E JÁ LÁ VÃO MAIS DE QUINZE DIAS…
Elegante e fina, como já era há 50 anos; hoje, com muito mais sabedoria. Sabedoria que me faltou quando referi sessenta anos em vez dos cinquenta. E logo me tinha dito – Que horror, não me fale sobre esse tempo todo! E eu, já tarde, corrigi a boçalidade (que, entretanto, estava dita), dos sessenta para a casa dos cinquenta.
Isto, de as Senhoras darem ouvidos a boçais, dá nisto. Então, só me ocorre dirigir-lhe um «Sorry» se, por acaso, a dita Senhora ler estas linhas.
E o mais curioso é que nunca tínhamos falado directamente mas reconhecemo-nos logo que fomos apresentados formalmente.
Mais metro, menos centímetro, andamos pelas mesmas idades; temos respirado o mesmo ar e vivido as mesmas circunstâncias nacionais. Não estranhei minimamente estarmos em áreas políticas de grande proximidade – se é que não na mesma, mas não tive «lata» de perguntar.
E porque o ambiente social é próximo, foi com naturalidade que regressou a um ambiente que conheceu na infância e na juventude; eu nunca saí desse ambiente e as circunstâncias conduziram a que pudéssemos falar de coisas que nos dão prazer e, no caso dela, saudades.
Foi giro falarmos do Pai dela que foi um Senhor muito respeitável e do Avô que foi «só» Presidente da República.
Visita presidencial à Calheta
(só identificarei o Avô após autorização da Neta)
Encontro que me leva a afirmar que é com este tipo de laços que se tece uma Nação. Neste caso, a nossa.
É claro que não lhe cito o nome mas garanto que gostei muito de falar desse tal passado.
Venham, então, as novas gerações que conheçam e se orgulhem deste passado.
Junho de 2018
Henrique Salles da Fonseca