quanto cada um consiga mesmo que sem olhar a meios; liberdade económica tão desregulamentada quanto os princípios do liberalismo sugerem, o crédito como um direito a dar suporte ao hedonismo, o género humano a apregoar que é híbrido, o vazio quanto a valores colectivos, nacionais, desígnios superiores.
Chegados ao deserto ideológico, à “vidinha” corriqueira, onde está quem nos sugira um sonho?
Eis o desígnio a que os políticos se deveriam dedicar durante os próximos 44 anos, sob pena de descrédito pessoal se o não fizerem e de diluição da Nação na voragem chinesa de mando no mundo.
25 de Novembro de 2019
Henrique Salles da Fonseca