E AGORA?
Mesmo sem o lerem, tudo se encaminha para que o Programa de Governo não passe na Assembleia da República e, portanto, que o Governo presidido por Pedro Passos Coelho caia.
Pelo discurso de Cavaco Silva, desacreditando qualquer solução de esquerda, não é crível que, na queda do Governo da Coligação, o Presidente encarregue alguém daquela área ideológica para formar Governo.
Restam duas hipóteses: o Governo da Coligação ficar em gestão até às próximas eleições; o Presidente encarregar algum independente de formar Governo (ao género do que fez Ramalho Eanes com os chamados Governos Presidenciais).
Rezo a todos os santinhos para que fiquemos com o nosso Governo em gestão pois as Portarias, os Despachos Normativos e os Despachos simples serão suficientes para garantir a ordem legislativa herdada do Governo anterior e os duodécimos do OE15 serão um modo pragmático de gastarmos menos dinheiro enquanto não houver OE16.
Se Pedro Passos Coelho não aceitar ficar em gestão, isso significará um período muito conturbado pois nenhum Governo da não esquerda passará, as tentativas governativas suceder-se-ão com grande desgaste político e maior prejuizo económico (a instabilidade é horrível).
Servirá esta instabilidade para efectivamente desgastar a esquerda? Não faço a menor ideia mas gostava de não passar por esse cenário de um Governo cada mês até à marcação de eleições.
Eis por que peço a Pedro Passos Coelho que preste mais este serviço ao país sacrificando-se a presidir a um Governo de gestão durante mais uns meses. Mais uma vez, os sensatos agradecer-lhe-ão.
Henrique Salles da Fonseca