DOWNSIZING
O acordo BREXIT parece difícil assim como o BREIN também o foi, se bem nos lembramos. Não me recordo de que no BREIN tenha havido demissões, referendos, zangas nem rangeres de dentes. Apenas me lembro de que os políticos ingleses de então queriam entrar num processo de «entramos, mas…». Ou seja, entravam em determinadas condições que seriam diferentes das dos demais membros da então CEE. Já nem me lembro de quais elas foram, essas condições. Mas entraram.
E agora saem mas, pelos vistos, agora são os «da casa» que põem condições: «saem se…».
Parece-me que há nisto tudo muita coisa que não fez nem faz sentido:
- Quero entrar no Clube mas só serei membro nos jogos ganhos.
- Saio do Clube mas não terei nada a ver com a responsabilidade sobre a massa falida.
Sim, tudo isto me parece leonino e estranho que não haja quem o diga.
E é assim que tudo me leva a crer que a História se vai repetir com o regresso da Inglaterra e respectivas colónias (Escócia, Gales e Irlanda do Norte) à EFTA e com a recomposição da grande zona europeia de comércio livre.
Estará a Escócia pelos ajustes? I doubt!
E se a minha doubt tiver fundamento, poderá ser a unidade do kingdom que fique posta em causa. Então, no espaço de um reinado, Isabel II ver-se-á transformada de Chefe de um Império em Chefe de um relativamente pequeno Estado insular.
Em inglês diz-se downsizing; por cá dizemos shame.
Novembro de 2018
Henrique Salles da Fonseca
(Sidney, 2017)