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A bem da Nação

«... E VÓS, TÁGIDES MINHAS...» - 4

ou

O MUNDO VISTO A PARTIR DE LISBOA

 

«A democracia é o pior dos sistemas políticos com excepção de todos os outros» - Winston Churchill

* * *

  • Democracia é o sistema político cuja legitimidade do poder é conferida pelo universo dos cidadãos no pleno uso das respectivas capacidades e direitos sendo esse poder referendado periodicamente e exercido sob fiscalização vinculativa.
  • Autocracia é qualquer outro sistema político, nomeadamente todo aquele que, sob a égide de uma personalidade que exerça o poder sem fiscalização efectiva, não cumpra a definição de democracia quer no todo quer em parte.

* * *

Tanto nas democracias como nas autocracias se praticam políticas que se podem considerar de direita como de esquerda. Mas, não vindo aqui nem agora esta distinção de políticas à colação, retenhamos que a linha divisória das opiniões que ora interessa definir tem a ver com o sistema político e não com as políticas.

Quero com isto significar que há democratas de direita e de esquerda e que há adeptos dos eufemisticamente chamados «regimes fortes» que preferem políticas de esquerda ou de direita.

Eis como chegámos a esta situação «sui generis» de vermos comunistas e direitistas a apoiar Putin. Não pelas acções que o autocrata assume, mas sim por ser alguém que exerce o poder sem discussão pública das suas determinações. De modo mais aberto ou mais encapotado, os adeptos das autocracias optam pelo «haja quem mande» e rejeitam a discussão pública.

Fica por provar o apoio que dispensariam ao «novo Czar» se tivessem que se submeter às atitudes autocráticas de Putin.

Eis-nos, pois, perante uma brecha na coesão ocidental perante o transe por que ora passamos.

Mas há mais…

Nas relações internacionais não há amizades, há interesses, mas há que ponderar até que ponto os dirigentes políticos conseguem separar as suas simpatias pessoais e o «sentido de Estado» que deles é legítimo esperar sobretudo se se trata de políticos democraticamente eleitos e democraticamente fiscalizados.

Na dimensão macro, a coesão ocidental pode estar ameaçada pela Hungria e por Itália, mas tenhamos esperança de que nos «corredores diplomáticos» se descubram soluções a contento dos interesses em jogo.

Este é um texto triste pois que me limito a apontar problemas sem lhes sugerir soluções. Resta o consolo de que em democracia é importante identificar problemas na esperança de que alguém «tire o coelho da cartola».

Lisboa, 27 de Setembro de 2022

Henrique Salles da Fonseca

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